Page 55 - Revista da Armada
P. 55
dência nacional e preservou a unidade do Im- Espero sinceramente que a evocação deste pe- de Lisboa para o Brasil”, pelo CMG MN João
pério português. Por outro lado, a presença da ríodo histórico tão importante para as nossas Pá- Pedro Xavier de Brito, membro da Direcção
Corte e das representações estrangeiras no Rio trias contribua para valorizar mais ainda os laços da Sociedade de Geografia de Lisboa;
de Janeiro, conferiu prestígio à futura Capital e que nos unem, uma vez que os valores não têm “Chegada da Família Real ao Brasil”, pelo
permitiu ao Brasil uma experiência de governa- limites, e, na era da globalização em que vivemos, CMG Francisco Eduardo Alves de Almeida,
ção pré-independência que nenhum outro dos contribua também para a aproximação entre todos já referido como Comandante da Marinha
novos países sul-americanos teve oportunida- os povos e para a paz no mundo. do Brasil convidado;
de de usufruir. Seguiram-se de imediato as quatro confe- “O Ensino Náutico em Portugal,
Mas, hoje, é com interesse e simpatia pelo gran- rências da manhã, pela ordem e com os te- 1761-1807”, pelo Prof. Doutor Francisco José
de país irmão que devemos aproveitar estas come- mas que se indicam: Contente Domingues, Vice-presidente da
morações para pensar também no futuro. “Transferência da Corte para o Brasil. Academia de Marinha.
Escreveu Gilberto Freyre em 1960 que a tese Uma Operação Naval de Grande Enverga- Embora todas as intervenções tivessem
do luso-tropicalismo “deixou de ser simples ob- dura”, proferida pelo CMG José António Ro- tido o maior interesse, não é possível apre-
jecto de atenções académicas, para se apresentar drigues Pereira, Director do Museu de Mari- sentar aqui os resumos dos temas tratados.
sob a forma de um método novo e talvez dinâ- nha e membro da Academia de Marinha; Aliás, os títulos das intervenções indicam
mico, não só de reinterpretação como de reorien- “Dantas Pereira e a Real Academia de muito claramente os assuntos expostos. A
tação do comportamento, quer de Portugueses, Guardas-Marinhas”, proferida pelo CALM Academia de Marinha, a Escola Naval e a
quer de Brasileiros, em face de novas situações José Luís Leiria Pinto, membro da Acade- Revista da Armada esperam poder breve-
internacionais de economia, de política e de cul- mia de Marinha; mente colaborar na edição de um livro que
tura. Tais situações exigem de nós, Portugueses “Da Marinha de Portugal Forma-se uma reúna todas as conferências pronunciadas
e Brasileiros, uma atitude também nova em rela- Marinha para o Brasil, 1807-1823”, pelo na Escola Naval e na Academia de Marinha,
ção ao nosso passado comum, às nossas relações VALM Armando de Senna Bittencourt, já acima referidas, juntamente com os artigos
mútuas e às probabilidades do nosso destino de referido como Almirante da Marinha do publicados sob este tema nos números de
povos com especialíssimas responsabilidades na Brasil convidado; Novembro 2007, Janeiro e Fevereiro de 2008,
maior aproximação do Ocidente com o Oriente, “A Difícil Conjuntura Financeira Aquan- da Revista da Armada.
da Europa com o Trópico” 1 do da Ida da Corte para o Brasil”, pelo Prof. Z
Ao observar a presença de Portugal na União Doutor António Marques de Almeida, mem- (Colaboração da Academia de Marinha)
Europeia e do Brasil no Mercosul, ambos os paí- bro da Academia de Marinha.
ses definindo interesses profundos no Atlântico Na sessão da tarde, foram proferidas mais Nota
1 Freyre, Gilberto, O Luso e o Trópico, Lisboa, Co-
comum, penso na extraordinária actualidade da- três conferências: missão Executiva das Comemorações do V Centená-
quelas palavras de Gilberto Freyre. “A Viagem Marítima da Corte Portuguesa rio da Morte do Infante D. Henrique, 1961, p. 2.
O Comandante da Escola Naval do Brasil
O Comandante da Escola Naval do Brasil
visita a Escola Naval Portuguesa
visita a Escola Naval Portuguesa
Comandante da A visita iniciou-se Banda da Armada.
Escola Naval do com a apresentação Após o almoço, teve lugar uma con-
O Brasil, CALM de cumprimentos en- ferência organizada pela Escola Naval e
Eduardo Leal Ferreira, vi- tre os Comandantes pela Academia de Marinha, subordinada
sitou no dia 28 de Novem- das duas Escolas Na- ao tema “A Estratégia Naval do Atlântico
bro de 2007 a Escola Naval vais e assinatura do Sul, na perspectiva brasileira”, em que foi
portuguesa, no âmbito das Livro de Honra, a que orador o Comandante da Escola Naval do
comemorações do Bicente- se seguiu um briefing Brasil e à qual assistiram diversas indivi-
nário da Partida da Fa- dualidades civis e mi-
mília Real Portuguesa litares convidadas e os
e da Real Academia de Fotos Júlio Tito Corpos Docente e Dis-
Guardas-Marinhas para cente. A palestra, muito
o Brasil a convite do Co- bem estruturada e apre-
mandante da Escola Na- sentada, permitiu a di-
val, CALM Saldanha vulgação das valências
Junceiro. Integrava a de- e potencialidades da
legação o Comandante Marinha Brasileira e da
Geral do Corpo de Fuzi- sua estratégia naval, que
leiros Navais do Brasil, terminou com um rico
Almirante de Esquadra período de perguntas e
Álvaro Dias Monteiro e, respostas para satisfação
ainda, o VALM Arman- da audiência.
do de Senna Bittencourt A visita e o seu pro-
e o CMG Francisco Al- grama constituíram um
ves de Almeida, conferencistas convidados pormenorizado sobre a missão, estrutura, dos momentos altos das comemorações e
do seminário da Academia de Marinha, modelo de ensino em vigor na Escola Na- contribui para o reforço dos laços de ami-
realizado em 27 de Novembro de 2007, val e visita às diferentes instalações escola- zade e cooperação entre as Marinhas de
sobre o mesmo tema, bem como, o CFR res. A culminar a visita realizou-se o desfile Portugal e do Brasil.
Ricardo Alves de Barros, Comandante da do batalhão escolar perante as entidades Z
fragata “Niteroi”. convidadas, cerimónia abrilhantada pela (Colaboração da Escola Naval)
REVISTA DA ARMADA U FEVEREIRO 2008 17