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COMEMORAÇÕES DO 10 DE JUNHO
OPresidente da República presidiu Militares, mas, sobretudo, o respeito, o apoio e a solida-
a 10 de Junho, em Lisboa, à Ceri- O contributo do esforço militar está profun- riedade que lhes são devidos.
mónia Militar comemorativa do damente ligado à construção da nacionalidade
Dia de Portugal, de Camões e das Comu- e à preservação da nossa soberania, indepen- Portugueses,
nidades Portuguesas, na qual participaram dência e liberdade. Numa conjuntura em que as ameaças que
representações dos três Ramos das Forças Neste dia, prestamos justa e sentida homena- impendem sobre os Estados se tornaram mais
Armadas, com cerca de 1470 militares. Na gem àqueles que tudo deram e que sacrificaram difusas, mesmo as Instituições secularmente
parada militar, formaram cerca o melhor das suas vidas e da sua juventude por presentes na nossa história, como a institui-
de 820 militares, constituindo o este Portugal que amamos, em particular aos
1º. Bloco, o Grupo de Comando, que perderam a vida ou viram afetada a sua in- ção militar, devem encontrar uma
Bloco de Estandartes e guarda tegridade física ao serviço das Forças Armadas renovada proximidade e um claro
de honra, 7 Batalhões e Banda e que o Estado não pode esquecer. sentido de utilidade junto das po-
do Exército (total de efetivos Aos ex-combatentes, a estes homens de cará- pulações, evitando um indesejável
820), e o 2º. Bloco constituído ter, que trilharam um caminho árduo, feito de afastamento e a eventual incompre-
por duas forças, uma da Mari- provações e dificuldades, e às famílias que, fora ensão do verdadeiro significado da
nha e outra do Exército (total de das fileiras, sofreram as ausências e perdas dos sua existência.
efetivos 350) comandados pelo seus entes queridos, quero expressar, em nome
MGEN José Carlos Filipe Antu- dos Portugueses, um sentimento de gratidão, Todas as sociedades têm como
nes Calçada, atual Comandante grandes objetivos garantir a sua
da Brigada de Intervenção. segurança e assegurar o seu de-
senvolvimento. Acontece que, sem
Em atividades complementa- segurança, não é possível atingir
res e no apoio geral à cerimónia a estabilidade necessária ao desen-
estiveram mais 300 militares. volvimento, do mesmo modo que o
desenvolvimento não é garantia de
A chegada do Presidente da Républica segurança.
foi assinalada por uma salva de 21 tiros de E é com referência àqueles objetivos que sur-
bordo no NRP Sagres. ge a Defesa Nacional, conceito transversal à
ação do Estado e que tem nas Forças Armadas
Na cerimónia, o Presidente Aníbal um elemento central e incontornável.
Ca vaco Silva proferiu o seguinte discurso: As Forças Armadas são uma instituição es-
truturante do Estado de Direito democrático,
Evocamos hoje, em Portugal e na Diáspo- pilar de afirmação da identidade nacional e ins-
ra, os laços intemporais que ligam toda a co- trumento por excelência para a manifestação da
munidade portuguesa, unida numa língua e vontade da Nação em assumir e fazer respeitar
numa identidade que encontram a sua maior a sua soberania e independência e assegurar o
expressão em Luís Vaz de Camões, cuja voz seu futuro.
se funde com a História deste “… Reino Lu-
sitano, onde a terra se acaba e o Militares,
mar começa...”. A soberania nacional afirma-se,
hoje, no quadro de uma pluralidade
Este ano, as comemorações do de dependências, sendo que a defesa
Dia de Portugal, de Camões e das dos nossos interesses se processa,
Comunidades Portuguesas regres- em primeira instância, nas diversas
sam à cidade de Lisboa, que se abre organizações internacionais de na-
ao Tejo de onde partiram os nos- tureza política, económica, cultu-
sos antepassados para dar início ral e militar de que fazemos parte.
à maior das epopeias, moldando Neste mundo globalizado dos nos-
para sempre a alma e o sentir de sos dias, a segurança está mais in-
uma Nação. ternacionalizada e caracteriza-se
por uma maior cooperação entre
Cada monumento à nossa vol- os Estados.
ta reproduz um pedaço da nossa Ao participar em missões no
História, feito de vidas e de proe- âmbito das organizações interna-
zas de homens simples, cuja cora- cionais em que nos integramos, as
gem e crença se sobrepuseram aos nossas Forças Armadas estão na
receios do desconhecido e do risco. primeira linha de defesa dos inte-
Todos eles têm, como traço comum, resses nacionais, no apoio à políti-
o amor pátrio e a vitória sobre cir- ca externa do Estado, honrando os
cunstâncias adversas, numa ad- compromissos assumidos pelo País.
mirável demonstração da capaci- Servindo em Teatros de Operações
dade de abraçar e realizar grandes de grande exigência e risco, os nos-
empresas. sos militares têm valorizado a con-
tribuição de Portugal para a paz,
Perante os duros desafios que para o desenvolvimento e para a
se perfilam, festejar este dia, onde segurança de outros povos e países.
quer que estejamos, é também No Líbano, e após 6 anos em
lembrar que a grandeza dos povos operação, as nossas forças irão ter-
está na capacidade e na determina- minar a sua missão, no decurso da
ção em vencer as contrariedades, REVISTA DA ARMADA • JULHO 2012 5
mantendo-se fiéis aos seus valores
identitários.