Page 205 - Revista da Armada

nais portuguesas passa 53% do comércio
A reestruturação do sistema militar e a mo-
europeu e 70% das nossas importações”, dernização das Forças Armadas foram outra
valores que implicam meios para o exer- das questões abordadas pelo Professor Seve-
cício da soberania e garantia de seguran- riano Teixeira, salientando a recente integra-
ça. E a segurança – frisou o CEMA – “tem ção do NRP “Bartolomeu Dias”, a primeira
de exercer-se onde os nossos interesses de duas fragatas em processo de aquisição,
estão em jogo”, acrescentando que não bem como a continuidade do programa dos
“se trata apenas da luta contra a pirata- submarinos da classe “Tridente” e dos Navios
ria... ou das operações contra a imigração de Patrulha Oceânica, em construção nos es-
ilegal, contra o tráfico de droga ou mes- taleiros de Viana do Castelo. Mas as suas pa-
mo das iniciativas contra a proliferação lavras dirigir-se-iam também para o processo
de armas de destruição maciça. O mais de alargamento da Plataforma Continental,
importante é o nosso contributo para a afirmando que estava ciente das vantagens
segurança da circulação marítima”. e das responsabilidades que isso acarretava
Porém, ao longo do seu discurso, o Al- para o país. Nesse sentido, agradeceu a cola-
mirante Melo Gomes não se esqueceu da boração especial dada pela Marinha ao pro-
cidade de Aveiro, anfitriã das presentes jecto apresentado nas Nações Unidas.
comemorações. Salientou a grande proxi- Terminado o discurso do Ministro da De-
midade da Marinha com as suas gentes, fesa Nacional, a cerimónia militar encerrou
agradecendo ao Presidente da Câmara a com o desfile das Forças em Parada, seguido
hospitalidade e o apoio para esta realiza- da passagem de uma formação de botes da
ção. Um agradecimento que estendeu à Unidade de Meios de Desembarque do Cor-
vila vizinha de Ílhavo, realçando a cola- po de Fuzileiros e de dois helicópteros Lynx,
boração que, desde a primeira hora, foi que efectuaram as suas habituais e sempre
concedida. Disse o CEMA que as ligações graciosas saudações próprias.
à região “não se confinam apenas aos as- Contudo, as comemorações do Dia da
suntos directamente relacionados com o Marinha teriam ainda uma outra fase, após
Mar.” As relações com a Universidade de o almoço, com uma demonstração naval
Aveiro e com o Instituto de Telecomuni- na zona da praia da Barra. A primeira parte
cações têm proporcionado uma “coope- decorreu com a projecção de um grupo de
ração profícua” em assuntos de natureza combate do Destacamento de Acções Espe-
científica, com o “desenvolvimento de ciais (DAE), após acção de assinalamento
soluções tecnológicas de interesse muito da praia, por parte de um Destacamento de
relevante para o cumprimento da missão Mergulhadores. Seguiu-se a projecção do
da Marinha”. E não terminou sem anun- Pelotão de Reconhecimento, através de dois
ciar em primeira mão que um dos Navios botes de assalto, e demonstração de Helicast,
Patrulha Oceânicos, neste momento em numa acção de preparação e sinalização da
fase de construção, “será baptizado com praia para um desembarque de uma força de
o nome de “RIA DE AVEIRO”, como si- fuzileiros, utilizando botes e LARCs. Seguiu-
nal simbólico de respeito e homenagem -se, ao largo, a simulação de ataque a um
pelas gentes desta região”. navio tomado por terroristas, conduzido por
Terminada a sua alocução usou da elementos do DAE, inseridos a bordo a partir
palavra o Ministro da Defesa Nacional. de um helicóptero, utilizando a técnica fast
Dirigindo-se à Marinha e aos militares rope. Dominados os elementos “inimigos”,
presentes, manifestou a forma clara e estavam criadas as condições para interven-
inequívoca como o Governo reconhecia ção da Polícia Marítima, que actuou a partir
a especificidade da carreira militar, que de uma lancha rápida. A demonstração en-
deve traduzir-se numa diferenciação face cerrou com o desfile naval na barra do porto
a outros servidores do Estado. E tal fac- de Aveiro, perante a ovação de milhares de
to compreende a garantia de um sistema aveirenses que se juntaram sobre os molhes
de assistência e de saúde próprios, e re- e a praia para assistir e aplaudir entusiastica-
gras claras no regime de aposentação. É mente todas as actividades. Encerrou assim
assunto particularmente importante para o Dia da Marinha de 2009.
todos nós – como é fácil de compreender Z
– determinante na qualidade e empenho J. Semedo de Matos
para um serviço que exige permanente CFR FZ
sacrifício e risco. Fotos: 1SAR FZ Pereira e CAB L Figueiredo
REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2009 23