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REVISTA DA ARMADA | 488

  Terceiro, pela transversalidade do treino que incluiu todas as    men class), HMS Richmond (Duke Class), HMS Duncan (Daring
áreas do navio, chegando assim a todos os departamentos, bem        Class), HMS Kent (Duke Class) e HMS Westminster (Duke Class).
como a todos os elementos da guarnição. Deste modo, para além       O período de treino contou ainda com a participação do reabas-
dos “dias da guerra”, referidos anteriormente, também foram         tecedor RFA Wave Knight (Wave Class) e do patrulha HMS Severn
treinadas séries, tais como as de emergência: avaria no leme,       (River class – OPV).
homem ao mar, incêndios, alagamentos, queda de helicóptero
no mar, queda de helicóptero no convés de voo, combate a CWI          O treino na área anti-submarina foi proporcionado pelos sub-
(Conventional Weapons Incident), suporte básico de vida ou co-      marinos de ataque HMS Ambush (Astute Class) e HMS Torbay
lisão/encalhe.                                                      (Trafalgar Class) e pelo submarino convencional HNLMS Bruinvis
                                                                    (Walrus Class). Para o treino de defesa aérea os navios contaram
  O treino também proporcionou o desenvolvimento das profi-         com a participação dos tradicionais Hawk e Falcon ingleses e os
ciências ao nível dos procedimentos. Por exemplo, sem preten-       Super Etendard franceses.
dermos ser exaustivos, referimo-nos concretamente às opera-
ções de reabastecimento e de reboque, procedimentos de inves-         Quinto, acresce o facto de terem sido introduzidas nas sema-
tigar contacto, compilação do panorama, tiro com a peça de 76       nas de mar duas grandes séries, designadamente, o Ship Protec-
mm, com a goalkeeper e com armamento ligeiro, carregamento          tion Exercise (SPE – testa a organização do navio para fazer face a
de armas, defesa contra ameaças assimétricas, de superfície, aé-    manifestações e ataques assimétricos quando o navio se encon-
reas e submarinas, action messing, exercícios de máquinas e de      tra atracado) e o Disaster Relief Exercise (DISTEX – testa a organi-
eletrotecnia, assessorias técnicas, manobras e evoluções, nave-     zação do navio para fazer face a um cenário de ajuda humanitá-
gação em águas restritas, navegação em canal rocegado, opera-       ria), o que implica um maior esforço da guarnição, que se desdo-
ções com helicópteros, operações de vistoria, relações com os       bra no treino no mar e em terra.
OCS2, entre muitos outros.

  Para a operacionalização deste treino foi fundamental a pos-
tura dos avaliadores do FOST, nomeadamente pelas experiências
partilhadas, pela forma pedagógica como conduziram o treino e
pelos conhecimentos que possuem sobre a plataforma e os siste-
mas de armas e sensores das fragatas da classe Bartolomeu Dias
(ex-Karel Doorman).

  Apesar das diferenças culturais e do idioma, esta situação nun-
ca constituiu um obstáculo para a condução do treino. Após 6
semanas no POST e uma interação constante, com os avaliado-
res ingleses a embarcarem de segunda a sexta-feira, chegando
a atingir cerca de 50 elementos nos “dias das guerras”, fica a re-
cordação de uma relação muito pragmática, mas de igual modo
pedagógica e cordial.

  Uma palavra especial para a equipa portuguesa de ligação ao
FOST, na medida em que o seu permanente apoio, disponibilida-
de e experiência contribuíram de forma significativa para o su-
cesso do treino do NRP D. Francisco de Almeida.

  Quarto, pelo número de meios de superfície, sub-superfície
e aéreos envolvidos durante todo o treino. Com efeito, o NRP
D. Francisco de Almeida teve a oportunidade de interagir com
outras fragatas, designadamente: FGS Schleswig-Holstein (Bran-
denburg Class), HMS Dauntless (Daring Class), FGS Luebeck (Bre-

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