Page 9 - Revista da Armada
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Após a recepção e durante a tarde, o                                               os mesmos objectivos, defender no mar
SEDNAM acompanhado pelo Almirante                                                    os interesses de Portugal.
CEMA visitou o navio.
                                                                                       O navio irá agora iniciar um período
  No decurso da visita, houve oportunida-                                            de treino na Holanda, em Den Helder,
de para assinatura do Livro de Honra do                                              executando, com o apoio da equipa de
navio na camarinha do Comandante.                                                    treino e avaliação da Flotilha, o Plano
                                                                                     de Treino de Segurança, que continua-
  Por último e na presença do SEDNAM,                                                rá após a chegada a Portugal, através da
o Almirante CEMA dirigiu-se à guarnição,                                             realização do Plano de Treino Básico e o
formada no convés de voo, onde mani-                                                 qual contará com a colaboração da Ma-
festou a sua particular satisfação por estar                                         rinha Holandesa.
presente nesta cerimónia e ela represen-
tar a conclusão de um projecto vencedor                                                O N.R.P. “D. Francisco de Almeida”
para a Marinha e para o País. Sublinhou                                              (ex – HNLMS “Van Galen”) foi constru-
ainda a importância do programa de                                                   ído pelo estaleiro De Schelde Group, em
aquisição desta classe de navios no au-                                              Flushing (Holanda), no ano de 1994.
mento da capacidade do país no combate
às novas ameaças, e das quais destacou                                                                  (Colaboração do COMANDO DO
o terrorismo, os tráficos de droga e de ar-
mas e a pirataria marítima. Ao terminar                                                              NRP “D. FRANCISCO DE ALMEIDA”)
e através da evocação da herança histó-
rica do patrono do navio, referiu que, tal                                           Notas
como há 500 anos atrás, este navio tem                                                  1 Director Defence Materiel Organization
                                                                                        2 Esquadrilha de Escoltas Oceânicos
                                                                                        3 Missão de Acompanhamento e Fiscalização

            O Patrono                                                                      O Brasão de Armas

       D.Francisco de Almeida distinguiu-se ao                                          DESCRIÇÃO HERÁLDICA – De vermelho, com uma dobre-cruz acompanha-
                                            serviço do Estado Português, em acções   da de seis besantes tudo de ouro; e bordadura do mesmo.
                                            de liderança, quer na guerra terrestre,
                                quer na guerra naval; ora como cavaleiro e coman-       Coronel naval de ouro, forrado de vermelho.
                                dante, de esquadras, ora como governador e admi-        Sotoposto listel de prata ondulado com a legenda de letras negras maiúsculas,
                                nistrador das possessões portuguesas no Oriente.     tipo elzevir; “N.R.P. D. FRANCISCO DE ALMEIDA”.

                                   Comendador da Ordem de Santiago, membro
                                da Casa Real e do Conselho do Rei, D. Francisco
                                de Almeida é, naturalmente, indigitado por D. Ma-
                                nuel, 1º Vice-Rei da Índia. O Rei confiava-lhe uma
                                armada de vinte e dois navios, que partiria de Lis-
                                boa na Primavera de 1505. Por outro lado, o fidal-
                                go de Abrantes recebia ordens expressas, vertidas
                                para um «Regimento» para ampliar e consolidar a
                                soberania portuguesa no Índico e reforçar o dispo-
                                sitivo militar-naval, para protecção da diplomacia
e do comércio português. Nesse sentido, D. Francisco de Almeida iria nos anos
seguintes erguer pontos de apoio à navegação e ao comércio lusitano na costa
oriental africana; estabelecer os primeiros contactos com a ilha de Ceilão; ata-
car a região costeira da Arábia; penetrar no Golfo Pérsico e, finalmente, enviar
os primeiros navios europeus ao oriente asiático, que avistarão a importante
praça comercial de Malaca.
   Assim, no que poderíamos denominar de batalha decisiva, uma esquadra co-
mandada pelo próprio Vice-Rei derrota frente a Diu, a 2 de Fevereiro de 1509,
uma armada inimiga, constituída por uma coligação de alguns potentados locais
e por turcos memalucos do Egipto - os Rumes, estabelecendo definitivamente o
poder naval português nas águas do Índico por mais de um século.
   D. Francisco de Almeida faleceu a 1 de Março de 1510, numa refrega próxi-
mo do Cabo da Boa Esperança com povos locais. Terminava assim os seus dias,
o 1º Vice-Rei da Índia, comandante naval, militar e governante que estabeleceu
as bases do domínio português nos mares do Oriente.

                                                                                                                             Z
                                                                                     REVISTA DA ARMADA U FEVEREIRO 2010 9
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