Page 117 - Revista da Armada
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calm” e FS “Jean Bart”. Durante este perío- O exercício começou com um planea- A equipa da ponte começou por inquirir
do treinaram-se procedimentos de guerra de mento já bem recheado, estando previstas o navio suspeito sobre as suas característi-
superfície e sub-superfície, ficando marcado a realização de inúmeras séries do tipo CA- cas, carga, guarnição e destino, enquanto
principalmente pela interacção muito pro- SEX, SURFEX, ADEX, GUNEX, RAS e BO- a equipa da embarcação se prepara para
dutiva entre as diversas marinhas presentes ARDING. Durante parte do exercício este- transportar as equipas de segurança e vis-
no exercício. ve embarcada a bordo da “Álvares Cabral” toria. A equipa de segurança, composta
Findo o exercício, por fuzileiros na-
as duas forças sepa- vais, efectua as ulti-
ram-se e rumaram ma verificações no
a Palermo, na Sicí- seu extenso rol de
lia, a próxima esca- equipamentos e ar-
la a efectuar. Ainda mamento. Negros
faltavam alguns dias como a noite, estão
de trânsito pela fren- prontos para tornar
te, até à chegada ao esta operação, arris-
país das “Pizzas” e cada na sua génese,
das “Pastas”, no dia segura para os ele-
26 de Fevereiro. Para mentos da equipa
alguns a novidade de vistoria. A em-
dominava o pensa- barcação semi-rígi-
mento, para outros da larga a equipa de
não... mas ninguém segurança no navio
poderia dizer que a abordar e começa
não tinha boas pers- a operação. A tripu-
pectivas para uma Interior do centro de operações, imagem das consola de Fuzileiro em posto de “force protection”. lação é controlada
estadia de três dias compilação de superfície e de “link”. num só local, fican-
na Sicília! A navegação ficou ainda marca- uma equipa de jornalistas (simulados), que do os elementos indispensáveis à seguran-
da pela celebração da festa de Carnaval a acompanhou as séries do planeamento ope- ça da navegação nos seus postos, tornan-
bordo. A Comissão de Bem-Estar divulgou racional mais importantes, tendo também do assim mais fácil o controlo do pessoal
o evento, colocando cartazes nas câmaras e embarcado a bordo dos navios FGS “Em- e minimizando situações de risco. Após o
refeitórios. Começa-se a falar sobre másca- den” e USS “Klakring”. Esta era, ela própria, navio ser considerado seguro, é inserida a
ras, disfarces... é necessário deitar “mãos à uma série avaliada, que iria, sem dúvida, equipa de vistoria. São fotografados todos
obra”, e iniciar os preparativos! Nessa noi- pôr à prova as capacidades da guarnição, os documentos do cargueiro “abordado” e
te elegeram-se os disfarces mais originais; em lidar com os “media”, situação cada vez os elementos da sua guarnição. Para dar rea-
os melhores proporcionaram gargalhadas mais usual e absolutamente determinante lismo e simultaneamente treino às equipas,
e boa disposição! Todos ficamos surpreen- para apresentar ao público a importância é simulado que são encontrados explosivos.
didos com a originalidade e qualidade das das missões da Marinha. São seguidos os procedimentos adequados.
máscaras...! Com pouco, muito se faz! É jogado um cenário fictício, localizado Finda a série, são bastantes os pontos posi-
A estadia em Palermo revelou- tivos, nesta interacção bastante
-se novamente bastante agradá- complexa e importante.
vel. Todos puderam confirmar, As previsões meteorológicas
na verdade, que Itália é mesmo o não nos faziam sorrir para os dias
país das massas e pizzas. Ao sair seguintes. Aproximavam-se ma-
do porto, todos nós nos deparáva- res mais agitados, mas que não
mos com um tráfego automóvel, seriam suficientes para travar a
cujo melhor adjectivo é, caótico. determinação desta guarnição e
Quer de carro quer de motoriza- o seu navio. O exercício LOYAL
da, a veia corredora do condutor MARINER 09 continuou a desen-
italiano está sempre presente e rolar-se sem incidentes e sempre
mostra-se a cada curva. Palermo em cumprimento do planeamen-
ofereceu paisagens bonitas, ruas to. Os exercícios do tipo CASEX
movimentadas e uma noite calma e ADEX revelaram uma excelen-
mas muito divertida. te interoperacionalidade entre as
“Sinal táctico enviado”, diz diversas marinhas pertencentes à
o operador da onda táctica, in- Faina de atracação no porto italiano de Augusta na Sicília. aliança da NATO.
formando o oficial de acção táctica, que a junto ao Corno de África. A ilha de Sar- O dia 9 de Março marcou o final do
ordem para o primeiro navio da força efec- drus, é disputada por duas Nações, Kamon exercício LOYAL MARINER 09 mas tam-
tuar a largada de Palermo está transmitida. e Tytan, que possuem soberania sobre o ter- bém o da chegada do NRP “Corte Real”
Por fim, larga o Navio-Almirante, pronto ritório. Uma terceira Nação, Stellaria, apa- as estas águas. O planeamento da NATO
para assumir o papel importante de coman- rentemente neutra e cooperativa, possui in- entra agora na segunda parte do primeiro
dante da força, enquanto são ultimados os teresses não declarados em Sardrus e apoia semestre, fase em que a força se irá dirigir
preparativos finais para o exercício LOYAL secretamente Kamon. Após o desenrolar do para o Canal do Suez, com as bandeiras da
MARINER 09. cenário, a Organização das Nações Unidas NATO hasteadas no Mar Vermelho, Corno
Este exercício internacional, significa decide intervir nesta crise mundial e o Con- de África e Extremo Oriente, assumindo-se
a certificação do staff da SNMG1 e con- selho de Segurança elabora resoluções e a como Navio-Almirante da SNMG1 o NRP
tou com a participação de navios de dife- força da NATO SNMG1 é chamada a actu- “Corte Real”.
rentes marinhas: França, Itália, Espanha, ar nesta “zona quente” do globo, impondo Z
Alemanha, Finlândia e Estado Unidos da um embargo de armas a Kamon. (Colaboração do COMANDO
América. Tudo está a postos para o BOARDING. DO NRP “ÁLVARES CABRAL”)
REVISTA DA ARMADA U ABRIL 2009 7