Page 55 - Revista da Armada
P. 55
fiável e simples, a bordo de um navio tão pe- go ou falha de aterragem. Embora estes testes PROJECTOS FUTUROS
queno como uma lancha de fiscalização. tenham sido todos feitos sob rádio controlo
Começou-se por fazer testes em terra (no e tenham contado com a notável mestria e Apesar do muito já conseguido, resta ain-
6
campo de futebol da EN) para testar as diversas perícia dos pilotos , ficou provado que era da muito por fazer. Ainda há muitas melho-
técnicas alternativas. Concluiu-se que o siste- possível fazê-lo, e recolhida experiência de rias a fazer no piloto automático, e existe a
ma de recolha mais fiável consistia no empre- como consegui-lo. Resta apenas continuar a intenção de desenvolver um controlador ba-
go de um determinado tipo de rede e usando desenvolver o piloto automático. seado em técnicas de Inteligência Artificial
asas e fuselagem em polipropileno. que se adapte rapidamente a dife-
Este material está a tornar-se muito rentes configurações da aeronave
popular em aeromodelismo, devido e a diferentes condições ambien-
à sua grande resistência, flexibilida- tais. Há que introduzir uma nova
de e baixo peso. camada de software para gestão
O momento da verdade chegou da missão, que permita tornar o
no dia 23 de Março de 2006 quan- sistema resistente a empastela-
do, graças à disponibilização do mento e mais flexível na especi-
N.R.P. “Centauro” pelo Comando ficação da missão. Há ainda que
Naval, se realizaram os primeiros redesenhar a estrutura da aerona-
testes de recolha no mar. As con- ve com os conhecimentos entre-
dições atmosféricas eram nesse tanto adquiridos e adaptá-la para
dia bastante adversas, com eleva- possibilitar o alcance desejado ou
da precipitação durante o período outro maior. Existem por fim ainda
dos testes e ventos médios de 40 um vasto leque de temas a abor-
km/h com rajadas que levaram a dar nos próximos anos, mas pode
que, como depois se soube, hou- já ser dito que se tudo correr bem,
vesse restrições à circulação de A equipa que realizou a primeira aterragem numa lancha. poder-se-á ter em utilização ope-
viaturas nas pontes sobre o Tejo. Apesar disso A CEREJA EM CIMA DO BOLO racional corrente, dentro de relativamente
e graças ao enorme empenho do comandan- pouco tempo, o primeiro UAV desenvolvido
te e guarnição do N.R.P. “Centauro” os testes E como se não fosse já suficientemente gra- pela Marinha e construído com a colabora-
foram realizados, tendo-se conseguido reali- tificante a participação neste projecto de todas ção de empresas nacionais.
zar 5 aterragens com sucesso. A experiência as pessoas a ele ligadas, eis que se vem a ter Z
revelou que é possível lançar, fazer voar e conhecimento, em 13JUL06, de que a AFCEA (Colaboração da Escola Naval)
recolher estas pequenas aeronaves neste tipo (Armed Forces Communications and Elec- Notas
de plataformas mesmo em condições mete- tronics Association) tinha decidido atribuir o 1 Prof. Doutor Gonçalves Coelho.
orológicas muito adversas. prémio “Excelência Europeia num Projecto 2 Cavadas Aeromodelismo, Lda.
Foram feitas depois mais duas saídas com de Natureza Científica” (European Excellen- 3 ASPOFs Santos Veloso e Rosado Gaspar
4 Sr. Fernando Cabeça
o N.R.P. “Centauro”, que permitiram “afinar” ce in a Scientific Project) a um trabalho apre- 5 Vieira Neves, Canhoto Mendes, Tremoceiro Paiva,
o processo. No último dia realizaram-se 24 sentado pelos alunos mencionados relatando Coutinho dos Santos e Gonçalves Mesquita
aterragens consecutivas sem qualquer estra- o seu contributo para o projecto. 6 José Cavadas e Fernando Cabeça.
Prémio AFCEA “European Excellence in a Scientific Project”
Prémio AFCEA “European Excellence in a Scientific Project”
atribuído a projecto da Escola Naval
atribuído a projecto da Escola Naval
oi atribuído ao aluno da Es- tendo posteriormente o Presidente
cola Naval, Victor Miguel da AFCEA Portugal, CALM Carlos
FVieira Neves, o Prémio “Eu- Rodolfo, recebido do Comodoro
ropean Excellence in a Scientific Robert Howell, Presidente da AF-
Project” da AFCEA, pelo seu pro- CEA Europa um elogioso reconhe-
jecto na área das aplicações na- cimento do projecto e da forma
vais de UAV’s. como foi apresentado.
Na impossibilidade do autor A Marinha, pode assim ter con-
do trabalho premiado, se deslo- fiança que os cadetes que saem
car à Bulgária, os cadetes Pedro da Escola Naval têm capacidade
Mendes e Paulo Mesquita , que de desenvolver projectos de raiz,
integraram igualmente áreas do e, efectuada a tradicional passa-
projecto UAV de Aplicação Na- gem de serviço para os camara-
val, desenvolvido pelo Depar- das mais modernos, aquando da
tamento de Formação de Enge- entrega das Memórias de Fim de
nheiros Navais ramo de Armas Curso, capacidade para dar conti-
e Electrónica da Escola Naval, nuidade a projectos de grande en-
receberem o Prémio atribuído pela AFCEA bre o projecto desenvolvido na Escola Naval vergadura, que o horizonte temporal de um
Europa, durante o Simpósio TechNet Europe desde 2004, mais precisamente o trabalho de- ano lectivo (tempo reservado para as Memó-
2006, que decorreu nos dias 19 e 20 de Ou- senvolvido ao longo do último ano lectivo no rias de Fim de Curso) seriamente restringia a
tubro, em Sófia. âmbito das Memórias de Fim de Curso da Es- complexidade dos projectos de Investigação
Nesse Simpósio, os cadetes Pedro Mendes e cola Naval. A excelente apresentação desses e Desenvolvimento da Escola Naval.
Paulo Mesquita fizeram uma apresentação so- cadetes foi muito apreciada pela assistência, Z
REVISTA DA ARMADA U FEVEREIRO 2007 17