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REVISTA DA ARMADA | 539














          Forças Armadas da RCV. Por sua vez, militares do navio visitaram o   terra –  a mil e seiscentas jardas de distância – teve que ser efetuado
          Centro de Operações de Segurança Marítima (COSMAR) da GC-CV.  por um batelão puxado por um rebocador.
                                                               As ações de cooperação englobaram, desde o primeiro dia, con-
          CAMARÕES – DOUALA                                   sultas médicas às comunidades locais mais necessitadas. Decorreu
                                                              também um raid anfíbio conjunto, realizado na praia de Fernão Dias.
           A 8 de fevereiro largou-se da cidade da Praia com fuzileiros das   Numa  ação  de  diplomacia  naval,  juntou-se  a  bordo,  à  mesma
          FA-CV  embarcados,  que  participaram  num  desembarque  anfíbio   mesa, entre outros, o Ministro da Defesa e Ordem Interna de São
          conjunto na praia de São Francisco. De seguida rumou-se a Douala,   Tomé e Príncipe (STP), a Secretária de Estado dos Negócios Estran-
          nos Camarões.                                       geiros e de Cooperação de Portugal, o Chefe do Estado-Maior das
           Nos nove dias de singradura entrou-se nas águas do Golfo da   Forças Armadas de STP e os Embaixadores dos países da CPLP repre-
          Guiné, região do globo onde, desde o início do ano, se contam já   sentados em STP (Angola, Brasil, Cabo Verde e Guiné Equatorial).
          dezoito ataques de pirataria a navios a cruzar a área, tendo mesmo   À  Ilha  do  Príncipe  foram  reservados  dois  dias.  Por  não  existir
          ocorrido raptos de elementos dalgumas das tripulações. Daí que a   batelão, o desembarque do material social foi efetuado por botes.
                                                                Foram também dadas consultas médicas, quer às comunidades
                                                                locais, quer a alguns militares locais, de forma a garantir o seu
                                                                aprontamento médico. Como no caso desta ilha, a primeira (e
                                                                por  vezes  única)  resposta  a  eventos  de  emergência  local  ou
                                                                no mar é dada pelos empregados dos resorts turísticos, com
                                                                embarcações  de  recreio,  é  de  vital  importância  garantir  que
                                                                essas pessoas saibam o que fazer e como, nas respostas a pedi-
                                                                dos de auxílio. Numa tentativa de colmatar essa lacuna, identi-
                                                                ficada pelos gestores dos resorts, o navio proporcionou forma-
                                                                ção no âmbito da segurança da navegação e procedimentos em
                                                                caso de emergência no mar a um grupo de doze pessoas.
                                                                 De regresso à Baía de Ana Chaves, foi dado apoio técnico a
                                                                algumas embarcações locais, na tentativa de lhes repor a sua






          prioridade, durante a tirada, tenha sido o treino de prontidão
          em termos da capacidade de resposta a ameaças assimétricas.
          Graças a um alto padrão de vigilância, o trânsito foi cumprido
          com relativa tranquilidade. De salientar que cruzam semanal-
          mente esta zona de insegurança marítima cerca de vinte navios
          de pavilhão português, sendo por isso uma área de preocupa-
          ção nacional.
           A entrada do porto de Douala, onde se chegou a 17 de feve-
          reiro, será, provavelmente, o maior desafio em termos de nave-
          gação em águas restritas desta missão, porque se prolonga por
          vinte e sete milhas, sendo a largura do canal – balizado por
          boias – de cento e sessenta jardas. Com o desafio superado,
          atracou-se no cais onze de Douala para uma curta escala logística;   operacionalidade. A 25 de fevereiro, catorze militares do navio rea-
          passaram-se cinco anos desde a última presença naval portuguesa   lizaram a bordo a prova de admissão para o curso de Sargentos, na
          nos Camarões.                                       presença de um júri oriundo de Lisboa. A Marinha garantiu, assim,
           No dia seguinte houve que largar sem o navio estar totalmente   a esses militares, as mesmas condições usufruídas pelos militares
          reabastecido, com destino à ilha de São Tomé, na República de São   não empenhados em missão operacional.
          Tomé e Príncipe.                                     Uma vez terminada a prova, o navio suspendeu e rumou a Sul,
                                                              passando a linha do Equador a 25 fevereiro, ocasião para a pintura
          S. TOMÉ E PRÍNCIPE                                  de vermelho da buzina da proa. Já navegando no Hemisfério Sul,
                                                              é hora de preparar a repleta agenda de eventos da próxima para-
           A 19 de fevereiro, à noite, o navio fundeou na Baía de Ana Chaves   gem – Angola.
          –  o calado de 6,2 metros não permite a atracação, fato este que                                    
          dificultou o desembarque do material social. O seu transporte para   Colaboração do COMANDO DO NRP ÁLVARES CABRAL


                                                                                                     ABRIL 2019  7
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