Page 48 - Revista da Armada
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COOPERAÇÃO TECNICO-MILITAR



                Visita à Base Naval de Metangula
                 Visita à Base Naval de Metangula




               eslocou-se a Metangula uma dele-  de termos percorrido cerca
               gação da Direcção Geral de Política  de 1.800 Km.
         Dde Defesa Nacional, na qual foram
         integrados o Adido de Defesa, Comandan-  Dia 6, pelas 06.30 horas,
         te Santos Lourenço e eu, na minha qualida-  partimos em direcção a
         de de Director Técnico do Projecto n.º 6:  Metangula, onde chegamos
         "Apoio à Organização e Funcionamento da  pelas 09.30. Foram cerca de
         Marinha", da Cooperação Técnico Militar  três horas para percorrer 108
         de Portugal com Moçambique. Esta deslo-  Km em estrada, estando 80
         cação teve como finalidade efectuar uma  Km alcatroados e os res-
         primeira avaliação técnica, tendente à  tantes 28 Km em terra batida,
         inventariação de necessidades para dar iní-  com razoáveis condições de
         cio ao treino embarcado ao pessoal que ter-  circulação, na época seca. Já
         mina os cursos ministrados nas Escolas de  perto da povoação, pouco
         Formação da Marinha de Guerra de   depois de iniciarmos a desci-  Algumas das lanchas atracadas ao cais de reabastecimento.
         Moçambique situadas em Maputo, no  da do monte Tchifuli, numa
         âmbito do Sub – Projecto n.º 6 B: "Apoio à  volta da picada descortinamos a imponente  junto ao cais das lanchas, estão em condições
         Formação Técnica".                 baía de Metangula, com a Base Naval aí  regulares e mantêm-se a funcionar, embora
                                            implantada. Que majestosa paisagem, que  com bastantes limitações por falta de sobres-
                                            sensação ver a Base do monte... quando pas-  salentes, pese embora terem sido fornecidos
                                            sei 13 meses a espreitar o monte da Base, já  pela nossa Marinha, em 1999, cerca de 10.000
                                            lá vão 32 anos!                    contos, a preços de 1974, de sobressalentes
                                                                               para as Unidades Navais, para os motores
                                              Às 0930 começou a visita, tendo a dele-  fora de borda e para os geradores da Base. A
                                            gação sido recebida com o cerimonial que é  enfermaria, que apoia cerca de cento e oiten-
                                            devido ao Adido de Defesa, entidade mais  ta militares e civis que trabalham na Base e
                                            representativa que integrava a delegação.  suas famílias, está em pleno funcionamento
                                              O Comandante da Base, Capitão-de-Mar-  e tem as condições mínimas de habitabili-
                                            -e-Guerra Nitrogénio preparou, ao por-  dade, denotando as suas dependências um
                                            menor, esta visita. Tudo nos foi facultado  asseio irrepreensível. O seu encarregado
         Uma LFP no plano                   observar e os oficiais acompanhantes, de  desenvolve uma actividade notável, cortan-
                                            cada um dos dois grupos em que a dele-  do e cosendo quando é necessário.
           No dia 5 de Junho, pelas 06.00 horas, par-  gação foi dividida, prestaram os esclareci-
         timos de Maputo, em avião da LAM, com  mentos solicitados. As instalações estão, de  Sobre as lanchas, que são as mesmas que
         escala na Beira e destino Nampula. Nesta  uma forma geral, bastante degradadas mas  entregamos na altura da independência, 4
         cidade mudamos para outro avião, também  as paredes e os telhados estão em condições  LFP's, 4 LDM's e 3 LDP's, cabe aos técnicos
         da LAM, e seguimos para Lichinga, antiga  razoáveis, o que permite encarar a viabili-  que integravam a delegação pronunciarem-
         Vila Cabral, onde aterramos pelas 12.00 horas.  dade de recuperação de algumas delas. As  -se sobre a viabilidade da sua recuperação.
         Estava cumprida a primeira etapa, depois  oficinas do Serviço de Assistência Oficinal,  Algumas ainda navegam, como se pode
                                                                               comprovar pelas fotografias juntas. Foi outro
                                                                               momento alto da nossa visita: navegar no
              Cerimónia de Imposição de Boinas na Escola de Fuzileiros         Lago a bordo duma LDP, recordando nave-
                        da Marinha de Guerra de Moçambique                     gações de outrora, levadas a cabo nesta
                                                                               massa líquida, por força das funções que me
             Decorreu no período de 28FEV00 a 23JUN00, na Escola de Fuzileiros da Marinha de Guerra de  estavam confiadas.
           Moçambique, um Curso de Formação de Praças destinados à classe de Fuzileiros Navais. Este curso,
           foi assessorado tecnicamente pelos militares que prestam serviço no Sub-Projecto n.º 6 C, reforçados  No dia 8 rumamos de Lichinga para
                            por uma Unidade Móvel de Instrução composta por um oficial, um sar-  Maputo, via LAM, com escala em Tete, ter-
                            gento e uma praça, todos da classe de Fuzileiros. Iniciaram este curso 138
                            militares que tinham terminado a Instrução de Recruta, comum aos três  minando assim a nossa missão.
                            Ramos das Forças Armadas, com a duração de quatro meses, no Centro de
                            Instrução da Manhiça, pertencente ao Exercito. Acabaram, com sucesso, o  Uma palavra final de reconhecimento
                            curso 104 novos Fuzileiros Navais.                 para o Governo da Província do Niassa
                              A cerimónia de imposição de boinas teve lugar no último dia do curso,  pelas facilidades logísticas disponibilizadas
                            tendo sido presidida pelo Ministro da Defesa, General Tobias Daí.  em alojamento e viaturas e, nomeadamente,
                            Estiveram presentes, para além dos militares portugueses que prestam  para o seu Director de Transportes, que nos
                            serviço na Cooperação Técnico Militar, o CEMGFA, General Lagos
                            Lidimu, o Comandante da Marinha de Guerra de Moçambique, CALM  acompanhou nas duas deslocações a
                            Pascoal Nhalungo, vários oficiais generais e superiores dos três Ramos,  Metangula.
                            entidades civis da Catembe e muitos familiares dos alunos.
           Imposição duma boina                                                                Pedro Correia do Amaral
                                           (Colaboração da CTM de Moçambique – Projecto n.º 6)
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         10 FEVEREIRO 2001 • REVISTA DA ARMADA
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