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REVISTA DA ARMADA | 490

REX14

Exercício de Robótica

Desde 2010, o CINAV vem privilegiando          Robotics EXercise 2014 – REX14                 veículos autónomos de superfície (USV),
    as parcerias com Universidades, Cen-                                                      sistemas de visão (incluindo infraverme-
tros de Investigação e Empresas envolvi-         Este ano, pela primeira vez, o exercício     lho) e sistemas de sonar. Alguns dos parcei-
das no que hoje se chama “crescimento          REX decorreu no rio Tejo – Canal do Arsenal,   ros aproveitaram para testar e demonstrar
azul” (“blue growth”). A Marinha tem de        de 30 de junho a 04 de julho, e contou com a   sistemas submarinos (UUV) e sistemas aé-
facto um papel muito importante neste          preciosa colaboração do Arsenal do Alfeite.    reos (UAV) em que estão a trabalhar.
crescimento, pois dispõe de recursos, hu-      Como é habitual, o Destacamento de Mer-
manos e materiais, únicos no panorama          gulhadores Sapadores nº 3 deu o apoio aos        Pela primeira vez participou uma equi-
nacional. Deste modo, surge o exercício        investigadores, tendo sido utilizadas uma      pa da Universidade Nova de Lisboa, mais
Robotics Exercise (REX), com dois objeti-      LDM da Unidade de Meios Anfíbios do Cor-       concretamente do centro de investiga-
vos principais:                                po de Fuzileiros e lanchas da Escola Naval.    ção UNINOVA, envolvida no projeto RI-
                                               Durante o exercício, a maior parte dos inves-  VERWATCH, que desenvolveu um veícu-
   – Realizar experiências de mar em           tigadores ficaram alojados na messe da BNL     lo de superfície apoiado por um veículo
apoio dos projetos em que o CINAV está         e puderam visitar algumas unidades navais.     aéreo (um quadcopter) que aumenta a
envolvido;                                                                                    sua capacidade de observação e navega-
                                                 O enfoque do REX14 era o projeto ICA-        ção. Este sistema fez uma demonstração
   – Permitir que equipas de investiga-        RUS (“Integrated Components of Assisted        da sua capacidade de evitar obstáculos e
ção oriundas dos outros parceiros pos-         Rescue and Unmadded Search Operations"         realizar mapeamentos do fundo usando
sam testar e demonstrar os seus siste-         – utilização de veículos autónomos hetero-     sonares multifeixe.
mas, particularmente na área da Robóti-        géneos para busca e salvamento em cená-
ca Móvel, podendo vir, eventualmente,          rios de catástrofe). Este projeto é financia-    Também pela primeira vez participou
a estabelecer relações de trabalho com         do pela União Europeia (através do progra-     uma equipa da empresa portuguesa Teke-
a Marinha.                                     ma de Investigação e Desenvolvimento do        ver, parceira da Marinha no Projeto AU-
                                               7º Programa Quadro) e o CINAV participa        TOLAND, que visa adaptar a operações
   Ao longo do exercício é feita a recolha     com 24 outras instituições, coordenadas        navais a aeronave não tripulada AR4 da
de dados experimentais; testes de opera-       pela Academia Militar Belga. Na compo-         Tekever, pelo seu lançamento e recolha a
ção de veículos e sistemas; demonstração       nente marítima deste projeto participa o       bordo de navios. A aeronave utilizada re-
de capacidade operacional e tecnológica        CINAV, o INESC-TEC (Instituto de Engenha-      colheu imagens aéreas do exercício.
nacional junto de diversos parceiros; e de-    ria de Sistemas e Computadores – Tecno-
monstração de novos produtos e tecnolo-        logia e Ciência, sediado no Porto), o CMRE       Realizou-se um VIP DAY, onde foram rece-
gias dos participantes.                        (Nato Center for Maritime Research and         bidas diversas entidades externas e internas
                                               Experimentation) e a empresa Italiana Cal-     à Marinha: Instituto Superior Técnico (IST),
   Este exercício aproveita a experiência que  zoni. No entanto, para garantir a integra-     Centro de Investigação da Academia Militar
a Marinha adquiriu em exercícios como o        ção dos sistemas marítimos com os outros       (CINAMIL), Centro de Investigação da Força
REP (que tem sido realizado, desde 2010,       sistemas que estão a ser desenvolvidos no      Aérea (CIAFA), Escola Naval (EN), Base Naval
com a Faculdade de Engenharia da Univer-       projeto, estiveram também presentes in-        de Lisboa (BNL), Esquadrilha de Submarinos
sidade do Porto), mas proporciona um am-       vestigadores da ESRI-Portugal, ASCAMM          (ES) e Direção de Navios (DN).
biente mais descontraído e aberto, onde        (Espanha), e Space Applications Services
equipas muito diversas podem interagir         (SAS) (Bélgica). Foram testados diversos         Atendendo aos objetivos estabelecidos,
com a Marinha, criando relações de con-                                                       considera-se que o REX14 foi um sucesso.
fiança e conhecimento mútuo.                                                                  Participaram mais de 60 pessoas exter-
                                                                                              nas à Marinha, oriundas de 8 instituições
                                                                                              nacionais e internacionais, foram testa-
                                                                                              dos diversos sistemas, e recolhida uma
                                                                                              quantidade apreciável de dados experi-
                                                                                              mentais. Com um número de participan-
                                                                                              tes crescente, pretende-se dar-lhe conti-
                                                                                              nuidade, com periodicidade anual, permi-
                                                                                              tindo aproximar a componente científica
                                                                                              da componente operacional e potenciar
                                                                                              o interesse nos sistemas de robótica na-
                                                                                              cionais. Dá-se, assim, corpo à política de
                                                                                              abertura ao exterior da Marinha que, para
                                                                                              garantir o uso do Mar por Portugal, se as-
                                                                                              sume como parceira no desenvolvimento
                                                                                              económico, científico e cultural.

                                                                                                                              Colaboração do CINAV

                                                                                              NOVEMBRO 2014 13
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