Page 24 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 544


               Nagore Gago, 21 anos, Espanha, Curso Profi ssional
               de Análises de Laboratório e Controlo da Qualidade
               InsƟ tuto Hidrográfi co (IH)
                Do alto dos seus 21 anos, recebeu-nos com um beijo e um
               abraço. Os professores do colégio e os pais disseram-me que
               era uma oportunidade única, uma experiência que não se pode
               deixar de fazer. Vivo com outros colegas, um deles também está
               a estagiar no IH.
                Profi ssionalmente, a sua experiência está a ser muito boa
               porque trabalha com gente com muita experiência. O IH está
               sucessivamente em acreditação, por isso, no seu plano de está-
               gio estão plasmados novos métodos, um deles é o de deter-
               minação de oxigénio uƟ lizando o método iodométrico que, na
               escola, só Ɵ nha feito manualmente e não de forma mecânica.  É a 1ª vez que estou em Portugal e apesar da vossa cultura ser
                ParƟ cipou também em trabalhos de campo, embarcou na   semelhante à espanhola, os portugueses são mais “cercanos”,
               UAM  Fisália para recolher amostras do rio Tejo e parƟ cipou   mais educados, têm sempre um bom dia ou uma boa tarde.
               num projeto europeu de monitorização do lixo marinho.   Sinto-me mais independente, mais autónoma e dou mais valor
                Como defi ne a sua experiência? Com muita emoção, diz-nos  às coisas.

               Alessandro Graziani, 19 anos, Itália, Curso Profi ssional
               de Eletricidade
               InsƟ tuto Hidrográfi co (IH)

                Filho de mãe brasileira e pai italiano, está pela primeira vez em
               Portugal e esta é a sua primeira experiência ERASMUS+. Vive
               com mais outros doze estudantes de diferentes nacionalidades
               e esta foi a sua primeira adaptação. A outra foi vir estagiar num
               ambiente militar. Porquê a Marinha? A escola descobriu a Mari-
               nha e está a ser uma boa surpresa. As pessoas são abertas, o
               ambiente de trabalho é sereno e todos se cumprimentam. Tenho
               feito novas aprendizagens, por exemplo, nunca Ɵ nha visto um
               cabo monofi lar, e deram-me a conhecer uma nova técnica de tra-
               balho: mão atrás das costas para não apanhar um choque.  Estas experiências traduzem-se numa estratégia de win-win.
                Há uma diferença entre ser um cidadão europeu e um cida-  Como afi rma o SAJ Azevedo, é a primeira vez que recebo esta-
               dão do teu país? Sim, este Ɵ po de experiências, que aconselho   giários, mas também eu estou a aprender. Giro o meu tempo
               a todos, dá a oportunidade de absorver a cultura dos lugares,   em função dele. Na nossa área, temos sempre a preocupação
               ver as diferenças e aceitá-las. Há um antes e um depois de   de atribuir ao estagiário um trabalho que seja úƟ l para a insƟ -
               ERASMUS.                                           tuição e que aprofunde os seus conhecimentos técnicos.

               Markel Leturia, 20 anos, Espanha, Curso Profi ssional
               de Aquacultura
               Aquário Vasco da Gama (AVG)

                Um seu professor falou-lhe do AVG (aliás o “passa palavra” tem
               sido, nos úlƟ mos anos, o modo de recrutamento mais uƟ lizado
               entre os estudantes ERASMUS). Depois pesquisou e fi cou rendido,
               Vi que Ɵ nha fauna marinha muito importante para a educação das
               crianças e um museu. Depois a cidade, Lisboa, ambiente tranquilo,
               mulƟ cultural e ondas. Estava escolhido o desƟ no do meu estágio.
                O seu trabalho desenrola-se na ala norte do AVG, no departa-
               mento de quarentena da fauna marinha. Desde lavar os fi ltros e
               aspirar os tanques até dar de comida aos peixes, o dia não tem
               fi m… Não pense que dar comida aos peixes é fácil, há que obser-
               vá-los, ver que Ɵ po de alimentação preferem, as suas reações.   Tem consciência de que trabalha com gente muito boa, quer do
               Alimentar uma pata-roxa não é a mesma coisa que alimentar   ponto de vista profi ssional quer pessoal e tem um sonho, Trabalhar
               uma dourada ou um rodovalho. Disse ainda que não trocaria   em aquaponia, isto é, transformar o amoníaco em nitrato, úƟ l para
               este estágio por nada, sabe que teria sido mais fácil fi car no seu   o crescimento de plantas e repovoamento de peixes de água doce.
               país, na sua zona de conforto, mas nem sempre se tem a possi-  Acabámos como começámos: a falar das ondas… com Carca-
               bilidade de estagiar num aquário deste calibre!    velos ali tão perto!


                                                                                                      Prof.ª  Ana Paula Silva
                                                                                                    DIREÇÃO DE FORMAÇÃO
                                                                             Adjunta do Chefe da ReparƟ ção de Tecnologias da Formação


              24   SETEMBRO/OUTUBRO 2019
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