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REVISTA DA ARMADA | 557
Fig. 3 – Modelo baƟ métrico com diferentes resoluções do monte submarino Gigante, nos Açores.
Fig. 4 – Vista 2D e 3D do monte submarino Serreta, nos Açores.
SEAMAP 2030 encontra-se alinhado com o objeƟ vo 14 da Agenda interesse a uƟ lização deste Ɵ po de informação para o planeamento
2030 da ONU, consƟ tuindo-se, para além de um desígnio nacional, efi caz de diversas missões cienơ fi cas nacionais e internacionais,
como um contributo para a prosperidade mundial. nomeadamente, as que ocorrem para o estudo da biodiversidade e
O mapeamento do fundo marinho não é somente importante para habitats marinhos localizados em montes submarinos.
a produção de cartografi a náuƟ ca e para a segurança da navegação, A fi gura 4 ilustra o mapeamento a 2 e 3 dimensões do monte sub-
potenciando: a invesƟ gação cienơ fi ca, servindo de base e orien- marino Serreta, efetuado durante o cruzeiro cienơ fi co levado a cabo
tando toda a pesquisa mulƟ disciplinar efetuada nos oceanos, e os nos Açores este verão pelo NRP Almirante Gago CouƟ nho.
consequentes desenvolvimentos tecnológico, económico e cultural; Diversos cruzeiros cienơ fi cos estrangeiros adquirem, todos os
a gestão sustentável, ampliando a informação acerca dos recursos e anos, dados nos espaços maríƟ mos nacionais. O IH tem encetado
tornando a sua exploração e preservação mais efi cientes; e o apoio contactos com enƟ dades congéneres estrangeiras responsáveis por
à decisão, garanƟ ndo um nível de conhecimento que permita ações alguns desses cruzeiros, a fi m de aceder de uma forma célere aos
efi cazes nas áreas da economia, segurança, defesa e proteção civil. respeƟ vos dados baƟ métricos. Estes dados representam uma con-
Para além destes três vetores, que sustentam o objeƟ vo global de tribuição importante para o programa SEAMAP 2030, uma vez que
conservação e uso sustentável dos oceanos, a conclusão do mapea- aumentam a cobertura baƟ métrica, nas áreas onde não existem
mento do fundo marinho afi rma Portugal como uma nação alinhada dados nacionais, e aumentam a densidade, onde eles já existem,
com os objeƟ vos mundiais da ONU e empenhada na gestão e con- permiƟ ndo melhorar a resolução dos modelos baƟ métricos.
trolo dos seus espaços maríƟ mos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
OS TRABALHOS PREVISTOS
O conhecimento da orografi a do fundo marinho é a camada base
Os navios hidrográfi cos da classe D. Carlos I são fundamentais necessária para o conhecimento dos oceanos e mares, devendo
para materializar os LH necessários à concreƟ zação deste programa. seguir-se-lhe o mapeamento geológico e dos habitats, e a caracteri-
Para além da capacidade operacional, o elevado volume de dados zação dos diversos ecossistemas.
já adquiridos e a adquirir (dezenas de terabytes) obriga a que o IH O programa SEAMAP 2030 – Mapeamento do Mar Português – é
garanta e sustente uma infraestrutura de dados que permita uma fundamental para a estratégia nacional para o mar, contribuindo
adequada gestão e a elaboração de diversos produtos derivados, para que Portugal use o Mar em segurança, para o desenvolvi-
como por exemplo os modelos baƟ métricos de elevada resolução, mento cienơ fi co e tecnológico do país e para a exploração susten-
assim como a sua acessibilidade à comunidade cienơ fi ca nacional. tável do oceano. Os seus objeƟ vos estão já reconhecidos como
A fi gura 3 ilustra dois modelos baƟ métricos do monte submarino relevantes em diversos documentos estratégicos e cienơ fi cos,
Gigante, nos Açores, produzidos com base em dados com diferentes nacio nais e internacionais.
resoluções. O seu mapeamento com elevada resolução permiƟ u a
descoberta da fonte hidrotermal Luso em 2018. Tem sido de elevado Colaboração do INSTITUTO HIDROGRÁFICO
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