Page 297 - Revista da Armada
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mente os cadetes fizeram serviço de adjun-  Actividades naturalmente diferentes,  os equipamentos e garantir todas as con-
         to ao oficial de quarto à ponte, serviço aos  como será compreensível, os que embarca-  dições de navegação, que não são iguais
         telégrafos, ao leme e vigia, procurando que  ram na corveta acompanharam uma missão  a nenhum outro navio da Marinha. Para
         tomassem contacto                                                                        além disso o espa-
         com todas as tare-                                                                       ço é mais reduzi-
         fas necessárias à                                                                        do e o balanço é
         navegação diurna                                                                         maior, complican-
         e nocturna, parti-                                                                       do as condições
         cipando nos diver-                                                                       de vivência a bor-
         sos exercícios que                                                                       do e obrigando a
         foram efectuados.                                                                        um relacionamen-
         Apesar da curta                                                                          to entre todos mui-
         duração da via-                                                                          to diferente de um
         gem houve opor-                                                                          navio de grandes
         tunidade de efec-                                                                        dimensões. É uma
         tuar manobras de                                                                         excelente esco-
         aproximação para                                                                         la de marinheiros
         reabastecimento                                                                          que assim apren-
         no mar, reboque,                                                                         dem que no mar
         operação de em-                                                                          é sempre o mar
         barcações para fis-                                                                       que manda, sendo
         calização da pesca,                                                                      necessário com-
         com acostagem e                                                                          preendê-lo e agir
         desacostagem, tiro                                                                       de acordo com o
         de armas ligeiras e                                                                      que ele exige. In-
         ainda um exercício                                                                       terromper o almo-
         com um helicópte-  Curso Vice-Almirante Alfredo Botelho de Sousa.                        ço ou o jantar para
         ro PUMA da Força                                                                         mudar uma vela na
         Aérea Portuguesa. Sobretudo foi uma pri-  SAR, que teve a particularidade de colabo-  proa é a coisa mais natural a bordo de um
         meira familiarização com o mar  (que não  rar num exercício com as fragatas “Álvares  veleiro pequeno, onde as fainas podem ser
         se mostrou muito agressivo, facilitando a  Cabral” e “Corte Real”, e de busca e salva-  muito mais inesperadas, onde as condições
         tarefa dos alunos) e com o funcionamen-  mento (SAREX) com um helicóptero PUMA.  de descanso podem escassear e onde se
         to global de um navio. No dia 31 de Julho  No dia 28 estava na Figueira da Foz, de  desenvolvem qualidades humanas essen-
         estavam a entrar outra vez na Base Naval  onde saiu para Tróia e depois para Leixões.  ciais à vida no mar e ao desempenho de
         de Lisboa terminando a sua curta primeira  O navio devia estar em Portimão a 9 de Ju-  qualquer Oficial de Marinha. Infelizmente
         viagem de instrução.               lho onde seria rendido pelo NRP “António  as viagens dos veleiros foram marcadas por
                                            Enes” na missão SAR e onde se daria a troca  alguns imprevistos provocados por avarias.
         2º ANO: CURSO GASPAR               com os cadetes dos veleiros, para que todos  O “Vega” só pôde sair de Lisboa a 5 de Ju-
         CORTE REAL                         praticassem as mesmas tarefas. A “António  lho, juntando-se ao “Polar” que já passara
                                            Enes” seguiu para Setúbal, Tróia e Viana do  por Peniche, Figueira da Foz e Sansenxo,
           A viagem de instrução do 2º ano desdo-  Castelo, regressando depois a Lisboa onde  chegando nesse dia a Cascais, já no cami-
         bra-se em várias fases dividindo os cade-  terminava a sua missão SAR e a viagem de  nho de Portimão, onde deveria efectuar-se
         tes por diversos navios, para que possam  instrução dos cadetes.      a troca de cadetes já referida. Entretanto,
         praticar diversas actividades importantes   O embarque a bordo dos veleiros tem  a 10 de Julho, foi a vez do “Polar” sofrer
         para a sua formação. Assim, uma parte do  particularidades bastante diferentes de  uma avaria na caixa redutora, seguindo o
         curso embarcou no NRP “General Perei-  qualquer outro, não só pelas dimensões  “Vega” para Puerto Santa Maria, Vila Mou-
         ra d’Eça” em missão SAR, a 26 de Junho,  dos navios, como pela não existência de  ra, Sines, Peniche e Lisboa onde chegaria
         enquanto os restantes embarcariam no  uma guarnição normal, o que obriga os ca-  24 de Julho. O “Polar” depois de ter conse-
         NRP “Vega” e NRP “Polar” (os dois velei-  detes a fazer todos os serviços necessários  guido reparar a avaria apenas teve oportu-
         ros que constituem o grupo de navios da  à sua vivência a bordo. Fazer a comida, la-  nidade de passar por Sines e Sesimbra para
         Escola Naval).                     var a loiça, arrumar a palamaenta, operar  chegar a Lisboa no mesmo dia.






















         O NRP “Polar” saindo o Tejo.                        O NRP “Vega” fundeado junto ao forte da Berlenga.
                                                                               REVISTA DA ARMADA U SETEMBRO/OUTUBRO 2003  7
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