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REVISTA DA ARMADA | 525
ACADEMIA DE MARINHA
XV SIMPÓSIO DE HISTÓRIA MARÍTIMA
“O MAR COMO FUTURO DE PORTUGAL (C.1223 – C.1448).
A PROPÓSITO DA CONTRATAÇÃO DE MANUEL PESSANHA
COMO ALMIRANTE POR D. DINIS”
ubordinado ao tema “O Mar como futuro de Portugal (c.1223 – como abertura do Mundo”, pelo Prof. Doutor João Paulo Oliveira
Sc.1448). A propósito da contratação de Manuel Pessanha como e Costa, e no discurso de Encerramento, o Presidente da Aca-
Almirante por D. Dinis”, decorreu na Academia de Marinha, de 14 demia de Marinha, após ter renovado os agradecimentos aos
a 16 de novembro, o XV Simpósio de História MaríƟ ma. oradores, aos parƟ cipantes, aos membros das comissões organi-
O Presidente da Academia de Marinha, Almirante Francisco zadora e cienơ fi ca, bem como a toda a guarnição da Academia,
Vidal Abreu, nas palavras de Abertura agradeceu a Sua Excelên- referiu-se resumidamente às temáƟ cas desenvolvidas nos três
cia o Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade MaríƟ ma dias do Simpósio. Assim, foram explicados os tempos antes de
Nacional, Almirante António Silva Ribeiro, ter aceite presidir à Pessanha, bem como o porquê dessa escolha. Aprofundaram-se
sessão de Abertura do XV Simpósio de História MaríƟ ma, dando as diligências desenvolvidas por D. Dinis na defi nição do oİ cio
assim mais um sinal, à Marinha e à comunidade académica do Almirantado. Explicou-se a aliança dos reinos de Portugal
nacional, da importância que atribui à componente cultural na e Aragão, potências maríƟ mas que complementavam as suas
vida do ramo que comanda. Seguidamente agradeceu à Senhora infl uências no Mediterrâneo e AtlânƟ co. Estudou-se a impor-
Professora Maria Helena da Cruz Coelho a sua disponibilidade tância que a políƟ ca fernandina de apoio à navegação teve na
evolução económica desse reinado. Chamou-se a atenção para
o papel das ordens militares e a guerra no mar, designadamente
a criação da Ordem de Cristo e a sua fi xação em Castro Marim.
O envolvimento desta Ordem, bem como de membros da ordem
de Avis na expedição a Tânger, incluindo a presença dos infantes
D. Henrique e D. Fernando, não escapou a uma análise de ver-
tente sociológica. Foi abordado o papel de D. Pedro, regente, e
a complementaridade de propósitos com os do infante D. Henri-
que, que assim tornou possível a dilatação do senhorio AtlânƟ co,
incitando a uma políƟ ca de hegemonia maríƟ ma e de novas des-
cobertas. As póvoas maríƟ mas não foram esquecidas, bem como
o papel de D. Dinis na sua criação através da atribuição de forais
e respeƟ vos privilégios. Analisou-se o panorama portuário nacio-
nal aquando do início do trabalho de Manuel Pessanha e a sua
evolução ao longo do tempo. Foi apresentada a importância das
tercenas régias e a sua evolução até fi nais do séc. XV, tendo sido
quesƟ onado o seu eventual papel na construção das galés. Dis-
sertou-se sobre a forma como D. Dinis profi ssionalizou as insƟ tui-
para presidir à Comissão Cienơ fi ca, ao Senhor Embaixador João ções militares, reveladora de rara visão estratégica num propício
de Deus Ramos, Vice-Presidente para a classe de História Marí- tempo de paz resultante do tratado de Alcanises. Estudou-se o
Ɵ ma, aos membros da Comissão Organizadora, aos conferencis- papel das bulas do mar como um primeiro passo para o alarga-
tas, parƟ cipantes e parcerias, bem como ao patrocinador, Asso- mento da área de soberania e jurisdição nacional. Finalmente,
ciação Mutualista Montepio, e o apoio da Lusitania Vida e do da conferência de encerramento reƟ ra-se, e citou “O mar foi,
Hotel Corpo Santo. sem dúvida, a solução para compensar a pequenez do território
Seguiram-se as palavras do Vice-Presidente da Classe de Histó- peninsular português e, por isso, fez da memória dos Descobri-
ria MaríƟ ma, Embaixador João de Deus Ramos e da Presidente da mentos um traço idenƟ tário dos Portugueses há séculos”.
Comissão Cienơ fi ca do Simpósio, Profª Doutora Maria Helena da Cruz A terminar, referiu termos fi cado “mais conscientes da impor-
Coelho. A conferência de Abertura, inƟ tulada “D. Dinis e o Mar”, foi tância que a data de 1 de fevereiro de 1317 teve, data consi-
apresentada pelo Prof. Doutor José Augusto de SoƩ omayor -Pizarro. derada fundacional da Marinha Portuguesa (…), bem como do
Seguiram-se as apresentações das comunicações dos 27 confe- papel que o mar teve e deverá voltar a ter para Portugal”.
rencistas, que durante os três dias entusiasmaram o Auditório da O XV Simpósio de História MaríƟ ma encerrou com um momento
Academia, de acordo com o previsto no programa do simpósio. musical presenteado pelo Quinteto Clássico da Banda da Armada.
Na sessão de Encerramento, novamente presidida pelo Chefe do
Estado-Maior da Armada, foi apresentada a conferência “O Mar Colaboração da ACADEMIA DE MARINHA
24 JANEIRO 2018