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REVISTA DA ARMADA | 546
VIGIA DA HISTÓRIA 114
FAROLIM DE
N ª SR ª DA AGONIA
conhecido que, durante muitos anos, foram as Confrarias de
É Mareantes e Pescadores que garanƟ ram, criando e mantendo,
os sistemas de alumiação portuária que garanƟ am o acesso das
barras dos portos, situação que não é de espantar dado serem
estes os que mais senƟ am a sua falta.
Apesar da existência de um organismo ofi cial responsável pela
farolagem em Portugal, a Direcção Geral dos Telégrafos e Faróis
do Reino, a entrada da barra de Viana do Castelo não dispunha,
até quase ao fi nal do séc. XVIII, de qualquer sinalização luminosa
que possibilitasse, no período nocturno, a entrada em segurança
naquele porto.
Em 23 de Outubro de 1785, a Confraria dos Mareantes de
Viana do Castelo decidiu, dando saƟ sfação ao pedido de vários
pescadores, colocar um lampião na grade de ferro da capela de
Nª Srª da Agonia, para que, nas noites escuras, pudesse ser-
vir de guia aos barcos que iam à pesca, comprometendo-se os
pescadores a fornecer o azeite necessário ao funcionamento do
referido lampião.
Recomendavam ainda aqueles pescadores, que os vidros do
lampião a colocar deveriam ser de várias cores, cores essas que
defi niriam os sectores de aproximação, os quais se tornavam
necessários face à existência de vários afl oramentos rochosos
naquela área, recomendação essa que, na realidade, foi con-
templada.
Os encargos directos dos pescadores da Confraria, com a
sinalização, cessaram logo em 1888, aquando da entrada em
funcionamento de dois farolins, propositadamente construí-
dos para o efeito, que defi nem o enfi amento da barra de Viana
do Castelo, o farolim de Nª Srª da Agonia, situado a escassos
metros de distância da torre da capela, e o farolim do castelo
de S. Tiago da Barra.
Cmdt. E. Gomes
N.R. O autor não adota o novo acordo ortográfi co
Farolim de Nª SRª da Agonia
DEZEMBRO 2019 27
DR