Page 161 - Revista da Armada
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Fotos Júlio Tito
assim, também sai muito beneficiado. Apareceu RA - E o critério está definido? ca!) que profundamente a diferencia das outras
em telejornais, em dois programas «Bombordo» e CSR - Nós repetimos as instituições que de fac- culturas militares, a da Força Aérea e a do Exér-
como embarcámos a Universidade Internacional to souberam usufruir bem o «Creoula», benefi- cito, ramo em que os nossos camaradas de Terra
do Mar (UIM), uma parceria U. Porto - U. Ovie- ciamos as que tivemos de recusar no ano anterior escalpelizam as culturas das Armas e Serviços
do, fizemos um directo para a «Cadena Cero». e nunca prolongamos muito as saídas com uma com jovial ironia.
Toda esta publicidade aproxima as pessoas do dada instituição. Também não fazemos habitual- CSR - Aqui é o ultrapassar dos pequenos pro-
mar, da Marinha e das Forças Armadas… . Uma mente saídas de menos de dois dias, embora es- blemas que tornam os grupos que embarcam
reserva naval. tejamos a estudar essa possibilidade, mas as diá- connosco mais unidos que faz da viagem no
RA - Que outras instituições é que Vos pro- rias, dados os custos portuários e de rebocadores, «Creoula» uma experiência inesquecível.
curam? terão de ser maiores. Ainda quanto às Universidades, nós damos
CSR - Os escuteiros, as escolas, uma ou outra as- RA - O tempo em cruzeiro é que rentabili- formação e elas desenvolvem projectos que
sociação de juventude e as câmaras municipais. za a operação… Já agora qual é a duração das propomos ou que já têm em vista e que contam
RA - Câmaras? Também do interior? viagens? como cadeiras semestrais.
CSR - Sim, mas mais do litoral. Com Ílhavo te- CSR - Temos pacotes às Berlengas, três dias, ao Fomos com a Lusófona ao banco Gorringe,
mos uma relação muito forte. Dos escuteiros e das Porto, quatro, a Portimão, cinco e a Cádis, seis a meio caminho entre o cabo de S. Vicente e
escolas secundárias aparecem muitos instruendos dias. Aos Açores, de duas a três semanas. Por ve- a Madeira, que foi divulgada na Televisão, e
do interior. A publicidade em programas de grande zes fazem-nos pedidos para Cabo Verde, ida e com a UIM.
audiência tem contribuído para tal. Tentamos ser volta em quatro dias… RA - A que profundidade fica?
muito criteriosos nessa escolha. RA - Ah!!! Bom! … E à vela? CSR - Já foram ilhas, mas agora estão a cerca
RA - Como? CSR - Acontece. Com as autarquias é diferente de 20 metros de profundidade.
CSR - Aceitamos inscrições até ao fim do ano pois em termos de idade aparecem grupos muito Aliás, o sucesso tem sido tal que sairemos de
anterior, de modo que em Janeiro se faça uma pri- heterogéneos e nós, «Creoula», temos de preve- novo com o curso de Ciências do Mar da Lusó-
meira triagem e sejam, os correspondentes directo- nir os conflitos de gerações. São os grupos mais fona, mas agora iremos aos Bancos Josephine e
res, convidados, em finais de Fevereiro, a almoçar difíceis. A idade ideal é dos 15 aos 18 anos. D. João de Castro, a caminho do ilhéu das For-
a bordo, para conhecerem o navio, as instalações Dado estarmos embarcados vários dias, 24 migas, nos Açores.
e se inteirarem bem do que irão encontrar. horas por dia, as emoções, por vezes vêm à flor Numa parceria desta com a Universidade do
Internamente, fazemos uma reunião de planea- da pele. Nós, militares, já estamos habituados Algarve já há 700 alunos em lista de espera para
mento em que estão representados o Estado-Maior a essa vicissitude, mas quem embarca pela pri- 30 lugares pois os restantes são professores ou
da Armada, o MDN, através dos oficiais da Arma- meira vez estranha o facto de estar muito tem- mergulhadores daquelas áreas científicas.
da assessores do Ministro e do Secretário de Estado po no mar. RA - Há, entre os professores, oficiais da
dos Assuntos do Mar, o Comando Naval, a Flotilha RA - Semanas, meses, anos. É uma determi- Armada? Cremos que o próprio fundador da-
e o navio, pelo seu comandante. nante da Cultura Militar-Naval (e não é a úni- quele curso.
Fotos CTEN António Gonçalves
REVISTA DA ARMADA U MAIO 2007 15