Page 119 - Revista da Armada
P. 119

Engª Natércia Cabral (IPTM), Dr. José Braz (PJ), TCor Timóteo Pedroso (GNR), Dr. Pedro Matos (SEF), Dr Pedro Picciochi (ASAE) e Drª Maria José Policarpo (DGPA).
         de se dispor de um conhecimento permanente  tos operacionais e técnico-jurídicos da recente  cursos pesqueiros, numa base de sustentabili-
         e completo de tudo o que ocorre no ambien-  operação HERA II, em que a Marinha tomou  dade, evidenciou a “parceria” entre a DGPA e
         te marítimo e que com ele esteja associado,  parte conjuntamente com o SEF. O Dr. Pedro  a Marinha. Referindo como aspectos positivos
         como forma de identificar o que possa cons-  Picciochi debruçou-se sobre o conjunto de ini-  a estreita e variada relação estabelecida, não
         tituir um risco ou uma ameaça à segurança.  ciativas envolvendo meios navais e da PM no  deixou de realçar, contudo, a necessidade de
         Enfatizou que a existência de tal conhecimento  quadro de intervenções da ASAE, realçando a  aprofundar e melhorar práticas que incremen-
         é instrumental no apoio às operações navais.  partilha de recursos em apoio ao cumprimen-  tem a qualidade das actividades inspectivas
         Seguidamente, e ao apresentar o vasto leque  to de tarefas da esfera de competências daque-  e de fiscalização, nomeadamente na procura
         de intervenções da Esquadra, das tradicionais  la entidade. Seguidamente, o TCor Timóteo  de uma acrescida conformidade para com pa-
         actuações de matriz militar até à esfera da sal-  Pedroso apresentou a visão da GNR, quanto  drões impostos pela UE.
         vaguarda da segurança e do exercício da auto-  ao seu papel no exercício, necessariamente   No encerramento, e com a presença do Se-
         ridade do Estado, relembrou que, no ordena-  partilhado, da segurança, protecção e defesa  cretário de Estado da Defesa Nacional e dos
         mento jurídico nacional, os comandantes das  de espaços marítimos, como contributo para  Assuntos do Mar, Dr. João Mira Gomes, o Al-
         Unidades Navais não estão investidos da au-  o fortalecimento de um sentimento de segu-  mirante CEMA fez uma apreciação muito po-
         toridade de polícia criminal, mas vêem legiti-  rança das pessoas. Aludiu à criação de uma  sitiva aos trabalhos do seminário, agradecen-
         mada a sua actuação no combate a certos ilíci-  “Unidade de Controlo Costeiro”, no âmbito  do a mais-valia do contributo de todos aqueles
         tos de natureza penal, através de preceitos do  da reforma das forças de segurança, não ha-  que participaram nesta iniciativa do GERE,
         Direito Internacional. Tal actuação é reforçada,  vendo ainda definição quanto aos aspectos de  muito em especial aos oradores convidados e
         sempre que necessário, pela colaboração com  articulação com outras entidades com compe-  à designada “Colaboração Institucional”.
         a Polícia Marítima, dando expressão prática ao  tências naqueles domínios. O TCor Timóteo
         paradigma do “Duplo Uso”, ou com outros  Pedroso expressou ainda o reconhecimento   BALANÇO
         Órgãos de Polícia Criminal, sendo um exem-  pela colaboração já existente com a Marinha,
         plo disso as colaborações com a PJ. O VALM  expressando a opinião que existem oportuni-  Se a primeira jornada foi marcada pela ri-
         Vargas de Matos identificou ainda um con-  dades para o seu reforço. Na sua intervenção,  queza dos conceitos e dos modelos em de-
         junto de factores críticos de sucesso visando  a Engª. Natércia Cabral centrou a comunica-  bate, já a segunda sessão de trabalho cativou
         a segurança no mar, que                                                              as atenções pelo carácter
         passam, uma vez mais,                                                                necessariamente mais
         pelo incremento da co-                                                               objectivo das comunica-
         laboração interdeparta-                                                              ções e pelo debate susci-
         mental, seja na partilha                                                             tado. Não obstante a di-
         de informações, seja na                                                              versidade dos oradores,
         harmonização de com-                                                                 e as tónicas de cada uma
         petências.                                                                           das sessões de trabalho,
           No painel seguinte,                                                                afirmou -se uma matriz
         “Colaboração Institu-                                                                comum no que respei-
         cional”, ressalta um tra-                                                            ta, por um lado, à natu-
         ço comum. Todos os in-                                                               reza e complexidade dos
         tervenientes retrataram                                                              riscos e ameaças e, por
         experiências válidas de                                                              outro lado, quanto ao
         colaboração com a Ma-                                                                reconhecimento da ne-
         rinha, não obstante re-  Mesa de encerramento do Seminário.                          cessidade de se aperfei-
         conhecerem a existência                                                              çoarem os mecanismos
         de margem para se progredir no sentido de  ção nas recentes Orientações Estratégicas para  de articulação e de coordenação interdeparta-
         mais e melhor colaboração. O Dr. José Braz,  o sector marítimo portuário, as quais elegem  mental para a potenciação das actuações.
         centrando a sua intervenção no combate ao  a cooperação como uma matéria forte, com   A Marinha congratula-se com a reflexão
         narcotráfico, e num registo pragmático, refe-  presença em variados domínios, desde a or-  proporcionada em torno da apresentação
         riu “Os projectos e as instituições devem ser  ganização e gestão portuárias, ao transporte  do seu paradigma operacional, esperando
         avaliados não pelos seus propósitos ou in-  marítimo, à segurança e ao ambiente, abar-  que se ajustem todos os mecanismos des-
         tenções declaradas, mas pela actividade que  cando vasto nível de actuações, quer sejam  tinados a garantir uma eficaz actuação no
         efectivamente desenvolvem e, sobretudo, pe-  exclusivamente públicas quer sejam da ini-  mar, em defesa dos superiores interesses do
         los resultados que objectivamente alcançam.”.  ciativa privada. A apresentação do projecto  País que serve.
         Daí reafirmou a necessidade de incrementar  VTS, pelo interesse que a Marinha nele depo-               Z
         os níveis de cooperação, numa intervenção de  sita, foi um dos temas mais apreciados nesta   (Colaboração do GERE)
         grande objectividade. O Dr. Pedro Matos, in-  intervenção. A encerrar o painel a Drª. Maria   Fotos CAB L Figueiredo
         cidindo sobre os aspectos da imigração ilegal  José Policarpo Silva, elegendo a importância   Notas
         por via marítima, apresentou uma reflexão  da actividade de fiscalização da pesca como   1  Navios de assalto anfíbio porta-helicópteros.
         detalhada, e de grande interesse, sobre aspec-  garante à conservação e gestão racional dos re-  2  Navios de transporte anfíbio com doca.
                                                                                         REVISTA DA ARMADA U ABRIL 2007  9
   114   115   116   117   118   119   120   121   122   123   124