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REVISTA DA ARMADA | 501

NRP ALM GAGO COUTINHO

MISSÃO NOS AÇORES

INTRODUÇÃO                                                     navio e a integração destes autómatos com a rede de comuni-
                                                               cações existente.
ONRP Almirante Gago Coutinho largou da BNL no dia 22 de
      junho rumo aos Açores, tendo completado cinco semanas    Levantamentos Hidrográficos (LH)
de mar. A missão compreendia duas principais tarefas:          - Grupo Central

   a) Nas primeiras semanas, foram realizados levantamen-        O objetivo desta tarefa era colmatar falhas de cobertura batimé-
tos hidrográficos para atualização das cartas náuticas. O na-  trica. Para tal, o IH forneceu modelos batimétricos da área coberta
vio transportou a lancha de sondagem Mergulhão, utilizada      até 2014, devendo o navio sondar as áreas circundantes das ilhas
pela Brigada Hidrográfica (BH) na execução de levantamentos    do Faial e Pico até à batimetria dos 50 metros.
topo-hidrográficos nos portos da Horta, Madalena, São Roque
do Pico e no Parque Arqueológico da Caroline. Já no final da     Para caracterizar a velocidade do som na coluna de água uti-
missão, foi novamente utilizada no porto da Vila da Povoação.  lizou-se o MVP rapid SV da Valeport acoplado ao sistema Un-
                                                               derway Profiling System. Este equipamento permitiu manter atu-
   b) De 6 a 20 de julho, participou no exercício Recognized   alizado o perfil da propagação do som na água sem necessidade
Environmental Picture (REP) 2015. Este exercício enquadra-se   de parar o navio, aumentando assim a rentabilidade e a qualida-
no âmbito do Protocolo assinado entre a Marinha e a Faculda-   de dos dados.
de de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e tem-se
realizado desde 2010, sendo um evento de referência na área      Este LH teve algumas particularidades, das quais se destaca:
dos veículos autónomos (submarinos, de superfície e aéreos).     • O peculiar relevo submarino, com acentuados declives junto
O exercício deste ano foi dividido em duas fases, a primeira   às ilhas, variações abruptas de profundidade dos inúmeros mon-
vocacionada para caracterização das condições oceanográfi-     tes submarinos, a variação da velocidade de propagação do som
cas (Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) e Conductivity,  na água, o trânsito dos navios locais e as rápidas alterações das
Temperature and Depth (CTD)) e implementação de uma rede       condições meteorológicas exigiram um planeamento dinâmico,
de comunicações na área do exercício e a segunda orientada     de forma a rentabilizar o tempo de trabalho e a assegurar as me-
para operacionalização dos Unmanned Aerial Vehicle (UAV) e     lhores condições de sondagem.
Autonomous Underwater Vehicle (AUV) projetados a partir do

8 NOVEMBRO 2015
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