Page 7 - Revista da Armada
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NRP CORTE-REAL NA OPERAÇÃO ATALANTA

Após a reparação do helicóptero “Fénix”          valiosíssimos para suportar o combate à pirata-       Foto 1SAR FZ PereiraCONCLUSÃO
       e reposta toda a sua capacidade opera-    ria no oceano Índico.
       cional, a fragata Corte-Real lançou-se                                                          constante.Também aqui os portugueses tiveram
em mais uma patrulha da bacia da Somália,          No dia que assinala a chegada da Arma-              a sua influência, contribuindo diretamente para
rumo a Sul, ao arquipélago das Seicheles.        da de Vasco da Gama à India, 20 de Maio de            a construção da cidade. Com o navio pronto,
                                                 1498, Dia da Marinha, a fragata portuguesa,           largou-se no dia 4 de Junho para a tirada final
  No dia 4 de maio, a fim de garantir a sua      aproveitando a proximidade do reabastecedor           desta missão, rumo à Base Naval de Lisboa.
sustentabilidade no mar até à próxima esca-      norte‑americano USNS Laramie, atestou os seus
la logística, o navio português reabasteceu de   tanques de combustível.                                 No dia 6 de junho, realizou-se a bordo uma
combustível recorrendo ao navio norte-ame-                                                             cerimónia para a imposição da medalha da
ricano USNS Joshua Humphreys.                      O dia seguinte, 21 de maio, foi o último da         Operação Atalanta a todos os militares da guar-
                                                 Corte-Real enquanto navio integrado na EUNA-          nição. Esta medalha é atribuída aos militares
  Nos dias seguintes, não descurando o patru-    VFOR e na operaçãoAtalanta.Após desintegrar           pelo serviço prestado e atividades realizadas no
lhamento das águas do oceano Índico, foram       da força, rumou a Djibuti, para desembarcar o         âmbito da política de Segurança e Defesa Co-
efetuadas a bordo diversas ações de treino in-   linguista da Marinha do Djibuti e algum material      mum da União Europeia. Nesse dia, um senti-
terno. Realizou-se tiro com armamento ligei-     específico da operaçãoAtalanta.Aproveitou-se          mento de alegria, orgulho e de missão cumprida
ro com a peça de 100 mm e com o sistema          também para dar algum descanso à guarnição            imperou por entre todo o navio.
de defesa próxima de 20 mm Vulcan-Phalanx.       e preparar o navio para o trânsito até La Vallet-
Adicionalmente, foram ainda conduzidas ope-      ta, último porto antes do regresso a Portugal.          Na véspera do regresso a casa, dia 8 de junho,
rações de voo noturnas com o “Fénix”.                                                                  durante a madrugada, atravessou-se o estreito de
                                                   Na manhã seguinte, largou-se pela última vez        Gibraltar, que liga o Mar Mediterrâneo às águas
  No dia 9 de maio, a Corte-Real atracou em      de Djibuti com um novo objetivo de comando            do familiar Oceano Atlântico. Nessa tarde, já a
Port Victória, na ilha de Mahé, ar-              – “Efetuar trânsito para a Base Naval de Lisboa”.     sul doAlgarve, aproveitou-se a passagem do na-
quipélago das Seicheles. O grande                Nos dias que se seguiram, atravessou-se todo o
valor das ilhas Seicheles reside no              Mar Vermelho até à baía do Suez. Na madru-                      vio espanhol ESPS Juan Carlos I por
seu património natural, tornando-                gada de dia 28 de maio, deu-se início a mais                    águas nacionais, para efetuar alguns
-as um autêntico paraíso na terra.               uma passagem do Canal do Suez. Inserida no                      exercícios de oportunidade, nomea-
A beleza tropical da vegetação lu-               início de um longo comboio de navios, a fraga-                  damente treino de guerra de superfí-
xuriante, as praias de areia branca              ta percorreu os 163km que constituem o canal,                   cie, de guerra aérea, de manobras de
e o mar azul cristalino são autênti-             tendo atravessado o Egito, para chegar ao Mar                   reabastecimento e de comunicações.
cos monumentos naturais dos quais                Mediterrâneo ainda nessa tarde.
os militares portugueses tiveram                                                                                    A Corte-Real chegou a Lisboa na
a oportunidade de contemplar e                     No dia seguinte, a Corte-Real abasteceu com                   manhã de 9 de junho, onde rece-
usufruir. Este porto, pela sua bele-             o navio alemão FGS Berlin, também a navegar                     beu as visitas dos Ministro da Defesa
za e pela simpatia e gentileza dos               em direção a LaValletta.                                        Nacional, Embaixador de Moçambi-
seus habitantes, terá sempre um                                                                                  que em Portugal, do General Chefe
espaço reservado na memória da                     Durante o trânsito para Malta, aproveitou-se                  do Estado-Maior General das Forças
guarnição. Durante a estadia, rea­               para realizar exercícios de tática naval, para trei-            Armadas,Almirante Chefe do Estado-
lizaram-se ações de Local Maritime Capability    nar a reação do navio a situações de emergên-                   -Maior da Armada, o Comodoro da
Building, para instrução e partilha de conhe-    cia (incêndios, alagamentos, homem ao mar e                     Marinha de Moçambique e o Vice-
cimentos técnico-profissionais com a Guarda      avaria no leme) e para efetuar operações de vôo                 -almirante Comandante Naval, en-
Costeira das Seicheles, incluindo demonstra-     com o “Fénix”.	                                       tidades que manifestaram o apreço e reconhe-
ções de manobra de embarcações miúd­ as e                                                              cimento pelo desempenho do navio. Prestes a
das técnicas utilizadas na abordagem a navios      Após dez dias de mar, na tarde do dia 1 de          entrar na BNL foi apresentado o balanço de 90
de maior dimensão.                               junho, a Corte-Real atracou no porto de LaVal-        dias de missão, 1800 horas de navegação, 80
                                                 letta, na ilha de Malta, com o objetivo de dar        horas de voo do “Fénix”, cerca de 19000 mi-
  No âmbito dos compromissos internacionais      algum descanso à guarnição e preparar o navio         lhas percorridas, com 7 visitas a portos em 5
assumidos por Portugal no domínio da Defe-       para a última tirada da missão. O nome da ci-         países, navegando pelo Atlântico, no Mediter-
sa, embarcaram, nas Seicheles, cinco oficiais    dade deriva do seu construtor, Jean de La Val-        râneo e pelo Índico. O navio atracou no cais de
da Marinha de Moçambique, com o objetivo         lette, antigo Grão-Mestre da Ordem de Malta,          honra da Base Naval de Lisboa sob os sorrisos e
de lhes dar a conhecer as rotinas de bordo e     que defendeu a cidade dos Otomanos. As ruas           os acenos dos familiares e amigos dos militares
de os integrar nas atividades do nosso navio.    desta cidade estão dotadas duma riqueza ar-           da guarnição.Ao dar volta à faina, chegaram os
                                                 quitetónica impressionante, sendo a presença          tão aguardados abraços e beijos de boas-vindas,
  Após uma semana de repouso, já de ener-        de monumentos e edifícios renascentistas uma          complementados por um delicioso sentimento
gias retemperadas e motivação reafirmada, o                                                            de missão cumprida.
navio português e a sua guarnição estavam                                                                A fragata Corte-Real garantiu o cumprimen-
prontos a iniciar a sua última patrulha na área                                                        to dos compromissos assumidos internacional-
de operações.Assim, na manhã de 14 de maio,                                                            mente por Portugal perante a União Europeia,
a Corte-Real largou deVictória, rumando para                                                           participando ativamente no seio da Força Na-
norte, em direção ao Golfo de Áden. Percor-                                                            val Europeia, na Operação Atalanta. A Mari-
reu-se a costa leste do continente africano,                                                           nha Portuguesa, representada pelos homens e
tendo sido assegurada a vigilância das suas                                                            mulheres que serviram a bordo da Corte-Real,
águas através do emprego do “Fénix” e dos                                                              assumiu uma vez mais, um papel de relevo na
sensores do navio.                                                                                     cena internacional, contribuindo para o comba-
                                                                                                       te à pirataria e para a salvaguarda da segurança
  Nos dias 17 e 18 de maio, o “Fénix” foi em-                                                          marítima. Assim, os marinheiros portugueses
pregue em operações de recolha de informação,                                                          fizeram, uma vez mais, cumprir no mar o seu
tendo sobrevoado alguns campos e ancoradou-                                                            lema: “Talant de bien faire”.
ros piratas situados na costa leste da Somália,
monitorizado a sua atividade e reunido dados                                                                                                              

                                                                                                           Colaboração do COMANDO DO NRP CORTE-REAL

                                                                                                                             REVISTA DA ARMADA • JULHO 2012 7
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