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A ÚLTIMA AULA NO INSTITUTO SUPERIOR NAVAL DE GUERRA


              eproduzem-se as passagens mais signifi-  todos vós, não sendo de mais lembrá-lo nesta  ensino referentes ao ano lectivo transacto, bem
              cativas da alocução final do Director, num  oportunidade.         como a programação dos cursos navais de guer-
         Rregisto figurativo da última aula do Institu-  Senhor Professor Adriano Moreira,  ra para o corrente ano, com realização repartida
         to Superior Naval de Guerra. Disse na ocasião:  que dizer e que não tenha já escutado de  pela sede do novo Instituto (em Pedrouços, nas
           “Pretendeu a Marinha marcar dignamen-  muitos de nós, de um mestre que marcou in-  ex-instalações do Instituto de Altos Estudos Mi-
         te um momento relevante para a sua história  delevelmente cada um dos oficiais graduados  litares) e pelas instalações do ex-Instituto Supe-
         institucional. Distinguir os nossos graduados e  desta casa e que o reconhecem como exemplo  rior Naval de Guerra, na Junqueira. Mencionou,
         celebrar o fim de um ciclo constituem a razão  de homem público e o guardam como referên-  ainda, a continuação do regular intercâmbio e
         próxima desta singular cerimónia, simultanea-  cia ímpar da sua formação ? Apenas um obriga-  cooperação com Marinhas amigas, através da
         mente singela e solene pelo grande significa-  do que não cabe no orgulho que a pertença ao  frequência dos cursos pelos seus auditores e
         do que representa para a Marinha e para todos  elenco nos proporcionou na divulgação do nos-  alunos, nomeadamente do Brasil, Espanha, Ale-
         aqueles, e foram muitos, que permitiram que a  so corpo docente.      manha, dos Países Africanos de Língua Oficial
         ideia do seu Instituto Superior Naval de Guerra   Senhores convidados, Magníficos Reitores, Pro-  Portuguesa e de países do Norte de África, como
         tomasse corpo.                     fessores, conferencistas, camaradas da AORN,  Marrocos e Tunísia.
           Seria compreensível que numa cerimónia tão   devo ser justo e por isso a necessidade de a to-  O Director do Instituto expressou ainda o
         especial para a Marinha como esta e com um  dos dizer que mais do que convidados, fizeram  maior apreço pelo magnífico desempenho dos
         significado naval tão proeminente como o é o  e continuarão a fazer parte de nós. Ainda que  auditores e alunos que acabavam de receber os
         da extinção de um dos seus três estabelecimen-  não residentes, partilharam o nosso projecto e  seus diplomas e prémios, acrescentando tratar-se
         tos de ensino superior militar, se desejasse contar,  alentaram-nos na nossa ambição de bem servir  de um ano de excelente colheita, mais do que
         em primeiro lugar, com a presença solidária dos  o ensino e a Marinha, com direito a integrarem  promissora para os desafios de um futuro próxi-
         seus oficiais. Mas numa celebração de cunho fa-  o núcleo familiar e razão bastante para um sin-  mo que adiante iria explicitar, a garantirem, desde
         miliar também nos aquece a alma o circulo mais  cero reconhecimento mais uma vez publica-  já, um capital de confiança para os combates em
         próximo dos nossos amigos e a quem o Instituto  mente enaltecido.     que a Marinha se venha a ver envolvida, incluin-
         muito fica a dever. Daí que a audiência reflicta   Senhores Professores, auditores e alunos  do o da qualidade e da excelência.
         essa dupla e gratificante composição.    deste último e de todos os anos,  Resumida a parte respeitante à “prestação de
           Senhor Almirante Chefe do Estado-Maior   Uma palavra de homenagem ao vosso labor  contas” sobre o trabalho realizado e respecti-
         da Armada,                         e responsabilidade por aquilo que este Instituto  vos resultados, recupera-se o discurso directo
           Muito nos distingue e conforta a sua presen-  terá feito de bom e de útil nos seus últimos 43  do Director do ISNG:
         ça nesta casa e nesta circunstância. É hora de  anos, para não recuar mais. Foram a chama e   “Passando à segunda e última parte desta in-
         lhe agradecer o apoio que sempre nos conce-  o espírito de uma casa com história. Que o fu-  tervenção, será útil recordar a entrada em vigor
         deu, com expressão directa, nomeadamente,  turo vos favoreça.         da legislação que consagra a criação do novo
         ao nível do nosso embelezamento exterior e  –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––  Instituto – o IESM – e a simultânea extinção dos
         interior, nomeadamente na melhoria das con-  Depois de termos escutado uma evocação de  actuais Institutos dos ramos.
         dições de trabalho e habitabilidade dos nos-  um passado que nos orgulha, será natural que me   Já é do conhecimento público o modelo que
         sos estudantes.                    ocupe do presente e, especialmente, do futuro  sustenta esta reforma do ESM. Direi, contudo,
           Senhores Almirantes Fuzeta da Ponte e Vieira  que nos deve preocupar.  que o processo, como qualquer outro desta na-
         Matias, Senhores Almirantes Quesada Andrade e   Assim, as minhas primeiras palavras reporta-  tureza, e independentemente de vicissitudes de
         Mendes Cabeçadas e todos os antigos Directores  rão as principais actividades relativas ao último  ordem metodológica e procedimental sofridas,
         desta casa, que recordo mesmo ausentes  ano lectivo de funcionamento, aditadas, num  consagra uma solução que os nossos aliados e
           uma palavra de agradecimento e regozijo pela  segundo momento, de considerações sobre um  parceiros edificaram nos últimos anos e até com
         companhia amiga, regular ao longo dos anos e  futuro que por ser importante terá fatalmente de  maior nível de ambição.
         bem lenitiva nesta ocasião. Mais, e conforme o  ser bem arquitectado”.  Referirei apenas o regime de transição que a
         declarei em anterior cerimónia de abertura sole-  O Director do ISNG destacou nesta altura  lei preveniu para o corrente ano lectivo, ao loca-
         ne, a obra surgiu do labor e discernida acção de  o conjunto de cursos e demais actividades de  lizar o funcionamento dos cursos “conjuntos” – o
                                                                                    REVISTA DA ARMADA U NOVEMBRO 2005  11
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