Page 335 - Revista da Armada
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Cerimónia da Flutuação dos Novos
                     Cerimónia da Flutuação dos Novos

         Navios Patrulha da Classe “Viana do Castelo”
         Navios Patrulha da Classe “Viana do Castelo”

             eve lugar no  passado dia 1 de Outu-  renovação da Marinha como elemento de de-  Em termos de prioridades, também já foi
             bro, nos Estaleiros Navais de Viana do  senvolvimento da economia do País. Salien-  por mim diversas vezes anunciado que a pri-
         TCastelo, a Cerimónia de Flutuação dos  tou ainda, “... Em intervenções anteriores, al-  meira necessidade da Marinha, no âmbito
         dois primeiros Navios Patrulha Oceânicos da  gumas delas neste mesmo estaleiro, chamei  das missões de serviço Público, é a constru-
         Classe “ Viana do Castelo”.        a atenção para o quanto se poderia ganhar  ção de 5 Lanchas de Fiscalização Costeira.
           O evento contou com                                                                Os meios que irão subs-
         a presença do Chefe do                                                               tituir estão a ser mantidos
         Estado-Maior da Ar-                                                                  e operados com custos
         mada, Almirante Vidal                                                                dificilmente aceitáveis e
         Abreu, do Director-Ge-                                                               que apenas se justificam
         ral de Armamento e                                                                   para que quem anda no
         Equipamentos de Defe-                                                                mar não fique sem apoio
         sa, do Secretário Geral                                                              e o Estado não deixe de
         do Ministério da Defesa                                                              exercer e afirmar a sua
         Nacional, do Vice-Al-                                                                autoridade.
         mirante Comandante                                                                     E é exactamente por-
         Naval, do Vice-Almi-                                                                 que os Navios de Pa-
         rante Superintendente                                                                trulha Oceânicos e as
         dos Serviços do Mate-                                                                Lanchas de Fiscalização
         rial, do Contra-Almiran-                                                             Costeira não são navios
         te Sub-Director Geral da                                                             combatentes e se desti-
         Autoridade Marítima, do                                                              nam essencialmente a
         Contra-Almirante Direc-                                                              missões de interesse pú-
         tor de Navios e dos ele-                                                             blico, que os custos da
         mentos da Missão de   Flutuação dos cascos dos Patrulhas “Viana do Castelo” e “Figueira da Foz”.  sua construção devem
         Acompanhamento e Fis-                                                                ser suportados por ver-
         calização (MAF-NPO).                                                                 bas do PIDDAC, como
         Os Estaleiros Navais de                                                              qualquer outro investi-
         Viana do Castelo foram                                                               mento público nas áreas
         representados pelo Pre-                                                              do desenvolvimento ou
         sidente do Conselho de                                                               do domínio social.
         Administração e demais                                                                 As dificuldades que se
         elementos da Adminis-                                                                vislumbram para 2006
         tração. Assistiram ainda                                                             terão que ser ultrapassa-
         à Cerimónia as auto-                                                                 das pela tutela, encon-
         ridades locais - civis e                                                             trando fontes de finan-
         militares.                                                                           ciamento alternativas
           O Presidente do Con-                                                               que não a LPM, já de
         selho de Administração                                                               si tão desproporcional-
         dos Estaleiros Navais                                                                mente subdotada, facto
         de Viana do Castelo,                                                                 este que tem obrigado a
         Dr. Fernando Geraldes,                                                               adiar sucessivamente o
         iniciou a sua alocução                                                               levantamento de impor-
         agradecendo a presen-                                                                tantes capacidades com-
         ça da Marinha, repre-  O Almirante CEMA com o Presidente da Câmara e o Administrador dos Estaleiros.  batentes. E que se saiba,
         sentada pelo Almirante                                                               Portugal ainda quer ter
         Chefe de Estado-Maior da Armada e demais  se, logo desde início, tivesse havido decisões  uma Marinha de Guerra e não apenas uma
         oficiais generais. Salientou no seu discurso, a  que permitissem ao estaleiro e ao País tirarem  Guarda Costeira...”
         importância do projecto dos Navios Patrulhas  partido da dimensão global do programa de   A flutuação decorreu com normalidade,
         Oceânicos (NPO) para os Estaleiros Navais de  substituição das Corvetas e dos Patrulhas Cos-  apesar do vento fresco que se fazia sentir.
         Viana do Castelo, pelo estímulo que constitui  teiros. Tal não foi possível. Mas ao menos que   Foi servido um verde de honra, seguido de
         ao desenvolvimento da sua capacidade tec-  o seja para o conjunto das unidades ainda em  uma visita a bordo do futuro NRP “Viana do
         nológica, assim como, pela abertura de novos  falta. O factor quantidade poderá ser, não só  Castelo”, Construção 238 dos Estaleiros Na-
         mercados, preparando o estaleiro para um fu-  gerador de economias de escala, como ser  vais de Viana do Castelo.
         turo mais moderno e competitivo.   motor da criação de novas indústrias satélites   O dia da entrega do primeiro NPO da
           O Chefe do Estado-Maior da Armada, Almi-  desta unidade fabril.     Classe “Viana do Castelo” à Marinha, pre-
         rante Vidal Abreu, fez incidir a sua alocução   Insisto neste ponto, pois todas as conjectu-  visto ocorrer uma semana antes do dia da
         na importância e no significado do acto, por  ras são más conselheiras e há que não deixar  Marinha de 2006, será um dia grande para a
         marcar a retoma da construção naval militar,  que os problemas de curto prazo (que são  Marinha, para o Estaleiro e para a cidade de
         interrompida por quase quarenta anos, por se  reais) ponham em causa planos estratégi-  Viana do Castelo.
         tratar de um elemento estruturante das indús-  cos, com reflexos estruturais para a Marinha            Z
         trias de defesa e por aproveitar o programa de  e para o País.                        (Colaboração do MAF-NPO)
                                                                                     REVISTA DA ARMADA U NOVEMBRO 2005  9
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