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REVISTA DA ARMADA | 523

          "ROBOTICS EXERCISE 2017"

           Decorreu de 11 a 13 de julho, na área da Base Naval de Lisboa
          (BNL) e do Arsenal do Alfeite, o “Robotics EXercise 2017” (REX17),
          sendo a quinta edição deste exercício anual.
           Estes exercícios, que são promovidos pela Marinha através do seu
          Centro de Investigação Naval (CINAV), visam testar e demonstrar
          tecnologia, principalmente na área da robótica, e recolher dados
          para investigação científica nas áreas de interesse da Marinha.
           Este exercício insere-se no esforço de abertura ao exterior e
          apoio à comunidade académica e empresarial que a Marinha vem
          prosseguindo. De facto, este exercício constitui-se quase como um
          festival de robótica móvel e outras áreas científicas emergentes,
          permitindo um contacto próximo e informal entre todos os par-
          ticipantes envolvidos. Para muitos investigadores trata-se do pri-
          meiro contacto direto que têm com a Marinha Portuguesa, e com
          o Modus Operandi do meio militar e operacional. Permite também
          que a comunidade académica e empresarial tenha acesso a meios
          que normalmente lhe estão vedados, como sejam instalações por-  Para além dos investigadores do CINAV, o REX17 contou com a
          tuárias militares, utilização de navios e unidades de mergulhado-  participação de mais de 20 investigadores de outras entidades de
          res, contacto com a comunidade operacional, etc.    referência, nomeadamente: o Instituto de Engenharia de Siste-
           O REX é realizado ininterruptamente desde 2013, sendo que, a   mas e Computadores – Tecnologia e Ciência (INESC-TEC), o Insti-
          nível nacional, já é considerado de grande relevância pelas insti-  tuto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Faculdade de
          tuições universitárias e empresariais.              Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (UNINOVA)
           Em 2015, ano com maior número de participantes, decorreu a   e a Universidade do Algarve.
          demonstração final da componente marítima do projeto Europeu   Os investigadores tiveram oportunidade de testar hidrofones,
          ICARUS,  que  visava  desenvolver  tecnologia  robótica  para  apoio   fazer recolha de dados acústicos através de um DAVS (Dual Acce-
          a ações de busca e salvamento em caso de grandes catástrofes.   lerometer Vector Sensor) montado num UUV (Unmanned Under-
          O “ICARUS  Sea  Trials  Lisbon  2015”  contou  com  a  participação   water Vehicle) ou testar USV (Unmanned Surface Vehicles) e UAV
          de investigadores do CINAV e mais de 100 elementos externos à   (Unmanned Air Vehicles), em concreto hexacopters com capaci-
          Marinha, oriundos de 24 universidades, centros de investigação e   dade de amarar.
          empresas nacionais e estrangeiras. Entre estas estão a Academia   O  exercício  foi  considerado  por  todos  os  participantes  um
          Militar Belga, que liderava o projeto, e a universidade suíça ETH   sucesso e uma excelente oportunidade para trabalhar em con-
          de Zurique, que é uma das referências na área da robótica móvel.  junto com a Marinha. Para o sucesso deste exercício foi funda-
           Este ano, pela terceira vez, o exercício foi realizado em parceria   mental a colaboração de todos os participantes e da Arsenal do
          com a Arsenal do Alfeite S.A., e decorreu nas suas instalações.  Alfeite, S.A. , da BNL e de diversas unidades navais.


          INTERCÂMBIO ENTRE MARINHAS DE PORTUGAL E DO BRASIL

           No período de 18 a 21 de julho, uma delegação da Marinha Por-
          tuguesa,  constituída  pelo  maestro  da  Banda  da  Armada,  CTEN
          Délio Gonçalves, e pelo CTEN Santos Serafim, do Estado-Maior da
          Armada, visitaram a companhia das bandas do Corpo de Fuzileiros
          Navais da Marinha do Brasil e o polo de comunicação do Centro de
          Comunicação Social da Marinha do Brasil, localizados na fortaleza
          de São José, no Rio de Janeiro, com o objetivo de estreitar laços
          e potenciar trocas de experiências entre as bandas e as áreas de
          comunicação das duas Marinhas.
           A  delegação  portuguesa  foi  recebida  pelo  Comandante  Geral
          da Força de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra Alexandre
          José Barreto de Mattos, que realçou o facto das Bandas Sinfónica
          e Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais terem origem nos músi-
          cos da Brigada Real da Marinha Portuguesa que acompanharam a
          Família Real quando esta se deslocou para o Brasil, em 1807.
           O programa incluiu uma visita ao Centro de Instrução Almirante
          Sylvio de Camargo (CIASC), localizado na Ilha do Governador, Rio   Durante este período foi possível assistir a várias demonstrações
          de Janeiro. É nesta escola que se formam os músicos das Bandas   da Banda Marcial e da Banda Sinfónica da Marinha do Brasil, tendo
          Marcial e Sinfónica da Marinha do Brasil, tendo a comitiva sido   o ponto alto da visita ocorrido no dia 21 de julho, com um con-
          recebida pelo Comandante do CIASC, Contra-almirante Carlos Cha-  certo da Banda Sinfónica do Corpo de Fuzileiros Navais dirigido
          gas Vianna Braga.                                   pelo maestro português, ao qual assistiram cerca de 150 fuzileiros
           Na visita realizada ao polo de comunicação do Centro de Comunica-  navais da Marinha do Brasil.
          ção Social da Marinha do Brasil, foi possível partilhar os mais recentes
          produtos de comunicação desenvolvidos pelas duas Marinhas.            Colaboração do ESTADO-MAIOR DA ARMADA


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