Page 13 - Revista da Armada
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avoir tiré une vingtaine de coups, l’énne- revenir au centre à cause d’une avarie de Portugal, em Março de 1916. Depois do encalhe,
mi, apercevant sans doute les avions, moteur. não tendo sido possível safar o navio para o mar,
plonge. Ceux-ci découvrent le sous- Les recherches ultérieures n’ont pas foi decidido realizar um trabalho que teve tanto de
complexo como de... insólito: abrir um canal com
-marin immergé à faible profondeur: ni permis de retrouver l’ennemi. 900m de comprimento entre o mar e a ria, rebocar
kiosque ni périscope n’apparaissent. Ils Commentaires de la DGSM: Le sous- o navio ao longo dele e continuar o percurso até à
l’attaquent aussitôt debout au vent à marin, dont la présence est certaine, a été Barra, mediante dragagem do que ficou a chamar-
120m d’altitude. Quatre bombes F sont bombardé dans de bonnes conditions -se “canal do Desertas”. Tudo isto foi uma odisseia
que se prolongou até 1920 e ficou na memória das
lancées, paraissant bien placées. Elles après avoir plongé en changeant de route populações ribeirinhas durante duas gerações.
explosent, laissant de grandes tâches sur cap pour cape. Il est probable qu’il a été
la mer houleuse. Les avions, ne voyant atteint”. (**) – Curiosamente, este periódico, dirigido pelo
rien d’autre, rentrent au centre à 18h35 notável republicano aveirense Homem Cristo, inti-
pour chercher des bombes. Un troisième A.J. Silva Soares tulava-se “O Povo de Aveiro”. Consta que o seu
carismático e impulsivo director ter-se-ia melindra-
avion, disponible ai centre, est envoyé CTEN Av REF do por má aceitação pública de uma sua tese, pelo
quand on entend l’explosion des que retirou o Povo do cabeçalho do jornal!...
bombes, mais ne découvre rien de sus- Notas
pect. La section qui avait attaqué repart à (*) – O “Desertas” era um cargueiro ex-alemão, (***) – Joaquim Duarte, antigo Mecânico da
18h48. Un des avions retrouve une tâche de nome “Hochfeld”, de 3700 ton e 112m de com- Aviação Naval, transitou para a Força Aérea em
jaunâtre, immobile bet calme, qu’il sup- primento, que fora apresado no Funchal, onde se 1953, onde atingiu a patente de capitão. Foi um
refugiara quando Portugal era neutral. Estes e outros
dos promotores da Associação dos antigos elemen-
pose être la coque du sous-marin apresamentos idênticos foram um dos motivos que tos da Aviação Naval, à qual se dedicou com
reposant sur le fond. Il est obligé de levaram à declaração de guerra da Alemanha a excepcional empenhamento até ao fim da sua vida.
As Campanhas da Marinha
As Campanhas da Marinha
no ex-Ultramar
no ex-Ultramar
Academia de Marinha lançou um Projecto de História Oral Áreas Entrevistados Cassetes Comissões Páginas
sobre as Campanhas da Marinha no Ex-Ultramar, destinado
Aa registar os depoimentos de pessoas que tiveram papel re- Guiné 25 186
levante nos acontecimentos referidos, na certeza de que esta ini- Cabo Verde 4 17
ciativa resultaria numa fonte de grande valia tanto para a História Angola 41 257
da Marinha como para os investigadores deste período da História S. Tomé e Príncipe 1 3
de Portugal. Moçambique 60 82 23 167
Índia
Quase três décadas decorridas depois desses acontecimentos, Macau 8 4 46
31
sente-se a falta de uma história consensual feita com isenção e Timor 3 27
objectividade, reflectindo uma análise imparcial da verdade Múltiplas àreas 9 72
histórica. É um facto que os documentos não substituem a expe- Continente 6 27
riência directa dos protagonistas dos eventos históricos, e por
outro lado, a história baseada nos testemunhos orais é hoje um 124 833
campo importante, com métodos já consagrados nas ciências
históricas. Trata-se de um projecto de grande dimensão e alcance que
Com o objectivo de recolher e registar esses depoimentos de envolve a participação de muitas personalidades, tanto na quali-
forma permanente, ordenada, exaustiva e continuada, foi criada dade de entrevistadores como de entrevistados, tendo sido fixados
em 16 de Janeiro de 1998 pelo Presidente da Academia de limites temporais para o seu âmbito, tomando-se como início o
Marinha, contra-almirante ECN Rogério d’Oliveira, nos termos do ano de 1957 relativo à criação dos Comandos Navais e de Área,
art.º 15 do Estatuto, a “Comissão da História Oral”, que per- em África e no Oriente, e como fim a data da independência dos
manecerá em funções por um período indeterminado. Países africanos que foram colónias portuguesas.
Esta Comissão, da qual fazem parte pessoas idóneas, nomeadas A entrevista inicia-se com o registo dos elementos de identifi-
de entre os membros ou não da Academia de Marinha, em cação do entrevistado, a data em que é efectuada, e desenvolve-se
número variável, foi inicialmente presidida pelo Prof. Doutor José segundo um esquema pré-determinado que foi elaborado em
Telo, e a partir de Outubro de 1998 até à presente data pelo tempo oportuno pela “Comissão da História Oral”. No caso de
capitão-de-mar-e-guerra ECN Rodrigues Cadete. um mesmo entrevistado ter efectuado mais do que uma comissão
A recolha dos depoimentos é feita nas instalações do Centro no Ex-Ultramar, serão efectuados registos separados para cada
Naval de Ensino à Distância, que disponibiliza para esse efeito uma dessas comissões, tendo em atenção a respectiva área
meios de gravação áudio em fita magnética, gravações essas que geográfica.
são posteriormente convertidas pelos meios informáticos da Aca- No quadro indicativo mostra-se um resumo da situação relativa
demia de Marinha em textos impressos, cuja publicação fica sem- aos depoimentos já recolhidos e arquivados na Academia de Ma-
pre sujeita à autorização dos entrevistados, como lhes compete. rinha, até ao dia 05 de Novembro de 2001.
Todos os depoimentos e também os documentos complementares
que os entrevistados desejem disponibilizar, constituirão um regis-
to global que, eventualmente, poderá vir a ser objecto de publi- Artur de Carvalho Baptista dos Santos
cação em livro, para se tornar mais acessível aos historiadores. CMG
REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 2002 11