Page 335 - Revista da Armada
P. 335

/  PHIBEX 04                                                                       Força de desembarque




         cácia, eficiência e segurança das medidas im-  O ambiente predominante no exercício foi in-
         plementadas, os quais foram testados no CP-04  dubitavelmente o mar, sobretudo como elemento
         com assinalável êxito.               utilizado na projecção da força, permitindo assim
                                              aos militares do CIOE ficar com uma noção mais
         NAVAL CO-OPERATION AND GUIDANCE      próxima das dificuldades no seu emprego e da
         FOR SHIPPING (NCAGS)                 necessidade de treino que é requerido para que
                                              de uma forma simples, discreta mas eficiente, se
           No porto de Setúbal e no âmbito do exercício  possa projectar força na área do objectivo e cum-
         CP-04, duas equipas de NCAGS, contactaram os  prir a missão de forma conseguida.
         capitães dos navios mercantes que entraram o
         porto de Setúbal, em articulação com as autori-  AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE COMBATE   Projecção de Força (salto DAE/CIOE por PUMA)
         dades portuárias.                    DAS UN´S
           O principal objectivo destas acções visou pre-
         venir possíveis interferências entre as actividades   Com o objectivo de avaliar o sistema de comba-
         económicas marítimas e as operações navais. Es-  te das unidades navais, foram efectuados diversos
         tas acções simularam um cenário bastante actual  exercícios de tiro de superfície e anti-aéreo (A/A),
         face à necessidade crescente das marinhas mer-  bem como o disparo de torpedos, sendo de referir os
         cante e de pesca continuarem com as suas activi-  bons resultados obtidos no tiro A/A e de Superfície,
         dades enquanto decorrem operações navais.   destacando-se o derrube, pelo NRP “Corte real”, da
           Numa operação de interdição marítima, como  manga rebocada pela aeronave sueca durante o tiro
         a que foi executada pela força naval, a informação  com o Phalanx. De registar que foi a primeira vez
         recolhida junto dos navios mercantes teve, entre  que se realizou uma série de tiro com o Phalanx em
         outros, o objectivo de melhorar o panorama de  exercícios nacionais. Foram, também, testados os
         superfície disponibilizado ao comandante da for-  perfis de “settings” calculados pelo CITAN no lan-
         ça naval, permitindo-lhe, deste modo, melhorar a  çamento dos torpedos.    Forças especiais em exercício
         utilização dos meios navais à sua disposição.
           Esta nova vertente das operações navais, esta-  CROSSPOL COM MARINHA ESPANHOLA
         belecida em finais de 2003, quando a NATO to-
         mou a decisão de substituir a doutrina que viveu   No âmbito do planeamento e condução do
         como herança desde os primórdios da Segunda  exercício, foram realizadas diversas actividades
         Guerra Mundial, foi praticada pela primeira vez  de intercâmbio com a Marinha Espanhola, de-
         num exercício nacional. De sublinhar a boa re-  signadamente a participação em reuniões bila-
         cepção de todas as entidades portuárias, assim  terais, quer em terra, quer a bordo dos navios
         como dos navios mercantes que cooperaram ac-  dos 2 países.
         tivamente neste exercício, que se saldou assim,
         neste âmbito, por um assinalável êxito.  INFORMAÇÕES E GUERRA              Treino de navio sinistrado (Stricken Vessel)
                                              ELECTRÓNICA (GE)
         OPERAÇÕES ESPECIAIS
                                               No âmbito das informações foi testada uma
           O CP-04 veio introduzir um novo teste à ca-  célula de fusão de dados (all source) por forma
         pacidade operacional na Marinha ao assumir-se,  a apoiar a condução das operações.
         pela primeira vez, o Comando Conjunto de uma   O exercício das acções de “guerra electró-
         TG de Operações Especiais num exercício predo-  nica” foi apoiado pela Escola Prática de Trans-
         minantemente de natureza naval. Apesar de não  missões e pela NATO. A Escola Prática de
         constituir novidade o emprego do DAE neste tipo  Transmissões prestou apoio em acções de bus-
         de estruturas, aliás como comprovam as várias  ca, intercepção, azimutagem e registo/gravação
         participações desta unidade nos exercícios JCET  de comunicações HF, com uma equipa de GE
         (Joint Combined Exercise Training) com forças nor-  da “Companhia de Guerra Electrónica” da EPT,
         te-americanas e os da série SWORDFISH, Lusíada  constituída por oficiais, sargentos e praças e do-
         e Felino, o passo importante que se impunha dar  tada de cabines de busca e intercepção em HF.
         era precisamente o exercício do comando e con-  Este apoio foi dividido em duas fases, sendo a
         dução das Operações Especiais de forças conjun-  primeira fase de 13 a 17SET04, com os meios a
         tas do Exército e da Marinha. Se muitas dúvidas e  operar no Porto (EPT) e a segunda fase de 19 a
         reservas ainda existiam quanto à exequibilidade  24SET04 com os meios a operar em Pinheiro da   Treino de navio sinistrado (Stricken Vessel)
         desta intenção, ficou então provado que a Marinha  Cruz, com o apoio logístico do Corpo de Fuzi-
         através do seu Comando Operacional (COMNAV)  leiros (COMNAV DISTAFF FZ).
         encontra-se atenta às novas mudanças geoestraté-  Uma equipa da NATO (Multi Electronic War-
         gicas (decorrentes da imprevisibilidade da amea-  fare Support Group) participou neste exercício
         ça), introduzindo assim uma nova capacidade na  com uma viatura (newvan), com o objectivo de
         sua estrutura operacional.           prestar apoio à célula de fusão de dados e à ges-
            Por outro lado, e em termos tácticos, o exercí-  tão dos meios de GE das forças oponentes. Este
         cio veio comprovar a necessidade de incremen-  apoio decorreu durante a segunda fase na área
         tar este tipo de intercâmbios entre unidades com  de Pinheiro da Cruz e foi de grande utilidade,
         valências nas acções e operações especiais, por  proporcionando aos operadores um treino mui-
         forma a agilizar-se os procedimentos, a doutrina  to realista e eficaz.
         e a interoperabilidade entre forças, tendo sido                       Z
         identificados ensinamentos vários.                 (Colaboração do Comando Naval)
                                                                                     REVISTA DA ARMADA U NOVEMBRO 2004  9
   330   331   332   333   334   335   336   337   338   339   340