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Exercício CONTEX
                     Força Naval “TG 443.02”



                                              Marinha realizou, no período de 13 a 24  B. FASE 2
                                              SET, o mais importante exercício planea-  IPT (IN-PORT TRAINING) PORTIMÃO
                                         A  do para o ano 2004 – o CONTEX-PHI-
                                         BEX 04 (CP-04).                       O GT fundeou durante o fim-de-semana na
                                          Mais uma vez, o Comando Naval treinou a ca-  Praia da Rocha, junto a Portimão, para análise
                                         pacidade para planear e conduzir acções envol-  do treino efectuado e preparação para as fases
                                         vendo forças dos três ramos e unidades navais e  seguintes. Neste curto período, foi executado
                                         aéreas de países aliados, em cenários de resposta  um exercício de apoio a um navio sinistrado
                                         a crises, nos quais as forças projectam influência e  “Stricken Vessel”, envolvendo de um modo con-
                                         poder sobre terra, deslocando-se e sustentando -se  densado equipas de todos os navios presentes
                    VIP’s visitam “TG 443.02”  pelo mar. Este exercício permitiu a execução de  e um helicóptero.
                                         operações de vigilância e de interdição marítima,
                                         desembarque anfíbio, operações especiais e opera-  C. FASE 3 – TACEX (TACTICAL PHASE)
                                         ções integradas na luta global contra o terrorismo,
                                         tendo em conta o actual ambiente internacional e   Após um curto trânsito num ambiente de mul-
                                         as ameaças difusas do mundo real.    ti-ameaça, o GT iniciou a fase táctica, correspon-
                                          O CP-04, exercício conjunto e multinacional,  dente ao desenvolvimento de uma operação de
                                         conduzido pelo VALM Alexandre da Fonseca, Co-  resposta a uma crise de pequena intensidade, cujo
                                         mandante Naval, contou com a participação de  cenário obrigava à execução de um conjunto de
                                         unidades dos três Ramos das Forças Armadas e de  tarefas, designadamente, interdição marítima, em-
                                         diversos países NATO, designadamente 16 navios  bargo, apoio humanitário e finalmente uma eva-
                                         de superfície (Portugal e Espanha), 2 submarinos  cuação de pessoal não combatente.
                                         (Portugal e Espanha), 10 diferentes tipos de aero-  Simultaneamente com o CP-04, e pela primei-
                                         naves de Portugal, Espanha e Canadá, meios de  ra vez, executou-se um exercício logístico com o
                                         Guerra Electrónica NATO, uma Companhia de  objectivo de proporcionar treino e avaliar a capa-
            VALM Alexandre da Fonseca (CTF 443)
                   visitou “TG 443.02” no mar.  Fuzileiros, o Destacamento de Acções Especiais,  cidade de resposta dos organismos da estrutura da
                                         um Destacamento de Mergulhadores Sapadores,  SSM, em apoio ao GT. A realização deste exercí-
                                         elementos da Escola Prática de Transmissões e do  cio, através da simulação de diversas avarias nos
                                         Centro de Instrução de Operações Especiais do  navios, envolveu a DN e a DA na procura de so-
                                         Exército, num total de cerca de 1500 militares.  luções rápidas para a sustentação operacional do
                                          O cenário deste exercício baseou-se no con-  GT, e constituiu-se, inequivocamente como uma
                                         flito entre dois países fictícios, Brownland e Gre-  mais valia ao permitir envolver no treino operacio-
                                         enland. Após o estabelecimento de um acordo  nal uma importante parte da estrutura da Marinha
                                         de cessar-fogo em Agosto de 2003 sobre forte  em terra responsável pelo apoio aos navios.
                                         pressão da comunidade internacional, Brown-  O CP-04 testou, ainda, pela primeira vez, a pos-
                                         land continuou a manifestar fortes tendências  sibilidade de jornalistas acompanharem (embeded)
                                         hegemónicas sendo responsável por acções de  forças navais, de modo a testar esta modalidade de
                                         desestabilização em Greenland. Face a esta situ-  integração da componente de Relações Públicas
                                         ação, as Nações Unidas convidaram Portugal a  em período de conflito, permitindo articular de for-
                  Centro de Operações (FFGH)  liderar uma Força Tarefa multinacional no sentido  ma adequada o desenvolvimento das operações
                                         de implementar as Resoluções do Conselho de  com a necessidade de informação, sem que esta
                                         Segurança das Nações Unidas com vista a:  comprometa a seguranças das referidas operações.
                                          - executar uma operação de assistência huma-  Embarcaram assim representantes de vários órgãos
                                         nitária em Greenland;                de comunicação social, em navios de superfície,
                                          - implementar o embargo de equipamento e  submarinos e unidades de fuzileiros considerando-
                                         apoio militar a Brownland.           -se que a experiência foi muito profícua.
                                          Neste sentido, um Grupo Tarefa (GT) com com-  No mar e em terra foram executados séries de de-
                                         ponentes Naval e Anfíbia, comandado pelo CMG  monstração das capacidades operacionais do GT a
                                         Pereira da Cunha, embarcado com o seu “staff” no  personalidades convidadas do MDN, corpo diplo-
                                         N.R.P. “Alvares Cabral”, foi deslocado para a área  mático, restantes ramos das FA e sociedade civil.
                                         de operações, concretizando ao longo do exercício,   Uma vez mais, a Marinha assinalou a importân-
                                         que decorreu em três fases, as seguintes tarefas:  cia que o treino assume na obtenção de elevados
                                                                              padrões de segurança, eficácia e eficiência das
          Inserção de forças especiais por submarino  A. FASE 1               operações navais, garantindo, assim, uma maior
                                         CET (COMBAT ENHANCEMENT TRAINING) /  prontidão e capacidade de resposta em caso de
                                         FIT (FORCE INTEGRATION TRAINING)     necessidade de empenhamento em crise ou con-
                                                                              flito, de modo autónomo ou em coligação.
                                          Programa de treino seriado que se prolongou
                                         até 18SET, tendo como objectivo consolidar a in-  AMEAÇAS ASSIMÉTRICAS
                                         teroperabilidade nas diversas disciplinas da guerra
                                         clássica em ambiente litoral, o normativo e proce-  Portugal foi o País responsável, no seio da co-
                                         dimentos desenvolvidos pela MGP no combate a  munidade das marinhas da NATO, pela introdu-
                                         ameaça assimétrica-terrorista, e também, avaliar  ção da doutrina experimental para defesa contra
                                         o sistema de combate das unidades navais, con-  as novas ameaças terroristas nas áreas costeiras
                                         cretizando exercícios de tiro de superfície e anti-  e nos Portos (ameaças assimétricas). Os proce-
                                         aéreo, este com recurso a uma aeronave de uma  dimentos propostos encontram-se em constante
                                         firma sueca, e disparo de torpedos.   avaliação com o objectivo de aperfeiçoar a efi-

         8  NOVEMBRO 2004 U REVISTA DA ARMADA
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