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REVISTA DA ARMADA | 522
EXERCÍCIO PRONTEX
VISITA DO MINISTRO DA DEFESA NACIONAL
ecorreu no passado dia 18 de julho a visita do Ministro da Defesa que a Força controlasse facilmente o objetivo. De seguida e após o
DNacional, Prof. Dr. Azeredo Lopes ao exercício PRONTEX 17, desembarque do elemento de apoio de serviços em combate, uma
constituindo esta uma excelente oportunidade para a Marinha dar coluna logística evoluiu no terreno, devidamente escoltada pelo
a conhecer a sua capacidade de projeção do poder naval em terra, Pelotão Anticarro; de uma forma inesperada, foram ouvidos reben-
influenciando as operações no litoral com o emprego de forças de tamentos e o disparo de vários tiros de rajada, confirmando-se, atra-
Operações Especiais e Anfíbias. vés das comunicações, que a coluna havia sofrido uma forte embos-
O programa contemplou mais de oito horas de intensa atividade, cada, por grupos armados dispersos no terreno. A reação não se fez
organizada por várias demonstrações de capacidade geradas no esperar com o pedido imediato de apoio de fogo naval e o emprego
Corpo de Fuzileiros, com o apoio dos navios da Esquadra e de outros das armas orgânicas da escolta, ação que veio permitir a saída das
meios, tanto da Autoridade Marítima Nacional como da Força Aérea viaturas da zona de morte e evitar baixas e outros danos colaterais.
Portuguesa. As demonstrações sucederam-se numa sequência
lógica de eventos que tipificam a condução de uma operação
expedicionária com várias fases e momentos específicos.
A milhares de quilómetros de distância do território nacional, Fotos: CAB A Evans de Pinho
ao largo de uma costa hostil, esta operação fictícia começou por
revelar a presença do Destacamento de Ações Especiais a bordo do
submarino Arpão, em preparativos para cumprir mais uma missão
de interesse nacional: o resgate de um cidadão português, refém
de forças insurgentes, cuja extração para bordo seria realizada com
o recurso a manobra de cordas, numa escarpa de difícil acesso,
junto à costa. Assegurada a discrição que a operação exigia, seguiu-
-se o lançamento em paraquedas de duas embarcações e de vários
operacionais, a partir de uma aeronave C-130, com o objetivo de
projetar mais elementos de operações especiais naquele território,
simultaneamente para conduzir um assalto a um navio suspeito de
imigração ilegal (simulado pelo NRP Bérrio) e infiltrar outros milita-
res que viriam a preparar a área de objetivo anfíbio, numa das fases Mas a ação decisiva ficou reservada para o final da visita, com a con-
iniciais daquela operação, designada por «shaping». dução de um ataque coordenado realizado pela FFZ1 a um campo de
Assegurada a neutralização de potenciais focos inimigos no litoral treino insurgente, usando munições reais e alto explosivo. Numa ope-
pelas operações especiais e consolidado o reconhecimento em terra ração planeada ao detalhe e garantida a surpresa até ao último minuto,
por outras forças avançadas, incluindo a ação dos mergulhadores foi assegurada uma forte superioridade e cadência de fogo ininterrupto
que validaram as praias para o desembarque, o Comandante da que impossibilitaram qualquer reação por parte do inimigo. Ao fim de
Força Naval viu reunidas as condições para emitir a ordem “Land the sete minutos de intenso fogo e movimento, o objetivo foi destruído e
Landing Force”. A Força de Fuzileiros n.º3 (FFZ3) embarcada nos NRP a Força retraiu rapidamente para a praia, tendo em vista o posterior
Vasco da Gama e NRP Figueira da Foz, a cerca de 3 milhas náuticas reembarque nos navios da Esquadra. Terminou, desta forma, mais uma
de costa, iniciou o seu movimento para terra em botes de assalto, missão do Corpo de Fuzileiros que ao abrigo de um Canto dos Lusíadas
a fim de ocupar uma aldeia que acolhia e apoiava o movimento fez jus ao seu lema de servir “braço às armas feito”.
rebelde naquele território. Com a rapidez e agressividade que se
impunham, o inimigo retirou para a retaguarda, permitindo assim Colaboração do COMANDO DO CORPO DE FUZILEIROS
14 SETEMBRO/OUTUBRO 2017