Page 126 - Revista da Armada
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Mas a história não ficará por aqui, pois já con-  Bugio e o velho faroleiro      Ilha Berlenga
         tamos com o seu neto, o Faroleiro de 2ª Classe   Quantos por aqui passaram
         Sérgio Neto, que presta serviço aqui na Direcção.   Que aos mais novos transmitiram  Naveguei rumo à Berlenga
                                                                                      Mas a ilha mal se via
         Mas os tempos agora são outros ...         Sobre as pedras que ficaram        Eu avançava, avançava
                                        Z           Contaram tudo o que ouviram       Ela crescia, crescia
                                                    Eu ouvi sou mensageiro
                              Proença Mendes        Sou um velho faroleiro            Agora o sol declinava
                                      CTEN          Zelei por esta nobreza            Cansado da luz no céu
                                                                                      Deitou-se no horizonte
                                                    O pai é S. Lourenço               Logo o Farol se acendeu.
                                                    A mãe D. Fortaleza
                                                    O filho com luz rodando
                                                    Num movimento constante           Ilha Berlenga ...
                                                    E toda a noite vai velando        Fonte de amor e beleza
                                                    P’lo rumo do navegante            Vénus fez-te menina
                                                                                      De água cristalina
                                                    Oh meu Bugio                      Que linda princesa
                                                    És das maiores sentinelas         Ilha Berlenga ...
                                                    Estás onde acaba o rio            Amor vem, vem comigo
                                                    E começa o mar tão frio           Olha que a primavera
                                                    Mar das Naus e Caravelas          Há muito que já ‘spera
                                                    A costa desta Lisboa              Para me ver contigo.
                                                    De noite visto daqui
                                                    De Cascais até Belém              É lindo o nevoeiro em bancos
                                                    Do Espichel à Trafaria            Escondendo a navegação
                                                    Que maravilhas eu vi.             O mar deixa de ser mar
                                                    Vi auroras boreais                P’ra ser um mar de algodão
                                                    Vi trombas de água subindo        Gaivotas são as crianças
                                                    Vi os grandes temporais           As canoilas o jardim
                                                    Selvagens mas era lindo.
                                                                                      Os ovos são as esp’ranças
                                                    Oh meu Bugio                      Daquele mundo sem fim.
                                                    És das maiores sentinelas
                                                    Estás onde acaba o rio            Ilha Berlenga ...
                                                    E começa o mar tão frio           Fonte de amor e beleza
                                                    Mar das Naus e Caravelas          Vénus fez-te menina
                                                    Oh meu menino ...                 D’água cristalina
                                                    Como vês já ‘stou velhinho        Que linda princesa
                                                    Com pena vou te deixar            Ilha Berlenga ...
                                                    Tú ficas p’ra indicar              Amor vem já comigo
                                                    Que é por aqui o caminho          Olha que a primavera
                                                    Oh meu menino ... Que saudade ...  Já disse mais não ‘spera
                                                    Que saudade meu menino ...
         O Faroleiro Chefe Neto junto a um painel da antiga óptica do   Oh meu menino...  Por Deus vem ter comigo.
         Farol das Berlengas exposta no Museu da Direcção de Faróis.
              A Capitania do Porto da Figueira da Foz
              A Capitania do Porto da Figueira da Foz

                  Recebe a Medalha de Ouro da Cidade
                  Recebe a Medalha de Ouro da Cidade


               a presença do Almirante Chefe do  tividade não passa,
               Estado-Maior da Armada e de altas  de forma ne nhuma,
         Nentidades ligadas aos órgãos políticos,  despercebida.
         militares, religiosos, académicos e empresa-  Pela sua impor-
         riais locais, no passado dia 5 de Dezembro,  tância, sublinham-
         durante uma cerimónia realizada no Centro  -se as actividades
         de Artes e Espectáculos figueirense, o Presi-  que se relacionam
         dente da Câmara, Eng.º Duarte Silva, fez a  com a segurança
         entrega solene da Medalha da Cidade à Ca-  da navegação, o
         pitania do Porto na pessoa do respectivo Ca-  as sinalamento ma-
         pitão do Porto, Capitão-de-fragata José Maria  rítimo, a luta contra
         Fonseca Garcia.                    a poluição, a salva-
                                            guarda da vida hu-
           Texto da deliberação da autarquia que ser-  mana no mar, a se-
         viu de base à concessão da medalha:  gurança das zonas
           “A Capitania do Porto da Figueira da Foz,  balneares e o con-
         criada em 30 de Agosto de 1839, é um orga-  trolo de actividades
         nismo local do Sistema de Autoridade Maríti-  no Domínio Público   O Presidente da Câmara faz a entrega da Medalha da Cidade ao Capitão do Porto.
         ma, com permanente e evidente actividade  Hídrico.
         na área de sua competência, por vezes com   Pela sua acção empenhada e decidida fo-  cipal atribuiu por unanimidade à Capitania
         escassos recursos.                 ram, pelos diversos responsáveis que inter-  do Porto da Figueira da Foz, a Medalha da
           Tendo vindo a desempenhar, ao longo de  pretaram a todo o tempo o bom nome da  Cidade da Figueira da Foz, na sua reunião
         toda a sua existência, um conjunto diversifi-  instituição, resolvi dos inúmeros pro  ble mas na  de Câmara de 19 de Novembro de 2002,
         cado de funções de índole militar, de adminis-  área da segurança do Porto da Figueira da  como forma de distinguir e prestar públi-
         tração, de justiça, de notariado, conservatória  Foz, caso dos naufrágios e a sua solução, dos  co apreço pelo seu contributo continuado
         e registo, de controlo de actividades portuá-  salvamentos no mar ou na zona da barra.  para o progresso e bom nome da cidade e
         rias e, desde o início do século passado, tam-  Consciente do valor do trabalho desen-  do concelho.”
         bém no âmbito do serviço público, a sua ac-  volvido ao longo dos anos, a Câmara Muni-                Z

         16  ABRIL 2003 U REVISTA DA ARMADA
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