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Taça América 2003
Taça América 2003
– em que lutaram pelo direito a participar na fi- no Peter Holmberg, disputaram a final da Taça
nal decisiva nove embarcações: Louis Vuitton, com a vitória dos suíços por 4-1.
OS PRETENDENTES “CHALLENGERS”
ESFORÇO
RESPONS.
NOME NACIONALIDADE IATE CLUBE “SKIPPER” ORÇAMENTAL
EXECUTIVO
(US DOLLAR MI)
Soc. Nautis Ernesto
Alinghi Suíça Russel Coutts 90
Geneve Bertarelli
Le Défi França UNCL Pillot / Presti Pierre Mas 35
Royal Ocean
GBR Challenge Reino Unido Ian Walker Peter Harrison 34
Racing Club
Mascalzove Itália Reale Yacht Paulo Cian Vicenzo 20
Latino Club-Savoia Onorato
One World EUA Seatle Peter Gilmour - 75
Challenge Yacht Club
Golden Gate Peter
Oracle Reacing EUA Larry Ellison 90
Yacht Club Holmberg
Prada Yacht Club Francesco de
Challenge Itália Punta Ala Angelis Patrizio Bertelli 70
New York
Team
A Dennis Conner EUA Gamla Stans Ken Read Dennis Conner 45
Revista da Armada publicou nas suas edi-
Yacht Club
ções n.º 333 e 334 (Julho e Agosto de 2000)
Victory
uma interessante reportagem da autoria do
Comandante Estácio dos Reis, subordinada ao Challenge Suécia Yacht Sallskap Jesper Bank - 50
tema da Regata em que se disputa a conhecida O VENCEDOR DA TAÇA AMÉRICA 2000
Taça América, com uma retrospectiva histórica
desse acontecimento vélico. Team Royal
Ao terminar o seu artigo o autor salientava o New Zealand Nova Zelândia New Zealand Dean Barker - 45
facto do próximo encontro se realizar em 2003 Yacht Squadron
nas águas da Nova Zelândia, em virtude de no
ano 2000 ter sido vencedor o “Black Magic”do Como os nossos leitores ficaram então a sa- Esta final envolveu um orçamento fabuloso (o
“New Zealand Team”. ber, a partir de 1987 nasceu uma nova classe de “Oracle” dispôs de uma verba estimada de 100
A realização da Taça América em Auckland, barcos com maiores dimensões, mais moderna e milhões de euros).
na Nova Zelândia, foi um evento que mobilizou mais rápida, a International América’s Cup Class. É interessante notar que, apesar de não ha-
as autoridades locais com muita antecedência e (IACC) e assim se disputaram as regatas de 1992, ver nenhuma embarcação de bandeira neo-ze-
com uma preparação muito minuciosa. 1995 e 2000. landesa, são dois neo-zelandeses os “skippers”
Desde 1995 que parte da economia neoze- A edição da Taça América deste ano a dispu- dos dois finalistas da Taça Louis Vuitton. Há
landesa tem gravitado em torno da Taça América, tar no golfo de Hauraki, em Auckland na Nova ainda a notar a particularidade de na tripu-
tendo até o presidente da Câmara do Comércio Zelândia, poderá ser marcada como uma home- lação do “Alinghi”, cujo patrão é o milioná-
de Auckland, Michaell Barnet, salientado o facto nagem à memória de Peter Blake, brutalmente rio Ernesto Bertarelli, estejam presentes cinco
de os custos para trazer a regata até águas neoze- assassinado por piratas na bacia do Amazonas,
landesas rondaram em 1995 os 71.700 milhões no estado brasileiro do Amapá, durante uma ex-
de euros, valor que para este ano se deverá cifrar pedição ecológica por si encabeçada.
em 102 milhões, números já de si astronómicos, Na realidade, Peter Blake, como presidente do
mas que são superados pelas receitas de turismo, “sindicato vélico”, foi quem conduziu em 1995 o (cedido pela Marinha Neo-Zelandesa)
emprego e publicidade. Foram milhares de jo- “New Zealand Team” dando a segunda vitória no
vens que se mobilizaram como voluntários em certame a um veleiro não americano em toda a
empregos ligados à indústria náutica, estaleiros história da competição, vencendo as cinco regatas
de reparação naval, órgãos e serviços de apoio da final contra o “Young Americ” dos EUA.
às regatas, bem como os postos de trabalho de Em 2000 foi ele que levou a Nova Zelândia
toda a indústria de restauração. a uma vitória na Taça América contra o “Luna
Os europeus estão também muito interessados Rosa”, este com as cores italianas, tendo de
que a vitória não vá cair de novo no “New Zea- novo o “Black Magic” do “New Zealand Team”
land Team” mas sim que recaia nas cores suíças, vencido estrondosamente as cinco regatas que
o que permitiria trazer a Taça América para a Eu- constituíram a final da competição, tendo como
ropa, designadamente, o Principado do Mónaco “skipper” Russell Couts.
e, porque não, Portugal. Entre 11 e 21 de Janeiro os iates “Alinghi”
Antes de se chegar ao confronto final com dois da Suiça, capitaneado pelo neo-zelandês Rus-
concorrentes, decorreram no ano de 2002 as di- sell Couts, responsável pela vitória de 2000, e
versas provas de selecção – Taça Louis Vuitton o “Oracle” dos EUA, capitaneado pelo vetera- Carta hidrográfica do Golfo de Hauraki – Auckland.
22 ABRIL 2003 U REVISTA DA ARMADA