Page 208 - Revista da Armada
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TERCEIRO OBJECTIVO:                  O Código de Ética, aprovado em Bruxelas  Normas e Procedimentos de Conservação Pre-
         DEFINIR UMA METODOLOGIA            pela ECCO (Confederação Europeia de As-  ventiva do Museu de Marinha. Este documen-
         DE TRABALHO PRÓPRIA                sociações de  Conservadores-Restauradores),  to, que se encontra em fase de conclusão, será,
                                            em 1993;                           sem dúvida, um elemento fundamental para
           Este objectivo era, sem dúvida, mais fácil,   A Carta de Pavia (Preservação do Património  uma instituição desta natureza, além de ser um
         pois no fundo, tinha sido o meu elo orientador  Cultural: Definição de um Perfil Europeu do  documento obrigatório à luz da Lei Quadro do
         desde a época em que recebi a minha primei-  Conservador-Restaurador), de 1997.  Museus Portugueses (Lei Nº 47 de 19 de Agosto
         ra formação académica universitária. O nosso                          de 2004, art. 28º)
         método de trabalho seria, como sempre, defi-  EM JEITO DE BALANÇO        Ao longo destes anos, o conjunto de inter-
         nido por duas medidas vitais:                                         venções e acções realizadas deram um novo
           1. Trabalhar a partir de uma perspectiva fun-  Seguindo a metodologia referida, o Projecto  esplendor às Galeotas Reais, o que se tem ma-
         damental: O respeito pelo original.  de Conservação das Galeotas Reais foi avan-  nifestado no interesse e na curiosidade que o
           Este respeito implica-                                                              público tem demonstra-
         ria a aplicação dos cinco   1                                     2                   do durante os trabalhos
         princípios basilares da                                                               em curso.
         Ética da Conservação:                                                                   Seria injusto fechar
           –  O Princípio da Inter-                                                            este artigo sem dizer
            venção Mínima;                                                                     que tudo isto só foi pos-
           –  O Princípio da Com-                                                              sível graças à recepti-
            patibilidade entre                                                                 vidade e ao interesse
            materiais originais e                                                              demonstrado pelos res-
            materiais actuais;                                                                 ponsáveis do Museu
           –  O Princípio da Re-                                                               desde o primeiro mo-
            versibilidade de cada                                                              mento. Muito agradeço
            uma das operações                                                                  a eles e a todos aqueles
            efectuadas;                                                                        que de alguma forma
           –  O Princípio do Reco-  Cobertura da Camarinha do Bergantim Real:  3               puseram ao meu serviço
                              1.  Antes da intervenção de conservação e restauro realizada em 2001.
            nhecimento do traba-                                                               os seus conhecimentos,
                              2. Depois da intervenção realizada.
            lho realizado;    3.  Teste de limpeza da camada pictórica. Tela pintada a óleo, representando Brasão de   as suas ideias e inclusi-
           –  O Princípio da Do-  Armas da Monarquia Portuguesa, decorando a cobertura da Camarinha Real.  ve, os seus sentimentos,
            cumentação porme-                                                                  com frequência sugesti-
            norizada da intervenção executada, in-  çando progressivamente, cumprindo seis anos  vos e pertinentes, sobre o património marítimo
            cluindo registos de várias naturezas das  em Setembro de 2007. Foram seis anos de tra-  português.
            diversas fases da intervenção.   balho ininterrupto ao longo dos quais a equi-                     Z
           2. Desenvolver a nossa actividade segundo  pa do projecto foi actuando em várias frentes:   Mestre Lorena Querol
         a linha de actuação definida pelos seguintes  desde a sensibilização dos responsáveis pelo   Conservadora e Museóloga
         documentos de carácter internacional:  património do Museu relativamente às neces-  Fontes citadas:
                                                                                 - GONZÁLEZ-VARAS, Ignacio. Conservación de
           A Definição da Profissão do Conservador/  sidades de conservação e de museografia dos   Bienes Culturales. Teoria, história, princípios y normas.
         Restaurador, adoptada pelo ICOM (Conse-  vários tipos de colecções expostas e não expos-  Manuales Arte Cátedra. Madrid, 2000.
         lho Internacional de Museus) em Copenha-  tas ao público, até à necessidade de elaborar   - BRANDI, Cesare. Teoría de la Restauración. Alian-
         ga, em 1984;                       um documento que definisse tecnicamente as   za Forma Ed. Madrid, 1993.



                                 DIA DO COMBATENTE
                                 DIA DO COMBATENTE


               o dia 14 de Abril realizaram-se                                      Túmulo do Soldado Desconhecido.
               na Batalha as comemorações                                            A cerimónia iniciou-se com a cele-
         Ndo Dia do Combatente, o 89º                                               bração de uma missa de sufrágio, em
         aniversário da Batalha de La Lys e a 71.ª                                  honra dos combatentes mortos pela
         Romagem ao Túmulo do Soldado Des-                                          Pátria celebrada por Sua Eminência
         conhecido, em cerimónia militar presi-                                     Reverendíssima D. Januário Torgal
         dida pelo Ministro da Defesa Nacional,                                     Ferreira, e a participação do coro da
         Dr. Nuno Severiano Teixeira.                                               Cruz Vermelha Portuguesa. Além dos
           Estiveram também presentes o Chefe                                       núcleos da Liga dos Combatentes,
         do Estado-Maior General das Forças Ar-                                     participaram nesta cerimónia 19 as-
         madas, o Presidente da Comissão Par-                                       sociações de combatentes nacionais
         lamentar de Defesa Nacional – Dr. Mi-                                      e estrangeiras bem como numerosos
         randa Calha, o Secretário de Estado da                                     combatentes que não deixaram de as-
         Defesa Nacional e Assuntos do Mar – Dr. João Mira Gomes, os chefes  sinalar a efeméride com a sua presença.
         dos Ramos das Forças Armadas, além de outras altas entidades mili-  Seguiu-se o desfile das forças em parada constituídas pela Banda
         tares e civis. O Presidente da Liga dos Combatentes – General Chito  da Armada, a Fanfarra do Exército, o Estandarte Nacional e a 13.ª
         Rodrigues, proferiu uma alocução onde fez um desafio às várias asso-  Companhia Paraquedista do Regimento de Infantaria 15, a cargo
         ciações de combatentes para a criação de uma União com o objectivo  da Brigada de Reacção Rápida.
         de “lutar pela solução dos problemas de todos os combatentes”.  O Ministro da Defesa Nacional acompanhado das altas entida-
           Participou nas cerimónias o General Ramalho Eanes, na quali-  des convidadas visitou em seguida o Museu das Oferendas onde
         dade de entidade convidada para proferir uma alocução alusiva ao  assinou o “Livro de Ouro” da Liga dos Combatentes.
         Dia do Combatente, que teve lugar na Sala do Capítulo junto ao                                        Z

         26  JUNHO 2007 U REVISTA DA ARMADA
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