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REVISTA DA ARMADA | 506

POLÍCIA MARÍTIMA

GABINETE DE PSICOLOGIA

No dia 10 de dezembro, o Comandante Geral da Polícia Maríti-          cia Marítima. Ultrapassada a fase inicial das razões que apontaram
     ma, VALM Silva Ribeiro, visitou o Gabinete de Psicologia desta   para a sua necessidade, importa doravante avançar paulatinamen-
Instituição, visita no âmbito da qual se procedeu à apresentação      te para níveis de excelência que garantam que o profissional da
dos elementos que o integram e à realização de uma palestra, por      Polícia Marítima tenha assegurado um equilíbrio físico e emocio-
parte do coordenador do referido Gabinete, a par de uma breve         nal ao nível do contributo que presta à segurança e ao desenvol-
exposição relativa aos principais trabalhos já realizados, bem como   vimento do nosso país. Foi necessário sentido estratégico e pró-
de uma prospetiva relativamente àqueles que se prevê virem a ser      -atividade para se chegar até aqui, e continuará a sê-lo no futuro,
praticados num futuro próximo. O evento mereceu as melhores           percebendo-se que a prevenção dos danos é sempre preferível ao
referências por parte do Comandante Geral, que se manifestou          seu remedeio, e que a ação dos elementos policiais em todas as
altamente sensibilizado para a importância e para o papel deste       situações de stress/ansiedade com as quais se possam deparar te-
serviço na Polícia Marítima.                                          rão uma resposta à altura de cada caso concreto.

   A Polícia Marítima, sendo uma força policial militarizada, arma-     À medida que os novos desafios o aconselharem e as circuns-
da e uniformizada com competência especializada nos domínios          tâncias do dia-a-dia o exigirem, este serviço evidenciará, estamos
legalmente atribuídos, tem necessidade que os níveis de motiva-       seguros, o efeito multiplicador do “investimento” praticado, numa
ção e de eficácia dos seus operacionais correspondam a padrões        lógica de retorno muitíssimo superior àquela que seria de supor,
de exigência e de qualidade muito elevados, na sua atuação quoti-     isto é, se tivéssemos apenas em conta os meios que lhe estão afe-
diana, pelo que a conceção e implementação do Gabinete de Psi-        tos.
cologia se afigurou, desde o primeiro momento, como um projeto
natural e sustentável, confirmando-se, a cada dia que passa, que o      Sendo a Polícia Marítima uma instituição de âmbito nacional,
mesmo se constitui como uma inestimável mais-valia para a Insti-      porquanto a sua atuação se verifica em todo o território de Portu-
tuição, para os seus Servidores e, por conseguinte, para a missão     gal, foi necessário criar dois núcleos de apoio, por razões de maior
de soberania que lhe está confiada.                                   proximidade à realidade: um na zona Sul, sediado no Comando Lo-
                                                                      cal de Faro, e o outro na zona Norte, sediado no Comando Local de
   Naturalmente, o Gabinete de Psicologia tem como objetivo pri-      Leixões. Ambos são coordenados pelo Gabinete de Psicologia, que
mordial prevenir e corrigir situações que poderão prejudicar o pró-   funciona no Comando Local de Lisboa, sob a tutela do Comando
prio agente e/ou a Instituição. Todavia, importa referir que o Ga-    Geral.
binete tem uma vocação mais abrangente, caracterizada por uma
acentuada flexibilidade e versatilidade, abrangendo, se e quando        Deste modo, podemos afirmar que este serviço funciona atu-
necessário, outras problemáticas e dinâmicas, tais como, o apoio      almente como uma forte mais-valia para a Instituição, tanto mais
em situações de incidentes críticos ou os processos de recrutamen-    que todos os intervenientes, direta ou indiretamente, comungam
to e seleção integrados com a equipa da Marinha, aplicando em         dos mesmos objetivos, conhecendo a realidade, isto é, trabalhan-
conjunto métodos e procedimentos susceptíveis de potenciarem          do para um bem comum, em prol da Polícia Marítima.
maior sucesso na escolha dos novos polícias a integrar na Polícia
Marítima. São apenas dois exemplos que não excluem, de modo                                                                                    Vaz de Carvalho
algum, outras áreas de intervenção, presentes ou futuras, que ca-                                                                              Agente 2ª CL PM
reçam deste serviço, sobretudo na perspetiva de estreitamento de
relações e partilha de sinergias existentes entre a Autoridade Ma-
rítima Nacional – Polícia Marítima e a própria Marinha Portuguesa,
no absoluto respeito pelas respetivas atribuições legais e, mais que
isso, pelos normativos éticos e deontológicos.

   Das missões em curso, o Gabinete tem ainda a incumbência de
apoiar os elementos das equipas que integram a missão “Poseidon
Rapid Intervention”, na Grécia, orientando planos de sensibilização
e qualquer outro apoio psicológico que seja necessário neste ce-
nário internacional, o que se afigura como uma área de interven-
ção particularmente sensível e complexa, na medida em que está
diretamente associada ao sucesso da missão internacional e, nessa
medida, ao próprio prestígio internacional do nosso país.

   São, pois, notórias as razões que recomendam a existência de
um apoio psicológico acessível, rápido e eficaz por parte da Polí-

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