Page 89 - Revista da Armada
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Todas as estru- Catedrático e Di-
turas que ainda rector da Facul-
hoje existem para dade de Farmá-
lá da fachada sul, cia, Bastonário da
datam desse pe- Ordem dos Far-
ríodo, que sacri- macêuticos, pio-
ficou o jardim, neiro no estudo
perdida de há analítico de con-
muito a impor- sumos abusivos
tância do horto e que esteve na
botânico. origem do LAF-
Foi então cria- TM, laboratório
do o mais mo- de referencia na-
derno e bem António Maria de Lencastre CMG MN Aires Kopke. CMG MN Francisco Xavier da Silva Telles. cional e europeia.
equipado Blo- Facultativo Naval de 1ª Classe. Perquilhas Teixei-
co Operatório dos Hospitais de Lisboa. Os medicina naval. Ferraz de Abreu, cirur- ra, Amaral Alegria, continuadores da obra de
azulejos decorativos da Sala do Príncipe, do gião, deputado e ex-presidente do Partido Silveira, que fica ligada ao “projecto vencer”
átrio da Capela e do corredor de acesso ao Socialista. Vasconcelos e Meneses, erudito na luta contra as toxicodepêndencias.
Bloco, estes últimos hoje encaixotados no académico, a quem se devem obras exaus- Em 1956 é efectuado o primeiro curso de
Museu de Marinha, datam desse tempo. São tivas sobre a cobertura sanitária das naus Oficiais de Reserva Naval. Cursos que se su-
de artista de nomeada e obra das fábricas da das descobertas e da Índia. Ginja Brandão, cederão por mais de trinta anos.
“Viúva Lamego”. a quem a população agradecida mandou Gerações sucessivas de médicos, cum-
A Capela, profanada pelo anti clericalismo erigir um busto, na localidade de S. Jacinto, prem o seu serviço militar na Armada.
e espírito anti religioso da revolução republi- reconhecendo a sua acção desinteressada de Muitos deles desempenharam e alguns
cana, e transformada em balcão de farmácia, médico, na assistência local, enquanto foi ainda desempenham funções de direcção
foi reconsagrada e desde então quer nos Hospitais, quer nas
voltou a servir para culto. Faculdades de Medicina, na in-
No final dos anos 40, o cor- vestigação e na simples prática
po clínico dispunha de 13, 14 clínica, com renome e prestígio
médicos. nacional e internacional. Muitos
Nasce em 1948 o primeiro ser- passaram pelo Hospital. Mui-
viço de Anestesia do país, criado tos ainda hoje mantêm um laço
e chefiado pelo então 1TEN MN afectivo com a Marinha.
Mário Santos. Tovar Faro é En- A partir de 61 inicia-se o ciclo
fermeiro-Mor dos HCL. final do Império.
Na segunda metade do sécu- Cai a Índia Portuguesa. Alça-
lo XX devemos citar, sem pre- da Cardoso, médico do “Afonso
tensão de esgotar o assunto, de de Albuquerque” é um dos pri-
entre outros: Nobre Leitão, intro- sioneiros de guerra.
dutor da micro cirurgia otológi- As campanhas de África ser-
ca, criador de técnicas cirúrgicas viram de escola.
e Professor convidado de ORL CMG MN Manuel Maximo Prates. 1TEN MN João Fraga de Azevedo. Alguns dos médicos navais e
da Faculdade de Medicina; Vi- não poucos enfermeiros forma-
riato Gouveia, neuropsiquiatra, que além de o Chefe do Serviço de Saúde de Base Aero- dos pelo Hospital, são condecorados por ex-
Director do Hospital da Marinha foi igual- -Naval de S. Jacinto. celência no desempenho das suas funções,
mente Director do Hospital Miguel Bombar- Orlindo Gouveia Pereira, Professor de actos de abnegação e heroísmo.
da; Telmo Correia, insigne radiologista, co- psicologia, psiquiatra introdutor das teorias O Hospital d Marinha reage adequada-
laborador habitual de Fernando da Fonseca; comportamentais. mente à nova situação, como hospital final
Gualter Marques, tisiologista, aluno, amigo Forçosamente terei esquecido muitos ou- das cadeias de evacuação dos diversos Ser-
e assistente do Professor Tapia. Pioneiro da tros médicos navais e tantos outros enfermei- viços de Saúde espalhados pelos Territó-
vacinação com o BCG, que começou por ser ros e pessoal que mantiveram com o seu tra- rios Operacionais das então províncias da
obrigatória na Armada e só vários anos de- balho diário o prestígio do Hospital. Guiné, Angola e Moçambique, mantendo
pois se estendeu à população em geral. Cometia injustiça se não citasse Farma- ainda em Cabo Verde um Serviço de Saú-
Os continuadores dos pioneiros da Me- cêuticos Navais distintos: Carlos da Silveira, de do Comando Naval.
dicina Tropical: Em Cabo Ver-
Máximo Prates, de e em Moçam-
Fraga de Azeve- bique havia MN
do, Tito Serras embarcados.
Simões, Carvão Além disso ha-
Gomes. via Serviços de
Félix Antó- Saúde em Terra,
nio, internista em Angola três:
que foi Director Luanda, S.to An-
desta Revista e tónio do Zaire e
é Académico de Vila Nova de Ar-
número de Aca- mada. Em Mo-
demia de Mari- çambique: Lou-
nha, autoridade renço Marques,
na história da CFR MN Tito Serras Simões. CMG MN Fernando A. Carvão Gomes. CALM MN Luís Ginja Brandão. Porto Amélia e
REVISTA DA ARMADA U MARÇO 2006 15