Page 372 - Revista da Armada
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Integração do N.R.P. “Álvares Cabral” na SNMG1
Integração do N.R.P. “Álvares Cabral” na SNMG1
o cumprimento dos compromissos quem, através de panfletos de propaganda, se No plano nacional, a participação nesta mis-
internacionais assumidos por Portu- dá a conhecer a presença dos navios e os ob- são constitui um desafio, pela dificuldade de
Ngal no plano da Defesa Colectiva, o jectivos da missão; garantir um apoio logístico eficiente a tão larga
N.R.P. “Álvares Cabral” encontrou-se, desde A inquirição da navegação mercante em trân- distância, mas reflecte a capacidade da Mari-
27 de Julho de 2007, integrado na STANDING sito, com o propósito de validar a informação nha executar um vasto conjunto de tarefas, as
NATO MARITIME GROUP ONE (SNMG1). recebida pelo Automatic Information System quais resultam da identificação dos requisitos
Apesar do regresso do navio se encontrar pre- (AIS) e os registos constantes nas diferentes bases de operação das fragatas da classe “Vasco da
visto para meados do mês de Outubro, este de dados de navios mercantes (Loyds, BDCOI – Gama” e da necessidade de actuar em situações
manter-se-á atribuído à NATO RESPONSE Base Dados Contact Of Interest, etc.); de natureza complexa e muito diversa. O navio
FORCE 9 (NRF9) até 10 de Janeiro de executará assim operações:
2008, de acordo com as obrigações s $E CONTROLO DO MAR CONSTRUIN-
nacionais para com a Aliança. do, validando e mantendo um pa-
Muito embora o empenhamento norama de superfície e aéreo numa
de Unidades Navais da Marinha nas área oceânica, e nas aproxima-
forças navais permanentes da NATO ções a Portos. Esta tarefa revela-se
não constitua um facto novo, este ano especialmente útil no combate a
a missão reveste-se de características actividades ilícitas (contrabando,
muito especiais, que tornam a partici- emigração ilegal, tráfico de estupe-
pação da “Álvares Cabral” objecto de facientes ou de armas) constituindo
grande interesse. uma das componentes principais
De facto, pela primeira vez na sua para as operações de interdição
história, a Aliança entendeu fazer des- marítima, ou para apoiar acções
locar uma das suas forças para além desenvolvidas por outras agências,
do que, tradicionalmente, se conside- designadamente autoridades poli-
ra a sua área de operações. A SNMG1 ciais ou aduaneiras;
(que, no passado, era designada como s $E DEFESA ASSIMÏTRICA ESSEN-
Standing Naval Force Atlantic – SNFL) cial para garantir a operação em
está assim a executar uma viagem de segurança em ambientes de crise,
circum-navegação ao Continente Afri- muito em especial nas missões de
cano, durante a qual exercerá opera- apoio à paz;
ções de Presença Naval no Golfo da s $E PROJEC ÎO DE FOR A UMA
Guiné e no Corno de África, ao largo vez que se faz deslocar um meio
da Somália, bem como exercícios com- naval para áreas afastadas da sua
binados com a Marinha da República base, dando visibilidade ao País e
da África do Sul. à Marinha;
Estão empenhados no “Africa De- s $E TREINO NAS ÉREAS TRADICIO-
ployment”, assim designada a viagem nais da guerra no mar, designa-
de circum-navegação, 6 navios (NRP damente na luta anti-submarina,
Alvares Cabral, USS Normandy, FGS Spessart, A avaliação do desempenho de sensores, anti-aérea e anti-superfície, interagindo com
HDMS Olfert Fischer, HMCS Toronto e HNL- armas e dos sistemas da plataforma em con- as Forças Armadas de alguns dos países nas
MS Evertsen) de 6 países (Portugal, Estados Uni- dições atmosféricas extremas. áreas de trânsito.
dos da América, Alemanha, Dinamarca, Cana- Contudo, o principal propósito é o de de- Aproveitando a presença de um navio da
da e Holanda), indo percorrer mais de 12500 senvolver uma Maritime Situation Awareness Marinha no Atlântico Sul e, posteriormente,
milhas, em 2 meses com apenas 2 portos de (MSA) para a região, permitindo aumentar a no Índico, a “Álvares Cabral” vai escalar os
escala (Cape Town e Seychelles). capacidade da Aliança para conduzir e apoiar Portos do Lobito (Angola) e de Maputo (Mo-
Em génese, a NATO pretende demonstrar o operações expedicionárias multinacionais con- çambique), promovendo os contactos bila-
seu empenhamento na manutenção da Paz e da juntas fora do Atlântico Norte. Neste óptica, terais entre Portugal e aqueles países, numa
Segurança num plano global, e testar a sua capa- procuram identificar-se as rotas e os padrões acção de apoio à Política Externa, típica das
cidade de interagir com os actores regionais. No da navegação, a localização, o tipo e a inten- Marinhas de Guerra. Estas visitas, de carác-
âmbito das tarefas a realizar, inclui-se assim: sidade dos esforços de exploração dos recursos ter nacional, decorrerão fora do âmbito da
A execução de “Operações de Informações” marítimos, a eventual existência e a incidência SNMG1, devendo o navio desintegrar a força
(INFOPS), junto das comunidades costeiras, a de actividades ilícitas, etc. durante aqueles períodos.
Porto do Lobito
Porto do Lobito
O ao Soldado Desconhecido, o CMG Sousa Pe-
N.R.P. “Álvares Cabral” visitou, no e ao Vice-Chefe do Estado-Maior da Marinha, depositar uma coroa de flores no Monumento
período compreendido entre 18 e que se deslocou propositadamente de Luan-
21 de Agosto, o Porto do Lobito, da para acompanhar a visita do navio. Neste reira foi recebido pelo Brigadeiro CEM (dado
em Angola. particular importa salientar o grande cuidado que o General Comandante se encontrava au-
Durante a permanência no Porto ocorreram e atenção que as Autoridades Angolanas de- sente em missão no estrangeiro), apresentado a
diversas actividades de natureza protocolar, dicaram ao navio, e à forma como o Coman- todo o corpo de oficiais do Estado-Maior, que
das quais se destacam as visitas de cumprimen- dante foi recebido nos locais onde se deslo- o aguardavam em formatura, e convidado a
tos às autoridades civis e militares da região, cou oficialmente. É disso ilustrativa a visita ao presidir a uma sessão solene, na qual foi feita
designadamente ao Governador da Província Quartel de Catumbela, sede do Comando e uma apresentação sobre as funções e respon-
de Benguela, ao Comando da 7ª Região Militar Estado-Maior da 7ª Região Militar, onde, após sabilidades operacionais da unidade.
10 DEZEMBRO 2007 U REVISTA DA ARMADA