Page 274 - Revista da Armada
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uma manta de
retalhos de no-
tícias nacionais
e internacio-
nais recortadas
e seleccionadas
e com uma sec-
ção importante
de "Notas colo-
niais" onde se
dá conta dos
desenvolvi-
mentos das in-
fra estruturas
portuárias co-
loniais e das in-
renovação da esquadra e tinha afeição acontece com a sua revista ou não, o que fra estruturas ferroviárias que servem
ao regime o que de resto era vulgar sabe é que ela "vem ocupar um lugar, esses portos. Para além disso promove a
naquela altura. Também no primeiro tomar uma posição definida, executar figura de Bernardino Correa, um dos
ano de publicação, é digno de nota o um programa concreto, previamente maiores armadores nacionais de sempre,
tratamento dado à Marinha Alemã onde delineado. Um jornal que se consagre que dirigia os destinos da Companhia
demonstra nítida admiração. Por esta aos problemas da Marinha Mercante e Colonial de Navegação que era seu
postura, julga-se, é agraciado mais tarde amigo pessoal e o apoiava nas suas ini-
com o grau de comendador da Ordem da ciativas editoriais. Esta
Águia (Alemã) o que é uma honra rarís- revista dura até 1971,
sima em Portugal. No fundo Maurício praticamente até à mor-
de Oliveira era anglófilo, demonstra-o te de Maurício de Oli-
bem o seu livro (Álbum) a "Armada veira.
Real Britânica" de 1940 e a legendagem A Segunda Grande
das fotos do álbum, tendo também sido Guerra termina em
agraciado com a "King's Medal" de 1945 e a nossa esquadra
Inglaterra. nova de 1936 para a
Em 31 de Julho de 1942 Maurício de qual tanto batalhou
Oliveira cria uma nova revista, o "Jornal Maurício com os seus
da Marinha Mercante" a que chama um escritos é um conjunto
órgão de divulgação das actividades de navios obsoletos,
marítimas no mundo. O proprietário sem qualquer valor
deste órgão de informação é também militar à luz dos novos
António Maria Pereira e o editor é Mi- conceitos saídos da
moso Moreira que funciona mais como guerra. O combate ar-
chefe da redacção. Nas palavras de aber- tilheiro para o qual as
tura da sua nova revista, Maurício de nossas peças de 120,
Oliveira diz que é costume dizer-se sem- por falta de uso, ainda
pre que sai um novo jornal que vem não atingiram os va-
preencher uma lacuna. Não sabe se isto lores das tabelas de
tiro, deixou pratica-
aos assuntos coloniais com ela relaciona- mente de existir. Para a guerra anti-sub-
dos…" Antes de terminar aproveita para marina os nossos navios de antes da
saudar "a gloriosa Marinha de Guerra guerra não estão minimamente prepara-
Nacional, a cujos servidores a gente da dos. Os nossos navios tem apenas 9 anos
Marinha Mercante deve tantas e tantas de vida. Para colmatar esta ineficiência e
manifestações de colaboração, de boa proporcionar treino adequado aos nos-
camaradagem, de generosidade e de ga- sos marinheiros, o ministro da Marinha
lhardia." E termina saudando"a Junta de então, Rodrigues Tomás, amigo de
Nacional da Marinha Mercante e o seu Maurício, procura adquirir fragatas e
ilustre presidente e nosso muito prezado submarinos ingleses em 2ª mão (war
amigo capitão-de-mar-e-guerra Américo surplus) e manda para Inglaterra os
Tomás" e saudando "todos os armadores contratorpedeiros para modificação do
e todos os servidores da Marinha Mer- sistema de armas. Entretanto Portugal
cante Nacional…". entra na NATO como membro fundador
São palavras bonitas de ler principal- com uma esquadra atamancada de
mente por quem gosta da Marinha de navios em 2ª mão e outros de antes da
Guerra. guerra modificados para suprirem a sua
A revista é muito parecida no seu as- desadequação. Nos anos 50 os Estados
pecto gráfico com a Revista de Marinha Unidos fornecem-nos de acordo com o
e também no seu preço, 2$50, mas é dife- "Mutual Defense Assistance Program", 3
rente no número de páginas que é me- patrulhas de concepção americana cons-
nor, apenas 24 e nos colaboradores que truídos em França e são feitos em Por-
praticamente não tem. É como se fosse tugal mais 5 com o mesmo projecto.
20 AGOSTO 2000 • REVISTA DA ARMADA