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/ PHIBEX 04 Força de desembarque
cácia, eficiência e segurança das medidas im- O ambiente predominante no exercício foi in-
plementadas, os quais foram testados no CP-04 dubitavelmente o mar, sobretudo como elemento
com assinalável êxito. utilizado na projecção da força, permitindo assim
aos militares do CIOE ficar com uma noção mais
NAVAL CO-OPERATION AND GUIDANCE próxima das dificuldades no seu emprego e da
FOR SHIPPING (NCAGS) necessidade de treino que é requerido para que
de uma forma simples, discreta mas eficiente, se
No porto de Setúbal e no âmbito do exercício possa projectar força na área do objectivo e cum-
CP-04, duas equipas de NCAGS, contactaram os prir a missão de forma conseguida.
capitães dos navios mercantes que entraram o
porto de Setúbal, em articulação com as autori- AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE COMBATE Projecção de Força (salto DAE/CIOE por PUMA)
dades portuárias. DAS UN´S
O principal objectivo destas acções visou pre-
venir possíveis interferências entre as actividades Com o objectivo de avaliar o sistema de comba-
económicas marítimas e as operações navais. Es- te das unidades navais, foram efectuados diversos
tas acções simularam um cenário bastante actual exercícios de tiro de superfície e anti-aéreo (A/A),
face à necessidade crescente das marinhas mer- bem como o disparo de torpedos, sendo de referir os
cante e de pesca continuarem com as suas activi- bons resultados obtidos no tiro A/A e de Superfície,
dades enquanto decorrem operações navais. destacando-se o derrube, pelo NRP “Corte real”, da
Numa operação de interdição marítima, como manga rebocada pela aeronave sueca durante o tiro
a que foi executada pela força naval, a informação com o Phalanx. De registar que foi a primeira vez
recolhida junto dos navios mercantes teve, entre que se realizou uma série de tiro com o Phalanx em
outros, o objectivo de melhorar o panorama de exercícios nacionais. Foram, também, testados os
superfície disponibilizado ao comandante da for- perfis de “settings” calculados pelo CITAN no lan-
ça naval, permitindo-lhe, deste modo, melhorar a çamento dos torpedos. Forças especiais em exercício
utilização dos meios navais à sua disposição.
Esta nova vertente das operações navais, esta- CROSSPOL COM MARINHA ESPANHOLA
belecida em finais de 2003, quando a NATO to-
mou a decisão de substituir a doutrina que viveu No âmbito do planeamento e condução do
como herança desde os primórdios da Segunda exercício, foram realizadas diversas actividades
Guerra Mundial, foi praticada pela primeira vez de intercâmbio com a Marinha Espanhola, de-
num exercício nacional. De sublinhar a boa re- signadamente a participação em reuniões bila-
cepção de todas as entidades portuárias, assim terais, quer em terra, quer a bordo dos navios
como dos navios mercantes que cooperaram ac- dos 2 países.
tivamente neste exercício, que se saldou assim,
neste âmbito, por um assinalável êxito. INFORMAÇÕES E GUERRA Treino de navio sinistrado (Stricken Vessel)
ELECTRÓNICA (GE)
OPERAÇÕES ESPECIAIS
No âmbito das informações foi testada uma
O CP-04 veio introduzir um novo teste à ca- célula de fusão de dados (all source) por forma
pacidade operacional na Marinha ao assumir-se, a apoiar a condução das operações.
pela primeira vez, o Comando Conjunto de uma O exercício das acções de “guerra electró-
TG de Operações Especiais num exercício predo- nica” foi apoiado pela Escola Prática de Trans-
minantemente de natureza naval. Apesar de não missões e pela NATO. A Escola Prática de
constituir novidade o emprego do DAE neste tipo Transmissões prestou apoio em acções de bus-
de estruturas, aliás como comprovam as várias ca, intercepção, azimutagem e registo/gravação
participações desta unidade nos exercícios JCET de comunicações HF, com uma equipa de GE
(Joint Combined Exercise Training) com forças nor- da “Companhia de Guerra Electrónica” da EPT,
te-americanas e os da série SWORDFISH, Lusíada constituída por oficiais, sargentos e praças e do-
e Felino, o passo importante que se impunha dar tada de cabines de busca e intercepção em HF.
era precisamente o exercício do comando e con- Este apoio foi dividido em duas fases, sendo a
dução das Operações Especiais de forças conjun- primeira fase de 13 a 17SET04, com os meios a
tas do Exército e da Marinha. Se muitas dúvidas e operar no Porto (EPT) e a segunda fase de 19 a
reservas ainda existiam quanto à exequibilidade 24SET04 com os meios a operar em Pinheiro da Treino de navio sinistrado (Stricken Vessel)
desta intenção, ficou então provado que a Marinha Cruz, com o apoio logístico do Corpo de Fuzi-
através do seu Comando Operacional (COMNAV) leiros (COMNAV DISTAFF FZ).
encontra-se atenta às novas mudanças geoestraté- Uma equipa da NATO (Multi Electronic War-
gicas (decorrentes da imprevisibilidade da amea- fare Support Group) participou neste exercício
ça), introduzindo assim uma nova capacidade na com uma viatura (newvan), com o objectivo de
sua estrutura operacional. prestar apoio à célula de fusão de dados e à ges-
Por outro lado, e em termos tácticos, o exercí- tão dos meios de GE das forças oponentes. Este
cio veio comprovar a necessidade de incremen- apoio decorreu durante a segunda fase na área
tar este tipo de intercâmbios entre unidades com de Pinheiro da Cruz e foi de grande utilidade,
valências nas acções e operações especiais, por proporcionando aos operadores um treino mui-
forma a agilizar-se os procedimentos, a doutrina to realista e eficaz.
e a interoperabilidade entre forças, tendo sido Z
identificados ensinamentos vários. (Colaboração do Comando Naval)
REVISTA DA ARMADA U NOVEMBRO 2004 9