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TERCEIRO OBJECTIVO: O Código de Ética, aprovado em Bruxelas Normas e Procedimentos de Conservação Pre-
DEFINIR UMA METODOLOGIA pela ECCO (Confederação Europeia de As- ventiva do Museu de Marinha. Este documen-
DE TRABALHO PRÓPRIA sociações de Conservadores-Restauradores), to, que se encontra em fase de conclusão, será,
em 1993; sem dúvida, um elemento fundamental para
Este objectivo era, sem dúvida, mais fácil, A Carta de Pavia (Preservação do Património uma instituição desta natureza, além de ser um
pois no fundo, tinha sido o meu elo orientador Cultural: Definição de um Perfil Europeu do documento obrigatório à luz da Lei Quadro do
desde a época em que recebi a minha primei- Conservador-Restaurador), de 1997. Museus Portugueses (Lei Nº 47 de 19 de Agosto
ra formação académica universitária. O nosso de 2004, art. 28º)
método de trabalho seria, como sempre, defi- EM JEITO DE BALANÇO Ao longo destes anos, o conjunto de inter-
nido por duas medidas vitais: venções e acções realizadas deram um novo
1. Trabalhar a partir de uma perspectiva fun- Seguindo a metodologia referida, o Projecto esplendor às Galeotas Reais, o que se tem ma-
damental: O respeito pelo original. de Conservação das Galeotas Reais foi avan- nifestado no interesse e na curiosidade que o
Este respeito implica- público tem demonstra-
ria a aplicação dos cinco 1 2 do durante os trabalhos
princípios basilares da em curso.
Ética da Conservação: Seria injusto fechar
– O Princípio da Inter- este artigo sem dizer
venção Mínima; que tudo isto só foi pos-
– O Princípio da Com- sível graças à recepti-
patibilidade entre vidade e ao interesse
materiais originais e demonstrado pelos res-
materiais actuais; ponsáveis do Museu
– O Princípio da Re- desde o primeiro mo-
versibilidade de cada mento. Muito agradeço
uma das operações a eles e a todos aqueles
efectuadas; que de alguma forma
– O Princípio do Reco- Cobertura da Camarinha do Bergantim Real: 3 puseram ao meu serviço
1. Antes da intervenção de conservação e restauro realizada em 2001.
nhecimento do traba- os seus conhecimentos,
2. Depois da intervenção realizada.
lho realizado; 3. Teste de limpeza da camada pictórica. Tela pintada a óleo, representando Brasão de as suas ideias e inclusi-
– O Princípio da Do- Armas da Monarquia Portuguesa, decorando a cobertura da Camarinha Real. ve, os seus sentimentos,
cumentação porme- com frequência sugesti-
norizada da intervenção executada, in- çando progressivamente, cumprindo seis anos vos e pertinentes, sobre o património marítimo
cluindo registos de várias naturezas das em Setembro de 2007. Foram seis anos de tra- português.
diversas fases da intervenção. balho ininterrupto ao longo dos quais a equi- Z
2. Desenvolver a nossa actividade segundo pa do projecto foi actuando em várias frentes: Mestre Lorena Querol
a linha de actuação definida pelos seguintes desde a sensibilização dos responsáveis pelo Conservadora e Museóloga
documentos de carácter internacional: património do Museu relativamente às neces- Fontes citadas:
- GONZÁLEZ-VARAS, Ignacio. Conservación de
A Definição da Profissão do Conservador/ sidades de conservação e de museografia dos Bienes Culturales. Teoria, história, princípios y normas.
Restaurador, adoptada pelo ICOM (Conse- vários tipos de colecções expostas e não expos- Manuales Arte Cátedra. Madrid, 2000.
lho Internacional de Museus) em Copenha- tas ao público, até à necessidade de elaborar - BRANDI, Cesare. Teoría de la Restauración. Alian-
ga, em 1984; um documento que definisse tecnicamente as za Forma Ed. Madrid, 1993.
DIA DO COMBATENTE
DIA DO COMBATENTE
o dia 14 de Abril realizaram-se Túmulo do Soldado Desconhecido.
na Batalha as comemorações A cerimónia iniciou-se com a cele-
Ndo Dia do Combatente, o 89º bração de uma missa de sufrágio, em
aniversário da Batalha de La Lys e a 71.ª honra dos combatentes mortos pela
Romagem ao Túmulo do Soldado Des- Pátria celebrada por Sua Eminência
conhecido, em cerimónia militar presi- Reverendíssima D. Januário Torgal
dida pelo Ministro da Defesa Nacional, Ferreira, e a participação do coro da
Dr. Nuno Severiano Teixeira. Cruz Vermelha Portuguesa. Além dos
Estiveram também presentes o Chefe núcleos da Liga dos Combatentes,
do Estado-Maior General das Forças Ar- participaram nesta cerimónia 19 as-
madas, o Presidente da Comissão Par- sociações de combatentes nacionais
lamentar de Defesa Nacional – Dr. Mi- e estrangeiras bem como numerosos
randa Calha, o Secretário de Estado da combatentes que não deixaram de as-
Defesa Nacional e Assuntos do Mar – Dr. João Mira Gomes, os chefes sinalar a efeméride com a sua presença.
dos Ramos das Forças Armadas, além de outras altas entidades mili- Seguiu-se o desfile das forças em parada constituídas pela Banda
tares e civis. O Presidente da Liga dos Combatentes – General Chito da Armada, a Fanfarra do Exército, o Estandarte Nacional e a 13.ª
Rodrigues, proferiu uma alocução onde fez um desafio às várias asso- Companhia Paraquedista do Regimento de Infantaria 15, a cargo
ciações de combatentes para a criação de uma União com o objectivo da Brigada de Reacção Rápida.
de “lutar pela solução dos problemas de todos os combatentes”. O Ministro da Defesa Nacional acompanhado das altas entida-
Participou nas cerimónias o General Ramalho Eanes, na quali- des convidadas visitou em seguida o Museu das Oferendas onde
dade de entidade convidada para proferir uma alocução alusiva ao assinou o “Livro de Ouro” da Liga dos Combatentes.
Dia do Combatente, que teve lugar na Sala do Capítulo junto ao Z
26 JUNHO 2007 U REVISTA DA ARMADA