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REVISTA DA ARMADA | 493

                             A DIRECÇÃO-GERAL DE MARINHA EM 1994

                             UM OLHAR DUAS DÉCADAS DEPOIS

                             							                                                                            In memoriam
                             							                                                                  VALM Martins Cartaxo
                             							                                                                  CMG Pessoa Guerreiro
                             							
                                                                                                            CMG Rafael Pinto
                                                                                                   CFR (Dr.) Baptista da Silva

Foto SCH L Almeida Carvalho

                             Repensada, após a publicação do Decreto-Lei nº 300/84, de             construção jurídica deficiente e algo inadequada. Ao todo, oficiais
                                 07SET, e reenquadrada em relação ao modelo anterior, a Di-        eram, apenas, 11 no GOA, para apoio de uma estrutura que, no
                             recção-Geral de Marinha (DGM), herdeira, nas funções e na di-         seu global, já então, ascendia a quase 1500 servidores!
                             mensão, da Direcção-Geral dos Serviços do Fomento Marítimo
                             (DGSFM) criada em 1969, fez ressurgir o nome que havia sido ins-        Embora funcionando, como se confirma, com um número exí-
                             tituído nos anos 20 do século passado, passando a ter, contudo,       guo de oficiais e demais pessoal, na DGM estudava-se, avaliava-
                             um perfil funcional de superintendência nacional da vasta am-         -se legislação internacional e nacional, mantinha-se presença em
                             plitude de órgãos e serviços que aquele diploma de 1984 ainda         quase todos os Comités da International Maritime Organization
                             manteve sob a sua (DGM) alçada orgânica e hierárquica, no qua-        (IMO), pensavam-se modelos de recepção de convenções inter-
                             dro do Sistema da Autoridade Marítima, que abrangiam desde as         nacionais, produziam-se projectos legislativos em variadas áreas
                             Comissões Consultivas, direcções centrais, até aos Departamen-        e, sobretudo, construía-se doutrina que era a base da actividade
                             tos Marítimos, Capitanias dos Portos e Polícia Marítima.              das Capitanias dos Portos, então – e sempre – o núcleo sustenta-
                                                                                                   dor do exercício da Autoridade Marítima em Portugal.
                                Ao nível central, da total modificação de estruturas operada em
                             finais dos anos setenta e inícios dos anos oitenta, restou um nú-       Depois de, até finais da década de 70, os serviços do Fomen-
                             cleo nevrálgico sob as ordens de um vice-almirante, como supe-        to Marítimo terem ocupado todo o 1º andar do edifício do Mi-
                             rintendente nacional da actividade da estrutura desconcentrada        nistério da Marinha, a DGM, no início da década de 90, ocupava
                             da Autoridade Marítima, em especial as Capitanias dos Portos, e       apenas um sector diminuto das actuais instalações, precisamen-
                             sob o qual exercia funções um gabinete de Oficiais Adjuntos (GOA)     te a parte mais chegada à Praça do Município (actualmente ocu-
                             dirigido por um chefe de gabinete – integrando os sectores de Se-     pado pelos serviços da Direcção de Combate à Poluição do Mar
                             gurança Marítima (SM), Poluição Marítima (POL), Recursos Vivos        (DCPM), pelos serviços da designada Direção Técnica, Gabinete
                             (RV), Recursos Inertes (RI), Gabinete Jurídico (GJ) e Serviços Admi-  dos Assessores e pela Secretaria Central). Esta específica morfo-
                             nistrativos e Financeiros (SAF). O ordenamento normativo de en-       logia orgânica, e a reduzida dimensão da DGM, acentuou – ainda
                             tão manteve a Direcção de Faróis (DF) e o Instituto de Socorros a     que de forma indirecta – o carácter desconcentrado, dir-se-ia em
                             Náufragos (ISN) sob a autoridade directa do DGM, embora numa          modelo quase autónomo, de funcionamento das Capitanias dos
                                                                                                   Portos, cujos titulares eram nomeados e exonerados directamen-

                             10 FEVEREIRO 2015
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