Page 6 - Revista da Armada
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qual desenvolveram um trabalho notável no mais valioso. Ao longo dos últimos vinte anos, gado, de modo a evitar, a prazo, o enfraqueci-
apoio à Força das Nações Unidas e no auxílio cerca de 40 mil militares portugueses cum- mento do desempenho e da capacidade opera-
às populações, tendo incorporado, na última priram de forma notável missões em dezoi- cional das Forças Armadas.
fase, um destacamento de militares dos nossos to Teatros de Operações, revelando exemplar
irmãos de Timor-Leste. conduta humana e valor militar, sem falhas É que, como afirmei há um ano, “a diminui-
nas ações e nos procedimentos. Um facto, ali- ção da capacidade de produzir segurança pode
Continuamos no Kosovo, no Afeganistão e ás, sempre reconhecido pelas populações e pe- acarretar riscos não desprezáveis para o desen-
no Oceano Índico, onde contribuímos com uma las diferentes partes em conflito, que muito tem volvimento e para o bem-estar social”.
Força Naval na repressão e prevenção de atos contribuído para o reforço da imagem do País.
de pirataria na região. Militares,
Um tal desempenho só é possível porque se As Forças Armadas estão profundamente li-
No próximo mês de agosto, iniciaremos, no alicerça numa sólida formação ética e moral gadas à construção de Portugal e ao sentir do
âmbito da NATO, a missão de policiamento do dos militares e assenta numa estrutura coesa, seu povo, assumindo uma importância única
espaço aéreo da Islândia. disciplinada e bem preparada, que deriva da na preservação dos valores da Soberania e In-
partilha dos mais profundos valores castren- dependência, que dão sentido à vida e à conti-
No domínio da Cooperação Técnico-Militar, ses, congregados na condição militar. Trata-se nuidade das Nações.
com 43 projetos a decorrer em seis países, as de uma condição que diferencia os militares Gostaria, por isso, de reafirmar a minha to-
Forças Armadas portuguesas reforçam a liga- dos demais servidores do Estado, pela acres- tal confiança nos homens e mulheres que, com
ção solidária aos Países de Língua Oficial Por- cida responsabilização que decorre da particu- profunda devoção e profissionalismo servem
tuguesa, assumindo-se também como elemento lar natureza dos seus deveres e da permanente Portugal nas Forças Armadas, e cujo desem-
relevante para a afirmação da nossa língua e da disponibilidade e orgulho em servir Portugal, penho está hoje, reconhecidamente, ao nível das
nossa cultura, como pude testemunhar na mi- mesmo nas situações de risco da própria vida. melhores unidades militares dos países aliados
nha recente visita a Timor-Leste. e parceiros com as quais operam em missões
A preservação da condição militar deve cons- no exterior do território nacional, na constan-
Permitam-me que dirija, neste momento, tituir uma obrigação claramente assumida pelo te salvaguarda dos ideais da Paz, da Liberdade
uma saudação particular ao povo irmão de Estado perante a Nação e que deve ser cultivada
Cabo Verde e às suas Forças Armadas, na pes- com honra e sobriedade pelos militares. e da Democracia.
soa do seu Presidente, a quem Exorto-vos a vencer as difi-
agradeço a sua presença entre Militares,
nós, neste dia e nesta cerimó- Quaisquer reformas nas Forças Armadas culdades com a determinação,
nia militar. devem basear-se num processo de responsa- o espírito de sacrifício e a von-
bilidade e decisão política, envolvendo neces- tade forte que vos caracteri-
Merece destaque, igualmen- sariamente as chefias militares, e ser objeto de zam, numa atitude que sirva
te, o importante contributo dos um consenso alargado entre os diversos órgãos de exemplo e motivo de orgulho
nossos militares para o desen- de soberania. a todos os Portugueses.
volvimento e a unidade do todo É por isso que as decisões a tomar devem ser
nacional, através das Missões encaradas num horizonte temporal mais alar- Acompanho-vos no desígnio
de Interesse Público e no apoio de edificar um futuro promis-
às populações em situações de sor, em respeito pela memória
calamidade, na preservação do daqueles que nos antecederam
ambiente e no planeamento e e no dever que nos assiste de
recolha de cidadãos nacionais prosseguir Portugal.
em zonas de conflito.
Após a cerimónia militar
É desta forma, diversa mas o PR presidiu à cerimónia
sempre muito exigente, que civil e procedeu à impo-
as Forças Armadas cumprem sição de condecorações a
hoje a sua inalienável razão de ser: defender e um conjunto de personalidades e insti-
servir Portugal. tuições (36) na Sessão Solene Comemo-
rativa do Dia de Portugal, de Camões e
Militares, das Co munidades Portuguesas, que se
Vivemos um tempo de grande dificuldade realizou no Centro Cultural de Belém. Na
e sacrifício para toda a sociedade portuguesa. altura foi condecorado, com a Grã-Cruz
As Forças Armadas têm vindo a assumir a sua da Ordem Militar de Avis, o VALM Vilas
quota parte de esforço, rentabilizando e gerindo Boas Tavares.
com parcimónia e rigor os recursos que lhes são
disponibilizados.
Os homens e mulheres que servem nas For-
ças Armadas continuam a ser o seu recurso Fotos: Luís Filipe Catarino / Fotógrafo Oficial do Presidente
6 JULHO 2012 • REVISTA DA ARMADA da República