Page 209 - Revista da Armada
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                              Vacinação e sua importância
                              Vacinação e sua importância


               s vacinas correspondem à chamada imunização activa, que   Os militares fazem parte dos chamados grupos de risco para as do-
               visa prevenir ou diminuir a gravidade das doenças infecciosas  enças infecto-contagiosas, por diversas razões tais como, viverem em
         Alevando, se possível, à sua erradicação.            agregados populacionais relativamente fechados, serem mais propícios
           Considera-se que a técnica de vacinação teve início nos séculos X –  a comportamento de risco principalmente quando destacados, actuarem
         XI, na Ásia Central, e na luta contra a varíola, embora se tenha tornado  em regiões mais ou menos distantes em ambientes extremos e sujeitos a
         mais conhecida desde 1798, com o médico inglês Edward Jenner. Este  doenças provocadas por agentes microbianos locais, para além da possi-
         iniciou a escarificação cutânea humana com extractos das lesões de va-  bilidade de ataques por agentes de bio terrorismo/guerra biológica.
         ríola bovina e verificou que as pessoas que tinham sido sujeitas a esta   Nesta última enquadram-se entre outros o conhecido anthrax e
         “operação”, ficavam protegidas contra a forma huma-              a varíola, para as quais existem vacinas, que estão
         na de varíola. Iniciou-se deste modo a era da vacinação,        a ser produzidas e armazenadas, com vista a uma
         apesar de não serem conhecidos os mecanismos subja-             possível utilização, em caso de ataque terrorista com
         centes à protecção imunológica adquirida.                       aqueles agentes.
           A utilização massificada das vacinas, vertente po-               Torna-se pois imperativo o cumprimento do progra-
         lítica da saúde pública, teve um impacte significativo           ma de vacinação das Forças Armadas em vigor desde
         ao nível social e económico das populações em todo o            1996, o qual deve ser complementado pelo Programa
         mundo, estimando-se que só em 2002, evitaram dois               Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, en-
         milhões de mortes. Essa importância pode ser confir-             quanto se aguarda a publicação do novo programa, já
         mada com alguns exemplos: em 1977 permitiu erra-                em sede do EMGFA, aos quais acrescem as orientações
         dicar uma doença terrível, a varíola, cuja taxa média           da OTAN, face aos actuais compromissos de forças na-
         de mortalidade era de 30%; actualmente, encontra-se             cionais destacadas.
         em fase de extinção a poliomielite; entre 1999 e 2003             Especial atenção deve ser dada às vacinas “antigas”,
         o número de mortes por sarampo caiu cerca de 40%,               como a antitetânica-diftérica, pois o tétano, embora raro
         prevendo-se mesmo a sua eliminação em algumas regiões do mun-  em Portugal e na Europa, continua a fazer vítimas mortais. A sua pre-
         do; estima-se que o tétano, quando adquirido pelo recém-nascido  venção é simples, bastando uma dose de reforço da vacina de 10 em
         nas primeiras semanas de vida, seja eliminado em 14 de 57 países  10 anos, verificando-se (infelizmente) que tende a ser esquecida, tanto
         de alto risco (África/Ásia), a exemplo do que acontece nos países  pelo público em geral como pelo pessoal da saúde.
         desenvolvidos.                                        Merece especial destaque a vacinação que tem sido efectuada, parti-
           Mantém-se no entanto o interesse da medicina na melhoria e desen-  cularmente nos jovens, contra a hepatite B e contra a meningite do gru-
         volvimento de novas vacinas, por se tratar do melhor meio de controlo  po C, quer em Portugal, quer em outros países, o que tem condicionado
         das doenças infecciosas, tais como o paludismo (malária), SIDA, hepatite  a diminuição destas doenças e das suas complicações.
         viral C, vírus do dengue e vírus herpes simplex, para além de ajudar a comba-  A vacinação antigripal e antipneumocócica (previne algumas pneu-
         ter a emergência de resistência aos antibióticos. De igual modo a indús-  monias) é cada vez mais importante para os grupos de risco, nos quais
         tria farmacêutica vê nesta área uma fonte de investimento rentável.  se englobam os indivíduos com mais de 60 anos e os portadores de
           A comprová-lo está o aparecimento de vacinas para as seguintes  doenças crónicas.
         doenças/microrganismos:                               O papel do pessoal de saúde na estimulação, aconselhamento e admi-
           - Hepatite viral B, e A, doenças provocadas pelo Haemophilus I. tipo b,  nistração das vacinas nas populações que servem, é fundamental para
         pelos pneumococos e meningococos (ex. meningites, etc), vacina para a  se obterem os benefícios e as vantagens acima referidas.
         varicela, para a diarreia a rota vírus e também para o vírus do papiloma   Não se esqueça, vacine-se pela sua saúde!   Z
         humano genital (HPV).                                                       (Colaboração da Direcção do Serviço de Saúde)


                                                     NOTÍCIA


                      VISITA DOS ADIDOS MILITARES ESTRANGEIROS À MARINHA


         ¬ No passado dia  16 de Março, in-                                           apresentação no terreno de peque-
         tegrado no programa de visitas à                                             nos núcleos operacionais, onde foi
         Marinha, o Corpo de Fuzileiros teve                                          mostrado aos ilustres visitantes o
         o privilégio de receber a visita do                                          que de mais actual  dota as unidades
         Corpo de Adidos Militares Estran-                                            do CCF, especialmente as que inte-
         geiros radicados em Portugal.                                                gram o Batalhão Ligeiro de Desem-
           Foram recebidos pelo Comandan-                                             barque (BLD), o Destacamento de
         te do Corpo de Fuzileiros, CALM                                              Acções Especiais (DAE) e o Pelotão
         Carvalho Abreu, Comandante da                                                de Abordagem (Pelboard).
         Escola de Fuzileiros CMG FZ Pires                                              A visita culminou com um almo-
         Carmona, Chefe do Estado Maior                                               ço, onde pela ocasião do tradicional
         do CCF CFR FZ Sousa Ribeiro  e  Chefes de Secção do Estado-Maior  brinde, o representante do decano dos Adidos, salientou quanto lhes é
         do Comando do Corpo de Fuzileiros.                   agradável poder contactar directamente com os Fuzileiros, elogiando
           Após a recepção e apresentação de boas vindas, o CEM do CCF  o cuidado que fora tido na preparação e condução da visita bem assim
         apresentou um briefing versando fundamentalmente o historial, efec-  como o profissionalismo demonstrados.
         tivos, apetrechamento e missões actuais e futuras, a que se seguiu uma    (Colaboração do Comando do Corpo de Fuzileiros)

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