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PAGINA DA SAÚDE 2
Vacinação e sua importância
Vacinação e sua importância
s vacinas correspondem à chamada imunização activa, que Os militares fazem parte dos chamados grupos de risco para as do-
visa prevenir ou diminuir a gravidade das doenças infecciosas enças infecto-contagiosas, por diversas razões tais como, viverem em
Alevando, se possível, à sua erradicação. agregados populacionais relativamente fechados, serem mais propícios
Considera-se que a técnica de vacinação teve início nos séculos X – a comportamento de risco principalmente quando destacados, actuarem
XI, na Ásia Central, e na luta contra a varíola, embora se tenha tornado em regiões mais ou menos distantes em ambientes extremos e sujeitos a
mais conhecida desde 1798, com o médico inglês Edward Jenner. Este doenças provocadas por agentes microbianos locais, para além da possi-
iniciou a escarificação cutânea humana com extractos das lesões de va- bilidade de ataques por agentes de bio terrorismo/guerra biológica.
ríola bovina e verificou que as pessoas que tinham sido sujeitas a esta Nesta última enquadram-se entre outros o conhecido anthrax e
“operação”, ficavam protegidas contra a forma huma- a varíola, para as quais existem vacinas, que estão
na de varíola. Iniciou-se deste modo a era da vacinação, a ser produzidas e armazenadas, com vista a uma
apesar de não serem conhecidos os mecanismos subja- possível utilização, em caso de ataque terrorista com
centes à protecção imunológica adquirida. aqueles agentes.
A utilização massificada das vacinas, vertente po- Torna-se pois imperativo o cumprimento do progra-
lítica da saúde pública, teve um impacte significativo ma de vacinação das Forças Armadas em vigor desde
ao nível social e económico das populações em todo o 1996, o qual deve ser complementado pelo Programa
mundo, estimando-se que só em 2002, evitaram dois Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, en-
milhões de mortes. Essa importância pode ser confir- quanto se aguarda a publicação do novo programa, já
mada com alguns exemplos: em 1977 permitiu erra- em sede do EMGFA, aos quais acrescem as orientações
dicar uma doença terrível, a varíola, cuja taxa média da OTAN, face aos actuais compromissos de forças na-
de mortalidade era de 30%; actualmente, encontra-se cionais destacadas.
em fase de extinção a poliomielite; entre 1999 e 2003 Especial atenção deve ser dada às vacinas “antigas”,
o número de mortes por sarampo caiu cerca de 40%, como a antitetânica-diftérica, pois o tétano, embora raro
prevendo-se mesmo a sua eliminação em algumas regiões do mun- em Portugal e na Europa, continua a fazer vítimas mortais. A sua pre-
do; estima-se que o tétano, quando adquirido pelo recém-nascido venção é simples, bastando uma dose de reforço da vacina de 10 em
nas primeiras semanas de vida, seja eliminado em 14 de 57 países 10 anos, verificando-se (infelizmente) que tende a ser esquecida, tanto
de alto risco (África/Ásia), a exemplo do que acontece nos países pelo público em geral como pelo pessoal da saúde.
desenvolvidos. Merece especial destaque a vacinação que tem sido efectuada, parti-
Mantém-se no entanto o interesse da medicina na melhoria e desen- cularmente nos jovens, contra a hepatite B e contra a meningite do gru-
volvimento de novas vacinas, por se tratar do melhor meio de controlo po C, quer em Portugal, quer em outros países, o que tem condicionado
das doenças infecciosas, tais como o paludismo (malária), SIDA, hepatite a diminuição destas doenças e das suas complicações.
viral C, vírus do dengue e vírus herpes simplex, para além de ajudar a comba- A vacinação antigripal e antipneumocócica (previne algumas pneu-
ter a emergência de resistência aos antibióticos. De igual modo a indús- monias) é cada vez mais importante para os grupos de risco, nos quais
tria farmacêutica vê nesta área uma fonte de investimento rentável. se englobam os indivíduos com mais de 60 anos e os portadores de
A comprová-lo está o aparecimento de vacinas para as seguintes doenças crónicas.
doenças/microrganismos: O papel do pessoal de saúde na estimulação, aconselhamento e admi-
- Hepatite viral B, e A, doenças provocadas pelo Haemophilus I. tipo b, nistração das vacinas nas populações que servem, é fundamental para
pelos pneumococos e meningococos (ex. meningites, etc), vacina para a se obterem os benefícios e as vantagens acima referidas.
varicela, para a diarreia a rota vírus e também para o vírus do papiloma Não se esqueça, vacine-se pela sua saúde! Z
humano genital (HPV). (Colaboração da Direcção do Serviço de Saúde)
NOTÍCIA
VISITA DOS ADIDOS MILITARES ESTRANGEIROS À MARINHA
¬ No passado dia 16 de Março, in- apresentação no terreno de peque-
tegrado no programa de visitas à nos núcleos operacionais, onde foi
Marinha, o Corpo de Fuzileiros teve mostrado aos ilustres visitantes o
o privilégio de receber a visita do que de mais actual dota as unidades
Corpo de Adidos Militares Estran- do CCF, especialmente as que inte-
geiros radicados em Portugal. gram o Batalhão Ligeiro de Desem-
Foram recebidos pelo Comandan- barque (BLD), o Destacamento de
te do Corpo de Fuzileiros, CALM Acções Especiais (DAE) e o Pelotão
Carvalho Abreu, Comandante da de Abordagem (Pelboard).
Escola de Fuzileiros CMG FZ Pires A visita culminou com um almo-
Carmona, Chefe do Estado Maior ço, onde pela ocasião do tradicional
do CCF CFR FZ Sousa Ribeiro e Chefes de Secção do Estado-Maior brinde, o representante do decano dos Adidos, salientou quanto lhes é
do Comando do Corpo de Fuzileiros. agradável poder contactar directamente com os Fuzileiros, elogiando
Após a recepção e apresentação de boas vindas, o CEM do CCF o cuidado que fora tido na preparação e condução da visita bem assim
apresentou um briefing versando fundamentalmente o historial, efec- como o profissionalismo demonstrados.
tivos, apetrechamento e missões actuais e futuras, a que se seguiu uma (Colaboração do Comando do Corpo de Fuzileiros)
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