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REVISTA DA ARMADA | 520
MULTICOOPERATIVE
MULTICOOPERATIVE
EXERCISE 17 e MARE APERTO 17
EXERCISE 17 e MARE APERTO 17
NRP D. Francisco de Almeida
om espírito de missão e vontade de integrar a Força Naval Euro- Almeida destacou, juntamente com outras unidades da EUROMAR-
Cpeia (EUROMARFOR), o NRP D. Francisco de Almeida largou para FOR, para o Dreaming Sea, com o objetivo de prestar auxílio a BRA-
o mar no domingo, dia 30 de abril, ainda o sol não tinha nascido, VOSUD e aos cidadãos de ALFA que lá residiam.
de forma a juntar-se às outras unidades navais da EUROMARFOR: a O Mare Aperto 17 foi dividido em duas fases: a fase de seriado, CET-FIT
fragata italiana Aviere e a fragata espanhola Numancia, que a acom- (Combat Enhancement Training – Force Integration Training), entre 8 e
panharam até ao dia 18 de maio. 13 de maio, e a fase TACEX (Tactical Exercise), de 14 a 18 de maio.
A primeira parte da missão foi dedicada ao Multicooperative Exer- Na fase de seriado, o objetivo foi garantir a interoperabilidade en-
cise 17 (MCE 17), de 1 a 5 de maio, em cooperação com a Mari- tre as unidades e os grupos-tarefa. O NRP D. Francisco de Almeida
nha Real Marroquina, tendo contado com a participação da fragata participou em quatro exercícios de tiro com a peça de artilharia de
Mohammed VI. 76 mm, uma operação de RAS
A fase de terra do exercício de- (reabastecimento no mar) com
correu atracado no Porto de Casa- o navio reabastecedor italiano
blanca, entre 1 e 3 de maio, sendo Vesuvio, três exercícios de guerra
marcada por reuniões setoriais, antissubmarina, dois exercícios de
realizadas a bordo, permitindo ul- guerra antiaérea e um exercício
timar os preparativos e esclarecer de guerra convencional com di-
questões relacionadas com a segu- versas ameaças.
rança, as comunicações e o seria- A fase TACEX caracterizou-se
do. De 3 a 5 de maio ocorreu a fase pela realização da Operação Red
de mar, ao largo da costa de Casa- Myrtle, em que o NRP D. Fran-
blanca, visando treinar os procedi- cisco de Almeida integrou a TU
mentos entre forças internacionais 460.02.01, tendo como tarefa
em operações de segurança ma- garantir a proteção do grupo anfí-
rítima. Este exercício constituiu, bio, composto pelo ITS Garibaldi,
também, uma oportunidade de estreitar os laços existentes entre as ITS San Marco e ITS San Giorgio, durante o trânsito para a Área de
marinhas envolvidas, através do embarque de elementos entre unida- Operações Anfíbias e, posteriormente, durante o assalto anfíbio que
des navais, durante a fase de mar. ocorreu na costa de Teulada, que contribuiu para a neutralização das
Concluído o MCE 17, a EUROMARFOR rumou ao Mediterrâneo para forças do NAM, criando um ambiente seguro e estável em BRAVO.
participar no exercício Mare Aperto 17, que teve como base um ce- Para além da participação do navio no Mare Aperto 17, uma equi-
nário fictício, no qual uma ilha denominada BRAVO, correspondente pa do Destacamento de Mergulhadores Sapadores nº 3 (DMS3),
à Sardenha, situada no Dreaming Sea (mar Tirreno), na proximidade participou, simultaneamente, no exercício ITAMINEX a bordo do ITS
dos países ALFA, CHARLIE e DELTA (correspondendo, respetivamente, Chioggia, realizando operações com AUV, tendo detetado e recupe-
à zona continental de Itália, Sicília e norte da Europa), vive uma situa- rado diversas minas de exercício. O DMS3 foi ainda responsável pela
ção política e militarmente instável. A ilha de BRAVO encontrava-se deteção de duas minas reais, de origem alemã, da II Guerra Mundial.
dividida em dois territórios, BRAVONORD e BRAVOSUD, sendo que Esta missão foi, ainda, marcada pelo resgate de 12 náufragos, su-
o primeiro era representado por um governo não reconhecido pela postamente argelinos, todos com vida, que foram encontrados na
comunidade internacional mas com uma forte presença territorial do madrugada de 13 de maio, a Sul da Sardenha, reforçando o paradig-
seu exército, à exceção da fronteira com BRAVOSUD, que era contro- ma de atuação multidisciplinar de uma unidade naval em missão.
lada por uma organização terrorista que reivindicava os territórios de A participação nestes dois exercícios foi uma excelente oportunida-
BRAVOSUD, a NAM (Northern Alliance Movement). de para elevar o padrão de desempenho atingido durante o Plano de
BRAVOSUD era a outra parte do território da ilha de BRAVO, repre- Treino Básico a que esta Unidade foi sujeita durante o mês de março.
sentada por um governo reconhecido pela comunidade internacional. Durante esta missão, houve, ainda, oportunidade para os elementos
Este território era rico em recursos naturais e apoiado pelo país ALFA na da guarnição visitarem as cidades de Casablanca (Marrocos) e Cagliari
exploração dos mesmos. O interesse por estes recursos levou o NAM, (Itália), e foi com um sentimento de satisfação que, após 23 dias de
com o apoio de CHARLIE, a ocupar alguns territórios de BRAVOSUD. missão, a fragata D. Francisco de Almeida atracou, a 22 de maio, na
No seio deste conflito, o governo de BRAVOSUD fez um apelo de Base Naval de Lisboa.
ajuda ao Conselho de Segurança da ONU, tendo este destacado uma
força naval para prestar apoio a BRAVOSUD. O NRP D. Francisco de Colaboração do COMANDO DO NRP D. FRANCISCO DE ALMEIDA
8 JULHO 2017