Page 312 - Revista da Armada
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SUPERINTENDENTE DOS SERVIÇOS DO MATERIAL
● Realizou-se no passado dia 18 de Junho na Casa da Balança (...) A SSM tem responsabilidades
(ICM) a cerimónia da tomada de posse do VALM Henrique extremamente vastas que não seria pos-
Alexandre Machado da Silva da Fonseca como Superintendente sível abordar nesta ocasião.
dos Serviços do Material, que foi presidida pelo CEMA, Almirante Decidi, por isso, focar as minhas con-
Mendes Cabeçadas. siderações na manutenção da Esquadra e
Nas palavras que proferiu o Almirante CEMA destacou os nos novos projectos de construção, tendo
seguintes pontos críticos: consciência de que também existem prob-
“Não tenho quaisquer dúvidas de que a Marinha enfrenta dificuldades lemas nas áreas das infra-estruturas, das
graves. As razões não se limitam à muito comentada escassez de investi- tecnologias de informação e comunicação,
mento nos últimos dez anos, ou à crónica insuficiência dos orçamentos de dos transportes e do abastecimento.
funcionamento, ou ainda ao ressarcimento incompleto das missões reali- (...) A “crise” facilita porém a adopção
zadas no exterior nos últimos três anos. de políticas de emagrecimento e a
Na realidade, há também razões políticas, corporativas, orgânicas, racionalização de alguns sectores, com a
humanas, culturais, tecnológicas e outras – externas e internas – que con- condição de que exista uma direcção
tribuíram para a situação em que nos encontramos. estratégica consistente e o investimento adequado.
Assim, vamos pensar, planear e consolidar o caminho a seguir e,
enquanto o fazemos, continuaremos a utilizar o nosso modelo tradicional
O Vice-Almirante Henrique Alexandre Machado da Silva da Fonseca nasceu
em 1946 e concluiu o Curso da Escola Naval em 1967, especializando-se em de organização baseado no “comando e controlo”.
Armas Submarinas. Licenciou-se em Ciências Sociais e Políticas na Universidade (...)
Técnica de Lisboa e possui, entre outros, os cursos: “Curso Superior Naval de O VALM Silva da Fonseca salientou no seu discurso que:
Guerra” e o “Naval Staff Course”. “Haverá ainda que acompanhar de perto os novos programas de
Prestou serviço em diversas unidades navais, nomeadamente no N.R.P.
“S. Gabriel”, ex “Cte. João Belo” e “Cte. Hermenegildo Capelo” e comandou aquisição de meios navais, de todos conhecidos e que em breve, esperamos,
os N.R.P’s “Ribeira Grande” e “Ariete”. nos trarão a necessária renovação da Esquadra. E também outros impor-
Foi instrutor na Escola Naval de Cálculos Náuticos e Professor de Marinharia. tantes programas nas áreas das infra-estruturas do comando e controlo e
Cumpriu comissões de serviço em Moçambique e na Guiné. da simulação para treino.”
Como oficial superior foi Oficial Imediato do N.R.P. “Alm te Magalhães Mais adiante referiu ainda:
Corrêa” e comandou os N.R.P´s “Afonso Cerqueira” e “Corte Real”, tendo por
três vezes incorporado a STANAVFORLANT. Prestou serviço no EMGFA, na “(...) Na linha de pensamento já explicitada por Vossa Excelência terão
Divisão de Relações Públicas, no CNC como Chefe na DIV INFO e DIVOPS, no que ser estabelecidas prioridades e concentrados os escassos recursos por
CINCIBERLANT, na Div. de “Plans’ & Policy”. Como CMG dirigiu o CITAN e forma a manter as plataformas combatentes operacionais do ponto de vista
foi CEM do CN em Oeiras e comandou a Esquadrilha de Escoltas Oceânicos. do material, assegurando ainda a credibilidade do seu valor militar.
Em 1999 foi promovido a CALM e serviu como 2º Comandante do Comando
Naval, tendo sido promovido a VALM em 24 de Maio de 2002. Nas classes de navios cujo fim se avizinha importa considerar um con-
O VALM Alexandre da Fonseca possui diversos louvores e condecorações. ceito de “gestão de frota”, através de uma política de abates que tenha em
linha de conta as necessárias futuras substituições (...)
SUBCHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA
● No passado dia 8 de Julho reali- vigor em períodos de incerteza e ainda
zou-se, na Biblioteca do EMA, a ceri- mais intensamente se a escassez de
mónia de tomada de posse do cargo recursos for o factor dominante. Isto
de Subchefe do Estado-Maior da porque há um evidente apelo à reformu-
Armada pelo CALM Victor Manuel lação de conceitos para tentar racio-
Bento e Lopo Cajarabille, que foi pre- nalizar os novos elementos ainda car-
sidida pelo Vice-CEMA, VALM regados de ambiguidade e porque se
Vidal Abreu. torna necessário usar a imaginação
Das palavras proferidas pelo Vice- criadora para fazer mais com menos...”
-CEMA na ocasião é de salientar:
“ (...) Conheço bem o dia-a-dia do EMA e quanto ele é antítese do que
deveria ser face às pressões exógenas para responder, confirmar, rever, to- O CALM Lopo Cajarabille após terminar o curso na Escola Naval comandou a
mar posições, preparar apresentações ou intervenções. Foi, é, e continuará a LFP “Arcturus” rumando à Guiné, onde fez comissão até 1970.
Após se ter especializado em armas submarinas embarcou nas fragatas “Pero
ser assim. Mas há formas de filtrar e separar o importante do acessório, no Escobar” e “Pereira da Silva” onde integrou a STANAVFORLANT.
que darei o meu contributo. Até por que o EMA nunca cumprirá a sua Em Outubro de 1973 assumiu o comando do patrulha “Mandovi”, per-
missão se não souber dar tratamento diferente ao que realmente importa, manecendo em Angola até 1975. Ainda nesse ano embarcou novamente em fra-
sendo capaz de antecipar hoje o que apenas amanhã irá acontecer. gatas como Chefe do Serviço de Armas Submarinas, realizando nova comissão na
STANAVFORLANT no NRP “Alm. Magalhães Corrêa”.
Se assim procedermos, seremos capazes de conciliar a concretização Após ter sido instrutor de táctica naval do CITAN e na Escola de Armas Sub-
dos objectivos definidos com a incerteza do seu financiamento, a evolução marinas frequentou em 1980 o CGNG e o Naval Staff College em Newport, USA.
de soluções que pareciam firmes para outras que a tecnologia ou a opor- Em 1981/84 foi professor da disciplina de Ciências Sócio-Militares na Escola
tunidade tornaram mais válidas e, acima de tudo, teremos que evitar a Naval, seguindo-se uma comissão de cinco anos na Secção de Organização e
todo o custo chegar a situações sem solução, especialmente se tal resultar Legislação da 1ª Divisão do EMA. Foi ainda Ajudante de Campo do CEMA, até
1991, sendo então investido como Chefe do Gabinete do VALM SSP. Em 1992 e
de falta de planeamento, falta de visão ou de uma errada percepção de durante três anos prestou serviço no SACLANT HQ.
calendário (…) Regressado a Portugal foi Director de Instrução da Escola Naval até assumir,
No seu discurso, o CALM Lopo Cajarabille referiu: em Junho de 1997, as funções de Chefe da Divisão de Planeamento do EMA, que
“(...) Nos últimos três anos dediquei bastante tempo ao estudo de exerceu até Outubro de 1989, indo então frequentar o CSNG.
A partir de Setembro de 2000 passou a exercer as funções de Coordenador da
diversas matérias no quadro das envolventes externas das Marinhas Área de Ensino de Estratégia no ISNG.
bem como ao capítulo específico do planeamento estratégico. Reafirmo Da sua folha de serviços constam vários louvores e condecorações.
a conclusão de que os órgãos de “Staff” são suscitados com maior
22 SETEMBRO/OUTUBRO 2002 • REVISTA DA ARMADA