Page 369 - Revista da Armada
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- com a Polícia Judiciária, no quadro do combate ao tráfego ilí- poníveis pela atribuição de financiamento adequado é a actividade
cito de estupefacientes; desenvolvida pelos navios hidrográficos na campanha de estudo
- com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, em e levantamento da plataforma continental, cuja dimensão a colo-
matéria de controlo de actividades económicas; ca entre os maiores trabalhos jamais realizados pelos portugueses
- com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no âmbito do com- no domínio da geografia dos oceanos. Desta campanha resultará
bate à imigração ilegal ou do controlo da fronteira marítima na- um legado de potencial de desenvolvimento económico e cientí-
cional e da União Europeia. fico para as gerações futuras, cuja importância e valor a sociedade
- com a Direcção-Geral das Alfândegas e Impostos Especiais so- Portuguesa reconhecerá.
bre o Consumo no comba-
te ao tráfego ilícito de mer- Militares, militarizados
cadorias e bens; e civis da Marinha.
- com o Instituto Portuá- Marinheiros!
rio e dos Transportes Marí- Foto 2MAR FZ RC Espregueira Os excelentes resulta-
timos na segurança maríti- dos alcançados no último
ma no mar e nos portos; ano devem-se, sobretudo,
- com a Direcção-Geral à vossa acção. É pela ex-
das Pescas e Aquicultura celência do vosso desem-
no controlo e preservação penho que continuamos
dos recursos vivos; a tirar tão elevado rendi-
- com o Instituto da Água mento dos meios e equi-
na prevenção e combate à pamentos que os Portu-
poluição no mar, e, gueses colocam à nossa
- com a Autoridade de disposição.
Saúde, na aplicação das A vossa qualidade tem
disposições do Regula- sido inequivocamente de-
mento Sanitário Interna- monstrada em avaliações
cional, da Organização externas, nacionais e in-
Mundial de Saúde, a navios e embarcações. ternacionais, e, também, em operações reais que constituem,
Considero ser este um passo decisivo para que se possa aprofun- afinal, o objectivo de toda a actividade operacional. No plano
dar a cooperação num alargado e diversificado leque de tarefas, da Esquadra, refiro, para além das missões que já mencionei, o
contribuindo para a afirmação de Portugal nos espaços marítimos envolvimento de uma corveta e de meios da Polícia Marítima na
da sua responsabilidade, assegurando que se mantenham como Operação HERA na costa ocidental de África, no quadro de in-
fonte de desenvolvimento sustentável. tervenções da União Europeia, visando a prevenção da imigração
É que não há desenvolvimento económico sem segurança, e o ilegal e do tráfico de pessoas.
mar não é excepção. O elevado nível alcançado encoraja-nos a prosseguir o esforço
É para isso que empenhamos, ao logo de todo o ano e vinte e contínuo de aperfeiçoamento de competências, seja no exercício
quatro horas por dia, um conjunto significativo de unidades navais, continuado da liderança e no culto da “disciplina do mar”, ele-
de fuzileiros, de mergulhadores, de meios operacionais da Autori- mentos essenciais ao cabal e integral cumprimento das missões,
dade Marítima e do Instituto Hidrográfico. Mas, se nalguns casos seja na afirmação de orientações e de práticas dirigidas ao reco-
estamos no limite máximo exigível, como já referi para as corve- nhecimento do mérito individual, factores indissociáveis da ma-
tas e patrulhas, noutros poderemos fazer mais, muitíssimo mais, se nutenção de elevados padrões de motivação.
nos forem disponibilizados os recursos adequados. No plano das reformas estão em estudo, como sabem, várias me-
Estão neste caso as fra- didas destinadas, designa-
gatas e os Fuzileiros, cujas damente, à reorganização
potencialidades estão, em da estrutura superior da
minha opinião, desapro- Defesa Nacional e das For-
veitadas. Não será demais Foto 2MAR FZ RC Espregueira ças Armadas, à revisão dos
recordar que os nossos vínculos, remunerações e
meios navais são objec- carreiras, e do Ensino Su-
to dos maiores encómios perior Público Militar e à
sempre que lhes é gran- empresarialização do Ar-
jeada a possibilidade de senal do Alfeite.
integrarem forças multi- A posição da Marinha
nacionais, como foi o re- tem sido de cooperação
cente caso da Álvares Ca- franca e aberta, norteada
bral e da Vasco da Gama. por um conjunto de princí-
Igualmente, no que res- pios que nos caracterizam,
peita aos Fuzileiros, a sua de que destaco a identi-
acção mais recente, no dade e cultura próprias
Congo, manteve a tradi- que sempre defendemos e
ção da excelência a que praticámos. O nosso pro-
nos habituaram. Continuamos, contudo, a aguardar a oportunida- pósito é evolutivo, reestruturando onde e quando necessário. Não
de da sua participação em missões no âmbito das Forças Nacio- mudamos porque é preciso mudar, mas mudaremos sempre que
nais Destacadas. Paralelamente, teremos que dar passos definiti- tal seja adequado, exequível e aceitável.
vos para a construção do Navio Polivalente Logístico, instrumento No que respeita à estrutura superior, tenho defendido que “não
fundamental para a mobilidade estratégica dos Fuzileiros e de ou- há conjunto sem partes” como forma de distinguir a “integração”
tras forças nacionais, rentabilizando o produto operacional dos do “conjunto”. Não posso concordar mais com a utilização con-
investimentos. junta e cooperativa de todos os meios, militares e civis, quer no
Um excelente exemplo do aproveitamento das capacidades dis- âmbito da Defesa Nacional, quer na imposição da Autoridade do
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