Page 164 - Revista da Armada
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D. Domingos Xavier de Lima,
D. Domingos Xavier de Lima,
7º Marquês de Nisa
7º Marquês de Nisa
(1765-1802)
final do Século XVIII correspon- representante dos títulos e honras da Casa so, tendo, a partir de então, desempenhado
deu a um período de grande de- do grande Vasco da Gama. funções de oficial de guarnição em diversas
O senvolvimento da Armada Real e Após um ano de estudo e embarque naus e fragatas.
dos vários sectores da actividade marítima como voluntário, na nau Nossa Senhora do Pela sua competência e qualidades de
portuguesa. Pilar, foi promovido a tenente de mar em marinheiro, é promovido a capitão-tenente
Na administração política dos negócios 18 de Junho de 1781, com 16 anos de idade. em 28 de Setembro de 1784 e a capitão-de-
da Marinha destacaram -se dois secretários A fim de completar os seus conhecimen- -fragata em 16 de Dezembro de 1789, com
de Estado – Martinho de apenas 24 anos de idade.
Melo e Castro (1770-1795) O seu primeiro comando
e D. Rodrigo de Sousa Cou- foi a fragata Príncipe do Bra-
tinho (1796-1801) – sob cuja Cabral Moncada, Leilões sil integrada na Esquadra do
tutela a Marinha atingiu o Estreito do comando de Ber-
5º lugar das potências na- nardo Ramires Esquível.
vais da Europa. Em 16 de Dezembro de
O desenvolvimento do 1791 foi promovido a capi-
ensino naval fez surgir duas tão de mar-e-guerra, tendo
figuras de académicos. Ma- comandado sucessivamente,
nuel Carlos da Cunha e a fragata São Rafael e Prin-
Silveira, 6º Conde de São cesa do Brasil e a nau Vasco
Vicente que foi primeiro da Gama, que fora lançada à
comandante da Academia água em 15 de Dezembro de
Real dos Guardas-Mari- 1792. Em Junho do ano se-
nhas, para além de presi- guinte requereu autorização
dente do Conselho do Al- para se alistar como voluntá-
mirantado, e José Maria rio na expedição militar que
Dantas Pereira que sucedeu devia ir combater contra a
ao conde de São Vicente no França no Rossilhão; nesta
comando da Academia e campanha teve D. Domin-
preparou a sua transferên- gos uma notável acção, que
cia para o Brasil em 1807. lhe mereceu elogios dos seus
Foi ele também o responsá- Almirante Marquês de Nisa. superiores.
vel pela organização da So- Domenico Pellegrini. Londres 1801. Em 8 de Fevereiro de 1794
ciedade Histórica Marítima Museu de Marinha. é de novo integrado na Ar-
e Geográfica tos profissionais, foi mandado frequentar mada no seu posto, tendo-lhe sido entre-
Comandantes no mar – os operacionais a Real Academia dos Guardas-Marinhas, gue o comando da nau Rainha de Portu-
– foram vários os que se distinguiram nes- destinada à preparação dos oficiais da Ar- gal, que integrou a Esquadra do Canal sob
ta época de grande actividade naval, como mada Real, que tinha iniciado o seu funcio- o comando de António Januário do Vale.
António Januário do Vale, José Sanches de namento naquele ano de 1782. Em 10 de Setembro de 1795, tendo apenas
Brito, Inácio da Costa Quintela, Bernardo No ano seguinte, em 24 de Abril, embar- 30 anos foi promovido a chefe de divisão,
Ramires Esquível e António Ramires Es- cou na nau Nossa Senhora do Bom Suces- posto correspondente a contra-almirante e
quível. Devemos no a 19 é-lhe entregue
entanto, des tacar a o comando da pri-
figura de D. Domin- meira esquadra; em
gos Xavier de Lima, 5 de Junho de 1797
7º Marquês de Nisa, é promovido a che-
cujo prestígio e re- fe de esquadra (vice-
conhecimento in- -almirante).
ternacional o torna- Em Maio de 1798
ram no mais famoso assumiu o comando
oficial-general da da Esquadra do Ocea-
Armada naquela no que teria como
época. missão cooperar
D. Domingos com os ingleses no
Xavier de Lima, 7º Mediterrâneo. Du-
Marquês de Nisa rante esse período,
(1765-1802), nas- devem salientar-se
ceu em Lisboa em os inúmeros e duros
30 de Setembro de Navios portugueses no porto de Nápoles. cruzeiro efectuados,
1765, descendente e Gravura da época. nomeadamente os
18 MAIO 2007 U REVISTA DA ARMADA