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Formação Profissional Acreditada
                     Formação Profissional Acreditada


                - Uma aposta permanente do Arsenal do Alfeite -

         ACREDITAÇÃO DA FORMAÇÃO                                               ro civil, caldeireiro de tubos, caldeireiro naval,
                                                                               soldador, operador de máquinas ferramenta
               o elenco das finalidades regulamenta-                            (torneiro mecânico e fresador), carpinteiro de
               res do Arsenal do Alfeite figura o co-                           limpos, electricista de manutenção, técnico de
         Nmetimento de “Formar e desenvolver                                   informática e técnico de electrónica.
         as capacidades técnicas dos seus dirigentes e                           Estes jovens constituíram durante as últimas
         trabalhadores, mantendo escolas e ministrando                         décadas a principal e mais qualificada fonte de
         o ensino das várias especialidades necessárias                        mão de obra para as carreiras de operário e de
         à laboração do Arsenal”.                                              técnico do estaleiro.
           Desde o início da sua actividade, em 1939, a                          Foi também neste período que a generalida-
         formação constituiu uma actividade permanen-                          de dos trabalhadores passou a frequentar cur-
         te e uma preocupação constante no estaleiro.                          sos para a habilitação à promoção e reconver-
           Até finais da década de 50, a formação de-                           são noutras funções, conforme o exigia o novo
         corria no respectivo posto de trabalho, pelo                          quadro de carreiras aprovado em 1979. Com
         método da observação e participação do for-                           a mesma finalidade, iniciou-se a formação es-
         mando na execução de tarefas a cargo de ope-                          colar geral para a obtenção do 6.º ano de es-
         rários especializados.             1980, os Ministérios da Educação e Ciência e  colaridade (ciclo preparatório). Esta formação
           Esta formação era dirigida a jovens da faixa  do Trabalho obrigaram-se a promover, apoiar e  era assegurada pelo Arsenal, em horário misto,
         etária dos 14 aos 15 anos, admitidos com a ca-  assegurar conjuntamente acções piloto de for-  com a realização dos exames na Escola Antó-
         tegoria de aprendiz, sem qualquer expe riência  mação em íntima colaboração com a Fábrica  nio da Costa, em Almada.
         profissional, que percorriam os diversos sec-  Militar de Braço de Prata, o Arsenal do Alfeite, a   Em 1986, com o primeiro protocolo cele-
         tores oficinais sob a responsabilidade de um  Siderurgia Nacional e a Setenave-Estaleiros Na-  brado entre o Arsenal, a Escola Secundária da
         operário desse sector, iniciando assim o seu  vais de Setúbal, EP. Os cursos criados tinham a  Amora e o Ministério da Educação, iniciou-se
         primeiro contacto com a profissão e assimilan-  duração de três anos e destinavam-se a jovens  a formação escolar do ensino básico e secun-
         do os conhecimentos inerentes à execução de  dos 14 aos 15 anos, com a escolaridade obri-  dário no Arsenal do Alfeite. Este Polo da Esco-
         trabalhos em curso.                gatória e inscritos nos Centros de Emprego. Esta  la da Amora no Arsenal do Alfeite continua a
           Nos finais da década de 50 deu-se a primei-  formação conferia a dupla certificação profis-  funcionar em horário pós-laboral, das 17h20
         ra transformação na organização da aprendi-  sional e escolar, passando a formação em sala a  às 22h10, com uma população numerosa
         zagem com a criação, nas oficinas, de um es-  ter uma expressão significativa com as aulas de  (243 alunos inscritos no ano lectivo 2006/7,
         paço próprio destinado à formação prática dos  formação geral, científica e tecnológica.   perfazendo sete turmas, sendo 55 trabalha-
         aprendizes, sob a responsabilidade de um ope-  É também por esta altura que é criada, a car-  dores do Arsenal e 188 militares de diversos
         rário. Esta mudança estava associada à obriga-  reira de monitor de formação profissional.  organismos da Marinha, sediados no Alfeite).
         toriedade dos aprendizes frequentarem a escola   O Arsenal deu início a esta acção piloto com  Para assegurar esta formação, a Escola Secun-
         mais perto da sua área de residência até aos 18  três turmas, nas saídas profissionais de Electri-  dária da Amora mantém um corpo docente de
         anos, beneficiando de uma redução diária de  cista, Caldeireiro de Tubos e Serralheiro Civil,  22 professores.
         2 horas no horário de trabalho. Com-
         pletados os 18 anos, o percurso esco-                                       ACREDITAÇÃO DO ARSENAL
         lar era determinante para a sua carreira                                    DO ALFEITE COMO
         profissional e permanência no esta-                                          ENTIDADE FORMADORA
         leiro. Os que tinham aproveitamento
         passavam à categoria de ajudante e os                                         Com a publicação da Portaria
         restantes eram reclassificados em ser-                                       n.º 782/97, de 29 de Agosto, tor-
         ventes oficinais.                                                            nou-se requisito obrigatório que as
           Em 1972, coincidindo com a ad-                                            entidades formadoras fossem acre-
         missão de um número significativo de                                         ditadas para poderem candidatar-se
         aprendizes, foi criado um espaço pró-                                       a cursos co-financiados pelo FSE e
         prio, fora das oficinas, no piso térreo                                      pelo IEFP, nos quais se enquadravam
         da Sala do Risco, com a designação de                                       as acções desenvolvidas pelo Arse-
         Escola de Formação, para o desenvol-                                        nal do Alfeite no âmbito do sistema
         vimento da aprendizagem destes jo-                                          de aprendizagem.
         vens, nas especialidades de Serralharia                                       Em 14 de Agosto de 1998, o Arse-
         Mecânica, Máquinas-Ferramentas, Caldeiraria  para um grupo de 54 alunos. Esta experiência  nal logrou obter a acreditação concedida
         de Tubos, Caldeiraria Naval, Soldadura, Electri-  durou 5 anos e viria a ser substituída em 1984  pelo Ministério da Defesa Nacional no domí-
         cidade e Carpintaria Naval. Para ministrar esta  pela formação inicial de jovens em regime de  nio do desenvolvimento e execução da for-
         formação prática e teórica associada à execu-  aprendizagem. Este sistema de formação, co-  mação, a qual viria a ser renovada por mais
         ção dos trabalhos, foram convidados mestres e  nhecido abreviadamente por Aprendizagem,  três anos em 31 de Maio de 2002.
         operários especializados dessas profissões.   que se encontra ainda em vigor, é dirigido a   No primeiro semestre de 2006, tendo por
           A Escola de Formação esteve inactiva de  jovens que tenham ultrapassado a idade limite  base os novos requisitos estabelecidos pelo
         1976 a 1980, ano em que se iniciou a acção  de escolaridade obrigatória e que tenham me-  IQF (Instituto para a Qualidade na Formação)
         piloto da formação profissional, que constituiu  nos de 25 anos.       para a acreditação de entidades formadoras,
         o embrião do que alguns anos mais tarde viria   Nestes últimos 20 anos concluíram a forma-  o Arsenal do Alfeite candidatou-se de novo
         a ser o sistema de aprendizagem. Através do  ção centenas de jovens das seguintes saídas  à acreditação nos seguintes domínios: con-
         Despacho Conjunto nº 72 de 26 de Março de  profissionais: serralheiro mecânico, serralhei-  cepção, organização e desenvolvimento das

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