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O DIA 26 DE MAIO pela Secretária de Estado Adjunta e da Defesa
Nacional, Drª Berta Cabral, do Presidente da
A festa do Dia da Marinha 2013 culminava Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Hum-
no dia 26 de Maio, com a cerimónia militar, berto de Carvalho, e pelo Comandante da Ma-
a ter lugar na cidade do Barreiro. Mas o dia rinha de Guerra de Moçambique, CALM Lopes
começaria com a celebração da missa em Menete. Foram recebidos pelo Almirante Salda-
sufrágio dos militares, militarizados e civis da nha Lopes, após o que tiveram lugar as honras
Marinha, celebrada por Sua Eminência o Bis- militares devidas ao Ministro da Defesa, que
po de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, passou revista às forças em parada. Na tribuna
acolitado pelo Capelão-Chefe da Marinha, o encontravam-se já todos os convidados civis e
padre José Ilídio Costa, e pelo diácono CTEN militares, onde se incluía uma representação da
EN-N Pinto Romano. A celebração teve lugar Comissão Parlamentar de Defesa, alguns dos
na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, pa- ex-Chefes do Estado-Maior da Armada, e múl-
droeira dos pescadores e mareantes do Bar- tiplas outras entidades civis e militares.
reiro, contando com a presença da Secretária
de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, do Deu-se início à cerimónia, com imposição de
Chefe do Estado-Maior da Armada e do Presi- condecorações a cerca de 15 militares, oficiais,
dente da Câmara Municipal do Barreiro. sargentos e praças que se distinguiram no de-
sempenho profissional ao serviço da Marinha e
Cerca das 11h00 começou a cerimónia mi- do país, após a qual se procedeu à simbólica e
litar, com a tribuna montada na Avenida Bento significativa homenagem aos militares, militari-
Gonçalves, virada para o Mar da Palha e para a zados e civis falecidos que prestaram serviço na
cidade de Lisboa, para que pudéssemos desfrutar Marinha. É sempre um momento comovente
da radiosa paisagem do Tejo, outrora pejado de em que recordamos os camaradas e amigos de-
embarcações à vela, na azáfama quotidiana que saparecidos, num minuto de silêncio interrompi-
envolveu a capital e o seu porto. Naquela manhã do pela evocação proferida pelo Capelão-Chefe
de domingo, a maré estava vazia, descobrindo da Marinha e pelo toque de alvorada. De segui-
toda a praia do Barreiro, onde alguns pescadores da o Almirante CEMA proferiu uma alocução.
amadores aproveitavam o tempo para recolha de
moluscos bivalves. E, com o desenrolar da ma- Falou-nos da Marinha, das suas missões e di-
nhã, ao longe, pelo canal vieram as embarcações ficuldades, e as suas primeiras palavras foram
tradicionais do Tejo, que vinham homenagear a de saudação para os militares, militarizados e
Marinha no seu dia de festa. Primeiro de Oeste civis, “homens e mulheres que diariamente tra-
para Leste, em direcção ao cais da Quimigal e balham, com dedicação e empenho, em prol
ao Lavradio, depois de regresso a Lisboa, para do País”. Saudou especialmente os que desem-
virarem de bordo, de novo e passarem em frente penham as suas tarefas por esse mundo fora, e
à tribuna. Simpática homenagem destes aficio- recordou quem se dedica à “muito nobre mis-
nados do Tejo e melhor cenário não se desejaria são de salvaguarda da vida humana” no mar.
para esta comemoração. Apenas o vento refres- E, neste sentido, não deixou de referir o nefasto
cava um pouco, desagradável talvez para quem acidente que ceifou a vida do Agente 1ª Classe
assistia, mas decerto que moderador das agruras QPPM Adriano Ribeiro Martins, durante uma
do sol, para quem esteve na formatura. acção de salvamento de náufragos, na Figueira
de Foz. A sua morte trágica não se deveu a outro
As forças em parada ocuparam o seu lugar, facto que não fosse o “espírito de bem servir”, e
viradas para sul, sob o comando do CMG Gon- aquele impulso incontornável de quem quer sal-
çalves Alexandre. A sua constituição incluiu a var vidas em perigo, que o levou a arriscar a sua,
Banda e Fanfarra da Armada, um bloco de 18 como entendeu ser seu dever e como sempre
estandartes nacionais de unidades e organismos fez. Foi traído pela sorte e sucumbiu nas altero-
da Marinha, com a respectiva escolta de honra sas ondas onde a embarcação em que se deslo-
feita por um pelotão de cadetes da Escola Naval, cava se virou. “Lamento profundamente o suce-
a que se seguia uma companhia da Escola Na- dido” – afirmou o CEMA – e “recordá-lo-emos
val, um batalhão da Escola de Tecnologias Na- como um exemplo de coragem e dedicação.”
vais e dos navios atracados na BNL, o Batalhão
de Fuzileiros nº 1 e o Batalhão de Fuzileiros nº 2. Agradeceu ao Ministro da Defesa Nacional a
disponibilidade para estar presente na cerimónia
A cerimónia foi presidida pelo Ministro da e expressou, também, a sua gratidão para com
Defesa Nacional, Dr. José Pedro Aguiar-Branco, a Câmara Municipal do Barreiro e o seu presi-
que chegou cerca das 11h30, acompanhado dente, pela forma como acolheram a Marinha
20 JUNHO 2013 • REVISTA DA ARMADA