Page 86 - Revista da Armada
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Agora, decorridos que são 25 anos, é
largamente reconhecido que a vinda destes
submarinos e a atribuição da total com-
petência ao Arsenal do Alfeite, constituíram
uma forte mola impulsionadora da moder-
nização e apetrechamento do estaleiro,
sendo inúmeras as melhorias tecnológicas
introduzidas. Foi necessário implementar e
desenvolver métodos de controlo não
destrutivo e processos especiais, dos quais
se salientam:
• os controlos por raios X, ultra sons, líqui-
dos penetran-tes e magnetoscopia;
• técnicas de soldadura, em especial dos
aços de alto limite de elasticidade e dos
encanamentos em aço e cupro -alumínio;
• a introdução do princípio da qualificação
de soldadores e dos processos de soldadura;
• o teste dos equipamentos em oficina, o
que obrigou à construção de bancos de nha funções que, para os restantes navios da tro-mecânicos, dos materiais de construção
ensaio próprios; Armada, estão repartidas pela Direcção de e de consumo especial dos submarinos,
• o reequipamento metrológico, em conse- Navios, Direcção de Abastecimento e por estabelecendo e mantendo os níveis de
quência das tolerâncias apertadas exigidas outros departamentos do próprio Arsenal. armazém;
no controlo dimensional de componentes Destacam-se como mais importantes as de: • Controlar e sancionar a satisfação das requi-
usados e/ou manufacturados; sições, das oficinas do Arsenal e dos sub-
• o grande desenvolvimento do sector da DIRECÇÃO TÉCNICA: marinos, e elaborar as encomendas para
decapagem e limpeza química, por indis- • Superintender tecnicamente todos os tra- provimento;
pensável à conveniente inspecção/controlo balhos nos submarinos e no seu material, • Gerir e controlar as verbas atribuídas à
e protecção anti-corrosiva; definindo-os e estipulando os respectivos manutenção dos submarinos.
• o desenvolvimento das técnicas de equili- critérios de aceitação; A política de manutenção dos submarinos
• Estudar, definir e propor a é planeada, preventiva e sistemática. Neste
a
1 “GUARNIÇÃO” DA IRS introdução de alterações e de contexto, durante o ciclo operacional de
soluções de reparação; cinco anos são efectuadas periodicamente
CTEN ECN .....................João Caiado Gago Falcão de Campos • Propor a doutrina de manu- acções de manutenção, de que se destacam
CTEN M .........................Jorge Manuel Cabeçadas Pereira Leite tenção e gerir e controlar a sua as revisões intermédias, com docagem, com
CTEN EMQ ....................Júlio Valdemar Campos Silva Vilarinho execução em conformidade duração de 2 meses e periodicidade aproxi-
com a tabela de manutenção mada de ano e meio, feitas no Arsenal do
1º TEN AN .....................António Neves Estevéns
preventiva; Alfeite. Ao fim de cada ciclo operacional o
SAJ AES .........................Amílcar Guardado dos Santos Neto
• Assegurar a ligação com a submarino sofre uma grande revisão que
SAJ ACM ........................Joaquim Marques Vaz Marinha Francesa, no âmbito do dura 18 meses, cujo objectivo é repor o
1º SAR ............................ACM Arménio Ferreira da Silva acordo de apoio logístico ce- nível de qualidade dos seus sistemas e
1º SAR ............................ACM Rui Leitão da Silva lebrado entre as duas partes equipamentos, em termos de desempenho,
1º SAR ............................ACM Manuel Cândido de Almeida Gonçalves aquando do contrato de aqui- tão próximo quanto possível do obtido em
1º SAR AES .....................Francisco Manuel Neto Vidigal sição. novo e garantir, assim, um novo ciclo opera-
2º SAR CM .....................Armindo Francisco Júlio Lopes Alves Ferreira INSPECÇÃO TÉCNICA: cional com o máximo de segurança e o mí-
CAB CM .........................Augusto Vidal • Definir o plano de inspecções nimo de avarias inopinadas.
e ensaios das intervenções nos Desde Março de 1974, a IRS já superin-
bragem dinâmica e da utilização da medi- submarinos ou no seu material e exercer o tendeu às seguintes intervenções:
ção programada de vibrações e de ruído respectivo controlo;
irradiado na água pelos equipamentos dos • Realizar vistorias e inspecções para SUBMARINO RI (Q) GR
submarinos; definição das reparações. ALBACORA 12 04
• o incremento da oficina de sonares na BARRACUDA 13 05
área electro-acústica, nomeadamente nos PLANEAMENTO E COORDENAÇÃO: DELFIM 12 04
meios de reparação e teste de transdutores; • Planear, promover a execução e coor- Totais 37 13
• a introdução de novas soluções de recu- denar os trabalhos, informando o Ad- RI (Q): Revisão intermédia, com docagem (2 meses).
peração de componentes pela utilização das ministrador do Arsenal do Alfeite da viabili- GR: Grande revisão (18 meses).
técnicas de deposição /adição de metais. dade de cumprimento dos prazos;
De todas estes avanços tecnológicos • Coordenar a actividade dos organismos As obras dos submarinos representam uma
usufruiu naturalmente toda a Armada, com do Arsenal, da Marinha e outros interve- boa parcela da produção do Arsenal. A título
a natural aplicação dos métodos, técnicas e, nientes nos trabalhos dos submarinos, por de exemplo pode referir-se que, num ano em
sobretudo, da mentalidade usados (exigidos) forma a que se atinjam os objectivos projec- que decorra uma grande revisão, a mão-de-
nos trabalhos dos submarinos. tados; -obra aplicada nos submarinos representa
• Alertar para os desvios e propor medidas cerca de 20% da produção total do estaleiro.
FUNÇÕES E ACTIVIDADE DA IRS de correcção. Convém, no entanto, referir que a parte rela-
tiva às reparações eventuais e urgentes, resul-
A Inspecção de Reparação de Submarinos, GESTÃO DE MATERIAL tantes de avarias, é em si pouco significativa,
como organismo executor das competências PARA OS SUBMARINOS: cifrando-se em média nos 4% da quota parte
atribuídas ao Arsenal do Alfeite, desempe- • Efectuar a gestão dos sobressalentes elec- das obras do submarinos.
12 MARÇO 99 • REVISTA DA ARMADA