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Integração do N.R.P. “Álvares Cabral” na SNMG1
           Integração do N.R.P. “Álvares Cabral” na SNMG1


               o cumprimento dos compromissos  quem, através de panfletos de propaganda, se   No plano nacional, a participação nesta mis-
               internacionais assumidos por Portu-  dá a conhecer a presença dos navios e os ob-  são constitui um desafio, pela dificuldade de
         Ngal no plano da Defesa Colectiva, o  jectivos da missão;             garantir um apoio logístico eficiente a tão larga
         N.R.P. “Álvares Cabral” encontrou-se, desde   A inquirição da navegação mercante em trân-  distância, mas reflecte a capacidade da Mari-
         27 de Julho de 2007, integrado na STANDING  sito, com o propósito de validar a informação  nha executar um vasto conjunto de tarefas, as
         NATO MARITIME GROUP ONE (SNMG1).  recebida pelo Automatic Information System  quais resultam da identificação dos requisitos
         Apesar do regresso do navio se encontrar pre-  (AIS) e os registos constantes nas diferentes bases  de operação das fragatas da classe “Vasco da
         visto para meados do mês de Outubro, este  de dados de navios mercantes (Loyds, BDCOI –  Gama” e da necessidade de actuar em situações
         manter-se-á atribuído à NATO RESPONSE  Base Dados Contact Of Interest, etc.);  de natureza complexa e muito diversa. O navio
         FORCE 9 (NRF9) até 10 de Janeiro de                                           executará assim operações:
         2008, de acordo com as obrigações                                               s $E CONTROLO DO MAR  CONSTRUIN-
         nacionais para com a Aliança.                                                 do, validando e mantendo um pa-
           Muito embora o empenhamento                                                 norama de superfície e aéreo numa
         de Unidades Navais da Marinha nas                                             área oceânica, e nas aproxima-
         forças navais permanentes da NATO                                             ções a Portos. Esta tarefa revela-se
         não constitua um facto novo, este ano                                         especialmente útil no combate a
         a missão reveste-se de características                                        actividades ilícitas (contrabando,
         muito especiais, que tornam a partici-                                        emigração ilegal, tráfico de estupe-
         pação da “Álvares Cabral” objecto de                                          facientes ou de armas) constituindo
         grande interesse.                                                             uma das componentes principais
           De facto, pela primeira vez na sua                                          para as operações de interdição
         história, a Aliança entendeu fazer des-                                       marítima, ou para apoiar acções
         locar uma das suas forças para além                                           desenvolvidas por outras agências,
         do que, tradicionalmente, se conside-                                         designadamente autoridades poli-
         ra a sua área de operações. A SNMG1                                           ciais ou aduaneiras;
         (que, no passado, era designada como                                            s $E DEFESA ASSIMÏTRICA  ESSEN-
         Standing Naval Force Atlantic – SNFL)                                         cial para garantir a operação em
         está assim a executar uma viagem de                                           segurança em ambientes de crise,
         circum-navegação ao Continente Afri-                                          muito em especial nas missões de
         cano, durante a qual exercerá opera-                                          apoio à paz;
         ções de Presença Naval no Golfo da                                              s $E PROJEC ÎO DE FOR A  UMA
         Guiné e no Corno de África, ao largo                                          vez que se faz deslocar um meio
         da Somália, bem como exercícios com-                                          naval para áreas afastadas da sua
         binados com a Marinha da República                                            base, dando visibilidade ao País e
         da África do Sul.                                                             à Marinha;
           Estão empenhados no “Africa De-                                               s $E TREINO NAS ÉREAS TRADICIO-
         ployment”, assim designada a viagem                                           nais da guerra no mar, designa-
         de circum-navegação, 6 navios (NRP                                            damente na luta anti-submarina,
         Alvares Cabral, USS Normandy, FGS Spessart,   A avaliação do desempenho de sensores,  anti-aérea e anti-superfície, interagindo com
         HDMS Olfert Fischer, HMCS Toronto e HNL-  armas e dos sistemas da plataforma em con-  as Forças Armadas de alguns dos países nas
         MS Evertsen) de 6 países (Portugal, Estados Uni-  dições atmosféricas extremas.  áreas de trânsito.
         dos da América, Alemanha, Dinamarca, Cana-  Contudo, o principal propósito é o de de-  Aproveitando a presença de um navio da
         da e Holanda), indo percorrer mais de 12500  senvolver uma Maritime Situation Awareness  Marinha no Atlântico Sul e, posteriormente,
         milhas, em 2 meses com apenas 2 portos de  (MSA) para a região, permitindo aumentar a  no Índico, a “Álvares Cabral” vai escalar os
         escala (Cape Town e Seychelles).   capacidade da Aliança para conduzir e apoiar  Portos do Lobito (Angola) e de Maputo (Mo-
           Em génese, a NATO pretende demonstrar o  operações expedicionárias multinacionais con-  çambique), promovendo os contactos bila-
         seu empenhamento na manutenção da Paz e da  juntas fora do Atlântico Norte. Neste óptica,  terais entre Portugal e aqueles países, numa
         Segurança num plano global, e testar a sua capa-  procuram identificar-se as rotas e os padrões  acção de apoio à Política Externa, típica das
         cidade de interagir com os actores regionais. No  da navegação, a localização, o tipo e a inten-  Marinhas de Guerra. Estas visitas, de carác-
         âmbito das tarefas a realizar, inclui-se assim:  sidade dos esforços de exploração dos recursos  ter nacional, decorrerão fora do âmbito da
           A execução de “Operações de Informações”  marítimos, a eventual existência e a incidência  SNMG1, devendo o navio desintegrar a força
         (INFOPS), junto das comunidades costeiras, a  de actividades ilícitas, etc.   durante aqueles períodos.
         Porto do Lobito
         Porto do Lobito

         O                                                                     ao Soldado Desconhecido, o CMG Sousa Pe-
               N.R.P. “Álvares Cabral” visitou, no  e ao Vice-Chefe do Estado-Maior da Marinha,  depositar uma coroa de flores no Monumento
               período compreendido entre 18 e  que se deslocou propositadamente de Luan-
               21 de Agosto, o Porto do Lobito,  da para acompanhar a visita do navio. Neste  reira foi recebido pelo Brigadeiro CEM (dado
         em Angola.                         particular importa salientar o grande cuidado  que o General Comandante se encontrava au-
           Durante a permanência no Porto ocorreram  e atenção que as Autoridades Angolanas de-  sente em missão no estrangeiro), apresentado a
         diversas actividades de natureza protocolar,  dicaram ao navio, e à forma como o Coman-  todo o corpo de oficiais do Estado-Maior, que
         das quais se destacam as visitas de cumprimen-  dante foi recebido nos locais onde se deslo-  o aguardavam em formatura, e convidado a
         tos às autoridades civis e militares da região,  cou oficialmente. É disso ilustrativa a visita ao  presidir a uma sessão solene, na qual foi feita
         designadamente ao Governador da Província  Quartel de Catumbela, sede do Comando e  uma apresentação sobre as funções e respon-
         de Benguela, ao Comando da 7ª Região Militar  Estado-Maior da 7ª Região Militar, onde, após  sabilidades operacionais da unidade.

         10  DEZEMBRO 2007 U REVISTA DA ARMADA
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