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100 ANOS DA AVIAÇÃO NAVAL
Marinha celebrou no passado dia 28 de setembro os 100 anos da Seguiu-se o discurso do Almirante CEMA e AMN, que após agrade-
A Aviação Naval, pois foi nesta data que, em 1917, foi promulgado cer ao Presidente da República e restantes entidades presentes, fez
o Decreto 3395 que criou o Serviço de Aviação da Armada e respetiva uma alocução centrada na atual aviação da Marinha e no seu futuro,
Escola. As comemorações incluíram uma cerimónia militar no dia 28 tendo enaltecido o acréscimo de valor operacional que os helicópte-
de setembro e, no dia 3 de outubro, uma sessão solene da Academia ros trouxeram para a Marinha e o empenho dos atuais aviadores. O
de Marinha e inauguração da exposição temporária sobre a Aviação Almirante Silva Ribeiro referiu também o atual programa de moder-
Naval, ambas no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha. nização do Lynx, e respetivo aumento do potencial operacional e de
vida útil, assim como a integração dos novos meios aéreos não tripu-
CERIMÓNIA MILITAR lados na Marinha, cujo comando administrativo será da Esquadrilha
de Helicópteros. O Presidente da República efetuou o discurso final,
A cerimónia militar iniciou-se cerca das 15h00, junto ao monu- tendo nele referido o apreço que o País tem pelos antigos e atuais
mento alusivo à Travessia Aérea do Atlântico Sul, entre a Torre de aviadores da Marinha, relembrou a memória daqueles que perde-
Belém e a doca do Bom Sucesso, o mesmo local de onde partiam ram a vida a voar sobre o mar ao serviço da Aviação Naval, e fez a
os navios para as Descobertas e os hidroaviões para as grandes tra- revelação inédita de que Portugal irá celebrar em conjunto com o
vessias aéreas. Concedeu-nos a honra de presidir a esta cerimónia o Brasil o centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul.
Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Foram De seguida, o Presidente da República, o Ministro da Defesa Nacio-
também recebidos pelo Chefe do Estado-Maior da Armada e Auto- nal e o Almirante CEMA e AMN dirigiram-se para o monumento da
ridade Marítima Nacional, Almirante Silva Ribeiro, o Ministro da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul para descerrar uma placa
Defesa Nacional, Doutor José Alberto Azeredo Lopes, o Secretário de comemorativa e colocar uma coroa de flores, enquanto a Banda da
Estado da Defesa, Dr. Marcos Perestrello e o Chefe do Estado-Maior Armada tocava a “Marcha Gago Coutinho”. Foi também feita uma
da Força Aérea, General Teixeira Rolo. As forças em parada foram homenagem aos mortos da Aviação Naval, à qual se seguiu o desfile
comandadas pelo CFR Matos Silva e incluíram a Banda da Armada, da Guarda de Honra.
estandarte da Esquadrilha de Helicópteros e respetiva escolta, uma O ponto alto da cerimónia acabou por ser o desfile aéreo e as
companhia com militares da Esquadrilha de Helicópteros, mergulha- demonstrações de voo. Várias foram as entidades aeronáuticas que
dores e unidades navais, uma companhia de Fuzileiros e uma com- aceitaram o convite da Marinha para se associarem às comemora-
panhia de militares da Força Aérea Portuguesa. Fundeados no Tejo, ções do centenário da Aviação Naval, nomeadamente a Aero Fénix,
diante da tribuna e acrescentando grande valor simbólico a toda a a Associação Portuguesa de Aviação Ultraleve (APAU), a Força Aérea
cerimónia, estavam os NRP Sagres, Álvares Cabral, Vasco da Gama, Portuguesa (FAP) e a G Air Training Center. Assim, o desfile aéreo
Viana do Castelo, Bérrio e o NTM Creoula. iniciou com uma passagem de três ultraleves de primeira geração
O Professor Marcelo Rebelo de Sousa passou revista à Guarda de da APAU, um dos quais, um Quicksilver anfíbio pilotado pelo Cmdt.
Honra e dirigiu-se à tribuna onde aguardavam as diversas entida- Mesquita Rocha, efetuou uma amaragem diante da tribuna, even-
des civis e militares convidadas, assim como os antigos aviadores da tualmente algo que já não acontecia ali desde 1952, quando os últi-
Marinha ou seus familiares, dos quais não podemos deixar de men- mos hidroaviões do Centro de Aviação Naval de Lisboa se mudaram
cionar o VALM Almeida d´Eça e o Comandante Roquette Ricciardi, da doca do Bom Sucesso para o Montijo. Logo a seguir, ainda da
pilotos da Aviação Naval, que, não obstante os seus 99 e 98 anos, APAU, passou uma formação com sete ultraleves de última gera-
fizeram questão de comparecer à cerimónia! ção, incluindo um anfíbio Seamax, com o Cmdt. José Veladas aos
Após a leitura do Decreto de criação do Serviço e Escola de Aviação comandos, que também destacou da formação para amarar e des-
da Armada, o CMG Cyrne de Castro, antigo piloto das Forcas Aero- colar diante da tribuna. Após os ultraleves entrou uma parelha de
navais, fez um discurso alusivo aos feitos e história da Aviação Naval. Chipmunks da Aero Fénix, associação que se dedica à restauração de
18 NOVEMBRO 2017