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COOPERAÇÃO TECNICO-MILITAR
Visita à Base Naval de Metangula
Visita à Base Naval de Metangula
eslocou-se a Metangula uma dele- de termos percorrido cerca
gação da Direcção Geral de Política de 1.800 Km.
Dde Defesa Nacional, na qual foram
integrados o Adido de Defesa, Comandan- Dia 6, pelas 06.30 horas,
te Santos Lourenço e eu, na minha qualida- partimos em direcção a
de de Director Técnico do Projecto n.º 6: Metangula, onde chegamos
"Apoio à Organização e Funcionamento da pelas 09.30. Foram cerca de
Marinha", da Cooperação Técnico Militar três horas para percorrer 108
de Portugal com Moçambique. Esta deslo- Km em estrada, estando 80
cação teve como finalidade efectuar uma Km alcatroados e os res-
primeira avaliação técnica, tendente à tantes 28 Km em terra batida,
inventariação de necessidades para dar iní- com razoáveis condições de
cio ao treino embarcado ao pessoal que ter- circulação, na época seca. Já
mina os cursos ministrados nas Escolas de perto da povoação, pouco
Formação da Marinha de Guerra de depois de iniciarmos a desci- Algumas das lanchas atracadas ao cais de reabastecimento.
Moçambique situadas em Maputo, no da do monte Tchifuli, numa
âmbito do Sub – Projecto n.º 6 B: "Apoio à volta da picada descortinamos a imponente junto ao cais das lanchas, estão em condições
Formação Técnica". baía de Metangula, com a Base Naval aí regulares e mantêm-se a funcionar, embora
implantada. Que majestosa paisagem, que com bastantes limitações por falta de sobres-
sensação ver a Base do monte... quando pas- salentes, pese embora terem sido fornecidos
sei 13 meses a espreitar o monte da Base, já pela nossa Marinha, em 1999, cerca de 10.000
lá vão 32 anos! contos, a preços de 1974, de sobressalentes
para as Unidades Navais, para os motores
Às 0930 começou a visita, tendo a dele- fora de borda e para os geradores da Base. A
gação sido recebida com o cerimonial que é enfermaria, que apoia cerca de cento e oiten-
devido ao Adido de Defesa, entidade mais ta militares e civis que trabalham na Base e
representativa que integrava a delegação. suas famílias, está em pleno funcionamento
O Comandante da Base, Capitão-de-Mar- e tem as condições mínimas de habitabili-
-e-Guerra Nitrogénio preparou, ao por- dade, denotando as suas dependências um
menor, esta visita. Tudo nos foi facultado asseio irrepreensível. O seu encarregado
Uma LFP no plano observar e os oficiais acompanhantes, de desenvolve uma actividade notável, cortan-
cada um dos dois grupos em que a dele- do e cosendo quando é necessário.
No dia 5 de Junho, pelas 06.00 horas, par- gação foi dividida, prestaram os esclareci-
timos de Maputo, em avião da LAM, com mentos solicitados. As instalações estão, de Sobre as lanchas, que são as mesmas que
escala na Beira e destino Nampula. Nesta uma forma geral, bastante degradadas mas entregamos na altura da independência, 4
cidade mudamos para outro avião, também as paredes e os telhados estão em condições LFP's, 4 LDM's e 3 LDP's, cabe aos técnicos
da LAM, e seguimos para Lichinga, antiga razoáveis, o que permite encarar a viabili- que integravam a delegação pronunciarem-
Vila Cabral, onde aterramos pelas 12.00 horas. dade de recuperação de algumas delas. As -se sobre a viabilidade da sua recuperação.
Estava cumprida a primeira etapa, depois oficinas do Serviço de Assistência Oficinal, Algumas ainda navegam, como se pode
comprovar pelas fotografias juntas. Foi outro
momento alto da nossa visita: navegar no
Cerimónia de Imposição de Boinas na Escola de Fuzileiros Lago a bordo duma LDP, recordando nave-
da Marinha de Guerra de Moçambique gações de outrora, levadas a cabo nesta
massa líquida, por força das funções que me
Decorreu no período de 28FEV00 a 23JUN00, na Escola de Fuzileiros da Marinha de Guerra de estavam confiadas.
Moçambique, um Curso de Formação de Praças destinados à classe de Fuzileiros Navais. Este curso,
foi assessorado tecnicamente pelos militares que prestam serviço no Sub-Projecto n.º 6 C, reforçados No dia 8 rumamos de Lichinga para
por uma Unidade Móvel de Instrução composta por um oficial, um sar- Maputo, via LAM, com escala em Tete, ter-
gento e uma praça, todos da classe de Fuzileiros. Iniciaram este curso 138
militares que tinham terminado a Instrução de Recruta, comum aos três minando assim a nossa missão.
Ramos das Forças Armadas, com a duração de quatro meses, no Centro de
Instrução da Manhiça, pertencente ao Exercito. Acabaram, com sucesso, o Uma palavra final de reconhecimento
curso 104 novos Fuzileiros Navais. para o Governo da Província do Niassa
A cerimónia de imposição de boinas teve lugar no último dia do curso, pelas facilidades logísticas disponibilizadas
tendo sido presidida pelo Ministro da Defesa, General Tobias Daí. em alojamento e viaturas e, nomeadamente,
Estiveram presentes, para além dos militares portugueses que prestam para o seu Director de Transportes, que nos
serviço na Cooperação Técnico Militar, o CEMGFA, General Lagos
Lidimu, o Comandante da Marinha de Guerra de Moçambique, CALM acompanhou nas duas deslocações a
Pascoal Nhalungo, vários oficiais generais e superiores dos três Ramos, Metangula.
entidades civis da Catembe e muitos familiares dos alunos.
Imposição duma boina Pedro Correia do Amaral
(Colaboração da CTM de Moçambique – Projecto n.º 6)
CMG RES
10 FEVEREIRO 2001 • REVISTA DA ARMADA