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REVISTA DA ARMADA | 523


          100 ANOS DA AVIAÇÃO NAVAL

































            Marinha celebrou no passado dia 28 de setembro os 100 anos da   Seguiu-se o discurso do Almirante CEMA e AMN, que após agrade-
         A Aviação Naval, pois foi nesta data que, em 1917, foi promulgado   cer ao Presidente da República e restantes entidades presentes, fez
          o Decreto 3395 que criou o Serviço de Aviação da Armada e respetiva   uma alocução centrada na atual aviação da Marinha e no seu futuro,
          Escola. As comemorações incluíram uma cerimónia militar no dia 28   tendo enaltecido o acréscimo de valor operacional que os helicópte-
          de setembro e, no dia 3 de outubro, uma sessão solene da Academia   ros trouxeram para a Marinha e o empenho dos atuais aviadores. O
          de Marinha e inauguração da exposição temporária sobre a Aviação   Almirante Silva Ribeiro referiu também o atual programa de moder-
          Naval, ambas no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha.  nização do Lynx, e respetivo aumento do potencial operacional e de
                                                              vida útil, assim como a integração dos novos meios aéreos não tripu-
          CERIMÓNIA MILITAR                                   lados na Marinha, cujo comando administrativo será da Esquadrilha
                                                              de Helicópteros. O Presidente da República efetuou o discurso final,
           A cerimónia militar iniciou-se cerca das 15h00, junto ao monu-  tendo nele referido o apreço que o País tem pelos antigos e atuais
          mento alusivo à Travessia Aérea do Atlântico Sul, entre a Torre de   aviadores da Marinha, relembrou a memória daqueles que perde-
          Belém e a doca do Bom Sucesso, o mesmo local de onde partiam   ram a vida a voar sobre o mar ao serviço da Aviação Naval, e fez a
          os navios para as Descobertas e os hidroaviões para as grandes tra-  revelação inédita de que Portugal irá celebrar em conjunto com o
          vessias aéreas. Concedeu-nos a honra de presidir a esta cerimónia o   Brasil o centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul.
          Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Foram   De seguida, o Presidente da República, o Ministro da Defesa Nacio-
          também recebidos pelo Chefe do Estado-Maior da Armada e Auto-  nal e o Almirante CEMA e AMN dirigiram-se para o monumento da
          ridade  Marítima  Nacional,  Almirante  Silva  Ribeiro,  o  Ministro  da   Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul para descerrar uma placa
          Defesa Nacional, Doutor José Alberto Azeredo Lopes, o Secretário de   comemorativa e colocar uma coroa de flores, enquanto a Banda da
          Estado da Defesa, Dr. Marcos Perestrello e o Chefe do Estado-Maior   Armada tocava a “Marcha Gago Coutinho”. Foi também feita uma
          da Força Aérea, General Teixeira Rolo. As forças em parada foram   homenagem aos mortos da Aviação Naval, à qual se seguiu o desfile
          comandadas pelo CFR Matos Silva e incluíram a Banda da Armada,   da Guarda de Honra.
          estandarte da Esquadrilha de Helicópteros e respetiva escolta, uma   O ponto alto da cerimónia acabou por ser o desfile aéreo e as
          companhia com militares da Esquadrilha de Helicópteros, mergulha-  demonstrações de voo. Várias foram as entidades aeronáuticas que
          dores e unidades navais, uma companhia de Fuzileiros e uma com-  aceitaram o convite da Marinha para se associarem às comemora-
          panhia de militares da Força Aérea Portuguesa. Fundeados no Tejo,   ções do centenário da Aviação Naval, nomeadamente a Aero Fénix,
          diante da tribuna e acrescentando grande valor simbólico a toda a   a Associação Portuguesa de Aviação Ultraleve (APAU), a Força Aérea
          cerimónia, estavam os NRP Sagres, Álvares Cabral, Vasco da Gama,   Portuguesa (FAP) e a G Air Training Center. Assim, o desfile aéreo
          Viana do Castelo, Bérrio e o NTM Creoula.           iniciou com uma passagem de três ultraleves de primeira geração
           O Professor Marcelo Rebelo de Sousa passou revista à Guarda de   da APAU, um dos quais, um Quicksilver anfíbio pilotado pelo Cmdt.
          Honra e dirigiu-se à tribuna onde aguardavam as diversas entida-  Mesquita Rocha, efetuou uma amaragem diante da tribuna, even-
          des civis e militares convidadas, assim como os antigos aviadores da   tualmente algo que já não acontecia ali desde 1952, quando os últi-
          Marinha ou seus familiares, dos quais não podemos deixar de men-  mos hidroaviões do Centro de Aviação Naval de Lisboa se mudaram
          cionar o VALM Almeida d´Eça e o Comandante Roquette Ricciardi,   da doca do Bom Sucesso para o Montijo. Logo a seguir, ainda da
          pilotos da Aviação Naval, que, não obstante os seus 99 e 98 anos,   APAU, passou uma formação com sete ultraleves de última gera-
          fizeram questão de comparecer à cerimónia!          ção, incluindo um anfíbio Seamax, com o Cmdt. José Veladas aos
           Após a leitura do Decreto de criação do Serviço e Escola de Aviação   comandos, que também destacou da formação para amarar e des-
          da Armada, o CMG Cyrne de Castro, antigo piloto das Forcas Aero-  colar diante da tribuna. Após os ultraleves entrou uma parelha de
          navais, fez um discurso alusivo aos feitos e história da Aviação Naval.   Chipmunks da Aero Fénix, associação que se dedica à restauração de


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