Page 333 - Revista da Armada
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Lançamento do Livro
                               Lançamento do Livro


           Do Contra-Almirante Leal Vilarinho
            Do Contra-Almirante Leal Vilarinho



               o passado dia 11 de Julho, na Biblio-                           local com objectivos culturais. A última das
               teca Central da Marinha, efectuou-                              quais em Macau onde acumulou as funções
         N-se a apresentação da obra “Colec-                                   de Director do Museu Marítimo e Presiden-
         tânea de provérbios portugueses, franceses,                           te da Comissão Territorial para as Come-
         ingleses, alemães e espanhóis” do CALM                                morações dos Descobrimentos Portugueses.
         Manuel Eduardo Leal Vilarinho. O Presi-                                 O CALM Leiria Pinto terminou a sua
         dente da Comissão Cultural, CALM Leiria                               alocução destacando as reconhecidas quali-
         Pinto, iniciou a cerimónia tendo, após for-                           dades do Almirante Vilarinho como poli-
         mulado as boas vindas aos convidados,                                 glota na medida em que é diplomado em
         exposto um resumo biográfico do escritor.                             francês, inglês, alemão e russo tendo lec-
         Referidos os dados cronológicos da diversi-                           cionado e produzido vários trabalhos nas
         ficada carreira do Almirante Vilarinho de                             duas primeiras línguas.
         que se destacam os longos períodos de
         serviço em África e no Oriente, os vários
         comandos de mar, a chefia de uma divisão
         do Estado-Maior da Armada e as funções
         desempenhadas no âmbito do ensino,
         nomeadamente como professor do Instituto
         Superior Naval de Guerra, foram salien-
         tadas as suas actividades na área cultural
         como Presidente da Comissão Cultural,
         Director do Museu de Marinha e partici-
         pante, na qualidade de presidente ou vogal,
         em várias comissões de nível regional e                                          (Colaboração da Comissão Cultural)



                     “Colectânea de Provérbios”
                     “Colectânea de Provérbios”


           O autor da “Colectânea de Provérbios”  noutra língua. Há colectâneas francesas que  índice capaz de palavras-chave. Considerámos
         referiu-se à sua obra, constituída por três  têm listas de provérbios estrangeiros. São no  que é indispensável numa obra de consulta.
         volumes que transcrevem um número  entanto traduções para francês e não são apre-  Por isso o incluímos, embora tenha grande
         superior a 15.000 provérbios nas cinco lín-  sentados os provérbios originais.  extensão.
         guas referidas e a 2.000 equivalên-                                           Temos que mencionar outras novi-
         cias. Da sua intervenção passamos                                           dades.
         a citar:                                                                      Não há outra colecção de provérbios
                                                                                     publicada em Portugal que inclua
           “Desde muito novo que nos inte-                                           provérbios brasileiros. Julgámos indis-
         ressámos pelo estudo dos provérbios.                                        pensável fazê-lo.
           Uma vida profissional muito activa                                          Uma passagem por Macau, permi-
         impediu-nos de coligir e escolher as                                        tiu-nos incluir também provérbios em
         fontes e de escrever definitivamente as                                     papiá macaense. O que havia estava
         notas que fomos transformando em                                            disperso e era de difícil consulta.
         fichas durante mais de cinquenta anos.                                        Não o fizemos para outros dialectos
           Nos fins da década de 1940, o plano                                       ou variantes do português por falta de
         estava definitivamente traçado. O com-                                      fontes.
         putador não era então de uso corrente o                                       Em 1992 o livro estava pronto no
         que tornava a tarefa mais árdua.                                            essencial.
           Atingidos os setenta e cinco anos,                                          Até 1996 foi-se corrigindo e aguar-
         sentimos que não tínhamos a vida nas                                        dou-se publicação.
         mãos. Alguns amigos insistiram para                                           Foi uma obra difícil de fazer, difícil
         que déssemos forma definitiva à obra,                                       de corrigir e emendar em cinco línguas
         para que o trabalho se não perdesse.                                        diferentes. Sabíamos que seria difícil
           Há no entanto neste livro alguns aspectos  Sempre nos recusámos a fazê-lo e quando o  de imprimir.
         que convirá salientar para a sua melhor com-  fizemos assinalámos devidamente o facto. Só  Mentiríamos se não disséssemos que nos deu
         preensão.                          houve recurso a uma tradução quando era indis-  muito prazer a sua elaboração. O trabalho rea-
           Em língua portuguesa, que saibamos não há  pensável para o bom entendimento do texto.  lizado foi só por si uma fonte de satisfação que
         obra semelhante. Não é também do nosso co-  Uma lacuna que encontrámos na maioria  nos compensou do esforço despendido”.
         nhecimento que exista um trabalho parecido  das obras que consultámos foi a falta dum
                                                                                     REVISTA DA ARMADA • NOVEMBRO 2001 7
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