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REVISTA DA ARMADA | 557
SEAMAP 2030
O PROGRAMA DE MAPEAMENTO DO FUNDO
DO MAR PORTUGUÊS
INTRODUÇÃO e mares ocupam uma grande área do nosso planeta, pelo que o
seu mapeamento em alta resolução ainda não foi realizado.
esde há cerca de duas décadas que o InsƟ tuto Atualmente, cerca de 81% dos fundos oceânicos permane-
DHidrográfi co (IH) opera sistemas sondadores cem por sondar e mapear com alta resolução. Em 2017, quando
mulƟ feixe (SMF). Estes sistemas permitem adqui- foi encetado o projeto Seabed 2030 , uma iniciaƟ va conjunta da
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rir dados de baƟ metria com alta resolução e numa Nippon FoundaƟ on e da General Bathymetric Chart of the Oceans,
faixa cuja largura pode chegar a cerca de oito vezes esta percentagem era de 94%.
a profundidade local. Esta realidade reveste-se de especial signifi cado quando com-
A realização de levantamentos hidrográfi cos (LH) com estes parada com o nível de conhecimento, por exemplo, da superİ cie
sistemas sondadores tem permiƟ do conhecer o fundo do mar de Marte, uma vez que conhecemos melhor a superİ cie desse
com um detalhe nunca anteriormente visto. Todavia, os oceanos planeta do que a superİ cie da Terra, sob os oceanos.
Igualmente em 2017, o IH iniciou
o programa SEAMAP 2030 com o
objeƟ vo de contribuir para este
conhecimento global da morfo-
logia do fundo marinho, comple-
tando o mapeamento de elevada
resolução do Mar Português até
2030.
A DIMENSÃO DO
ESFORÇO A REALIZAR
No âmbito da lei internacional
sobre o direito do mar, Portugal,
através da Estrutura de Missão
para a Extensão da Plataforma
ConƟ nental (EMEPC), apresentou
em 2009 a reclamação nacional
de extensão da plataforma conƟ -
nental (PC) além das 200 milhas
náuƟ cas. Grande parte dos dados
baƟ métricos, necessários para
Fig. 1 – Cobertura dos espaços maríƟ mos nacionais com LH com SMF, efetuados entre 1997 e 2018 pelo IH. sustentar a referida reclamação,
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