Page 28 - Revista da Armada
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VIGIA DA HISTÓRIA                                                                               55

PALÁCIO DO ALFEITE
Oque hoje aqui se apresenta está re-
          lacionado com o palácio do Alfeite    penas em que incorreria. Dª Carlota reiterou    A opinião geral dos conselheiros foi de que,
          sendo essa a única relação que tem    a sua intenção em não assinar a Carta e que     caso a Rainha não assinasse, deveria perder
com a Marinha mas, dada a curiosidade do        se sujeitaria às consequências da recusa.       de imediato a nacionalidade portuguesa e
facto, parece justificada a sua inclusão nesta                                                  todas as prerrogativas, houve igualmente
rubrica.                                         Perante tal recusa D. João, que se encon-      unanimidade na proibição da Rainha em le-
                                                trava no Palácio do Alfeite, enviou uma carta   var consigo as infantas . Um dos conselheiros,
  Antes de ser entregue para o serviço da Ar-   à mulher informando-a da obrigatoriedade        dado que a Rainha alegava perigo de vida se
mada era o palácio pertença da Coroa, não       legal de assinar a Constituição sob pena de     efectuasse qualquer viagem, propôs, e foi
sendo raro que os reis ali se instalassem.      perda da nacionalidade e saída imediata do      aceite, que o seu estado de saúde fosse anali-
                                                Reino e nessa mesma data mandou preparar        sado por uma comissão de peritos.
  Assim aconteceu com D. João VI, em 1825,      uma fragata para o transporte da Rainha para
para a realização de um Conselho de Estado      Cadiz, terra que a Rainha havia indicado         E foi assim que o Palácio do Alfeite se tor-
destinado a deliberar sobre um assunto de       como seu destino.                               nou no palco de um acontecimento que fez
grande melindre e gravidade.                                                                    exacerbar tantas paixões durante ainda muito
                                                 A 29 teve lugar, no Alfeite, a reunião do      tempo.
  Após D. João VI ter jurado a Carta Consti-    Conselho de Estado na qual participaram os
tucional tornava-se obrigatório que Dª Carlo-   conselheiros José da Silva Carvalho, Manuel       
ta Joaquina também o fizesse. Para o efeito     Gonçalves de Miranda, Sebastião José de                                       Com. E. Gomes
foi enviada em 22 de Novembro a Queluz,         Carvalho, Filipe Ferreira de Araújo e Castro,
onde a Rainha se encontrava, uma delegação      Silvestre Pinheiro Ferreira e Ignácio da Costa   Fonte
para, de viva voz, lhe comunicar a necessida-   Quintela, então ministro e secretário de es-
de de o fazer e, caso não o fizesse, quais as   tado dos negócios da Marinha e Ultramar.        Documentos para a História das Cortes Gerais da
                                                                                                Nação Portuguesa.

            UMA VISITA GUIADA À VELHA ESCOLA NAVAL

E m 2 de abril, um grupo de acadé-
      micos, numa “visita guiada” pelo
      Contra-almirante Manuel Vilari-
nho, teve a oportunidade de conhecer
como era a antiga Escola Naval, insta-
lada entre 1845 e 1936 na ala presen-
temente ocupada pela Academia de
Marinha.

  Aluno do último curso ali realizado,
antes de ter transitado para o Alfeite,
o Almirante percorreu a mostra foto-
gráfica patente na Galeria, tendo dado
explicações, desfeito dúvidas e citado
factos curiosos da sua vivência naquele
tempo.

                DIA DA ESQUADRILHA DE SUBMARINOS

                       Em ano do centenário dos submarinos em
                                                                                                          Portugal, realizou-se no passado dia 27
                                                                                                          de abril o dia da Esquadrilha de Submari-
                                                                                                     nos (ES), dirigido a todos os mergulhadores e
                                                                                                     submarinistas no ativo, reserva ou reforma, as-
                                                                                                     sim como aos respetivos familiares e amigos.

                                                                                                       Para além do são convívio que durou gran-
                                                                                                     de parte da manhã, o programa constou de
                                                                                                     missa no auditório, exposições alusivas aos
                                                                                                     submarinos e aos mergulhadores e visitas aos
                                                                                                     submarinos.

                                                                                                       Seguiu-se o tradicional almoço, o qual cul-
                                                                                                     minou com a entrega de uma oferta ao mer-
                                                                                                     gulhador e ao submarinista especializados há
                                                                                                     mais tempo.
28 JUNHO 2013 • REVISTA DA ARMADA
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