Page 23 - Revista da Armada
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NOVO CHEFE DA BANDA DA ARMADA
No passado dia 28 de Dezembro, re-
          alizou-se no Pavilhão das Galeotas,       “No quadro das actividades da Marinha no                                                                                  Fotos Rui Salta
          no Museu de Marinha, a cerimónia          domínio cultural e artístico, o desempenho
                                                    da Banda da Armada situa-se e está firme
da tomada de posse do novo Chefe da Ban- num patamar de excelência, amplamente
da da Armada, 1TEN MUS Délio Alexandre reconhecida, tanto no plano interno como
Coelho Gonçalves.                                   no externo. Este facto, aliado ao valor in-
A cerimónia foi presidida pelo Director trínseco da missão da Banda enquanto ór-
da Comissão Cultural de Marinha, VALM gão de cultura e da arte que inegavelmente
Vilas Boas Tavares e contou com a presen- produz, à dimensão imaterial do resultado
ça de diversos Oficiais, Sargentos e Praças do seu trabalho, mas com um contributo
entre muitos convidados. A cerimónia teve decisivo para o fortalecimento identitário e
início com o concerto da Banda da Armada, para o espírito de corpo naval, constituem,
dirigido pelo Chefe cessante, CFR MUS Silva a meu ver, razão de ser bastante para a pró-
Ribeiro.                                            pria existência da Banda da Armada e para
Após a leitura da O.A. seguiu-se a pas- o efectivo suporte ao seu funcionamento,
sagem de testemunho através da entrega mesmo num quadro de constrangimentos
“simbólica” da “Batuta”, legada à Banda da como aquele em que vivemos. A Banda da
Armada por um neto do ex-chefe da Banda Armada contribui, decisivamente, para a
da Armada, Maestro António Maria Chéu. edificação e preservação do nosso patrimó-
O novo Chefe da Banda da Armada, no nio cultural imaterial e, por conseguinte, a
uso da palavra salientou “… hoje abre-se um sua acção é inalienável.(…)”
novo ciclo de “mestrança” na Banda da Armada
portuguesa, no qual espero estar à altura, e fazer
jus ao seu bom-nome Militar e Artístico, honran-
do o seu passado, trabalhando o seu presente mas      O 1TEN MUS Délio Alexandre Coelho Gonçalves nasceu na Azambuja, iniciou os seus estudos musicais com o Maes-
visionando o seu futuro! O futuro daquele que é     tro João Teófilo, e mais tarde com o Professor Carolino Carreira. Fez o Curso de Técnicas Orquestrais para Instrumentis-
actualmente reconhecido por muitos, e quase una-    tas de Sopro em Fagote, na Universidade Menendéz Pelayo. Em 1991, ingressou na Banda da Armada Portuguesa onde
nimemente, como o melhor agrupamento do géne-       desempenhou as funções de 1º Fagote Solista. Frequentou a Escola Profissional de Música de Almada, onde finalizou os
ro no nosso país, e como um dos melhores a nível    seus estudos em Fagote com o professor Carolino Carreira.
internacional!(…)”
                                                      Trabalhou com os mais variados agrupamentos e Orquestras, recitou a solo. Em 2001, terminou os estudos em Direcção de
    Seguiu-se uma alocução pelo VALM                Banda, Fanfarra e Brass Band, no Royal Music Conservatorium de Maastricht, onde estudou com o Professor Jo Conjaerts.
Vilas Boas Tavares sendo de realçar (…)
                                                      Actualmente a sua actividade está centrada na direcção de agrupamentos profissionais e amadores.
                                                      É Maestro e Professor na Escola de Música do Conservatório Nacional e Professor de Direcção no Instituto Piaget.
                                                      Foi agraciado com vários louvores e condecorações.

                   “MÚSICA E PODER SIMBÓLICO”

                                                    importância das bandas nas instituições militares.                                                                        Fotos Rui Salta
                                                    De seguida foi a vez da autora agradecer a quan-
Na sequência da cerimónia de tomada                 tos tinham contribuído para a realização do seu
          de posse do novo Chefe da Banda da        trabalho e abordar a metodologia de todo o pro-
          Armada decorreu o lançamento do li-       cesso de investigação. O acontecimento terminou
vro “Música e Poder Simbólico” da autoria da        com um Porto de Honra e a sessão de autógrafos.
1SAR B Vera Pereira.
                                                       O trabalho encontra-se organizado em cinco
   Presidida pelo VALM Villas Boas Tavares, Di-     capítulos: no primeiro é feito um enquadramen-
rectordaComissãoCulturaldaMarinha,oevento           to da bibliografia existente sobre a temática; no
contou com a presença de numerosos oficiais, sar-   segundo é realizada uma avaliação e um resumo
gentosepraçasdaMarinhaeconvidados,entreos           da história da música militar na Europa (França e
quais a Prof. Doutora Susana Sardo, orientadora     Inglaterra) e na América (Estados Unidos e Bra-
da dissertação de mestrado que deu origem à         sil); no terceiro é descrito o universo filarmónico
obra agora editada e que proferiu, na ocasião, al-  nacional, incluindo as bandas civis e militares; o
gumas palavras realçando que o livro evidencia a    quarto refere-se ao estudo da música circunscrito
                                                    à Marinha Portuguesa e no último capítulo é ana-
                                                    lisado o papel e dinâmica da Banda da Armada
                                                    na actualidade.

                                                        Vera Pereira nasceu em César, Oliveira de Azeméis,
                                                      em 1981 É licenciada em Flauta Transversal pela Esco-
                                                      la Superior de Música de Lisboa e mestre em Música
                                                      pela Universidade de Aveiro. Foi bolseira da Fundação
                                                      Calouste Gulbenkian e colaborou com as principais or-
                                                      questras portuguesas. Desde Janeiro de 2003, é membro
                                                      da Banda da Armada (flauta e flautim), tendo presente-
                                                      mente o posto de 1º Sargento Músico.

                                                                                                              23REVISTA DA ARMADA • FEVEREIRO 2011
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