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REVISTA DA ARMADA | 503

MÍSSIL

"SUBHARPOON"

Nos passados dias 22 e 25 de setembro, a esqua-                    Doravante, o poder decisor conta com um alargado leque de
     dra, as forças armadas e a Nação concretizaram              opções de emprego de uma arma discreta, silenciosa e eficien-
a aquisição de uma nova e valiosa valência: A capaci-            te, incrementando as possibilidades de contribuição para as
dade de conduzir ataques de precisão a partir de uma             alianças em que o país se insere e robustecendo um dos prin-
plataforma lançadora encoberta.                                  cipais pilares de dissuasão para defesa dos nossos interesses
                                                                 aquém e além mar.
   O embarque dos primeiros mísseis UGM-84L
“SubHarpoon”, além de complementar o leque de op-                                                    Colaboração do COMANDO DO NRP TRIDENTE
ções para ataque a alvos de superfície disponível nos
submarinos da classe Tridente, veio acrescentar uma
ferramenta de ataque terrestre que permite ampliar
o espectro de missões dos submarinos às seguintes
áreas:

   – Preparação de uma costa hostil para o desenvol-
vimento de operações anfíbias suprimindo alvos cos-
teiros (SHAPING);

   – Apoio a forças projetadas, com particular desta-
que para equipas de forças especiais (projetadas de
forma encoberta), através da supressão de alvos por
estas designados;

   – Ataques conduzidos além horizonte contra alvos
terrestres e/ou alvos designados por meios/elemen-
tos sub-superfície, superfície, aéreos e terrestres;

   – Emprego contra alvos de superfície atracados  ou
a navegar junto a costa.

   Esta arma permite estender o envelope de armas dos
submarinos da classe Tridente para a ordem dos 100 Km,
com a elevada precisão e resistência a mistificação con-
cedidas pelo código PPS do sistema GPS, o que permite
designar alvos em zonas costeiras altamente edificadas
reduzindo o risco de danos colaterais, fator fortemente
mediatizado em conflitos recentes.

   No âmbito de operações anti-superfície permite
ainda usufruir de uma solução de menor poder des-
trutivo que os torpedos BlackShark, conferindo capacidade de
gradação do uso da força por parte dos nossos submarinos.

   É uma valência projetada, treinada e validada com o apoio do
Destacamento de Ações Especiais em exercícios nacionais, bem
como em exercícios internacionais (v.g. exercícios da série NO-
BLE MARINER/JUSTIFICATION, que têm contado com a partici-
pação dos submarinos da classe Tridente), tendo passado agora
de uma possibilidade para uma capacidade edificada.

10 JANEIRO 2016
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