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REVISTA DA ARMADA | 561

              O PELOTÃO DE ABORDAGEM


              PARTICIPAÇÃO NO SNMG1




              A Proteção de Força, no âmbito da Segurança MaríƟ ma, contribui para a segurança dos navios da Marinha a navegar ou atracados
              em portos estrangeiros. No mar, materializa-se na execução de um conjunto de tarefas, incluindo o combate contra aƟ vidades
              ilícitas. A cargo do Corpo de Fuzileiros, esta tarefa é assegurado por equipas de abordagem do Batalhão de Fuzileiros N º1 (BF1).

                                                                                                                 2
              FORMAÇÃO E PREPARAÇÃO DAS EQUIPAS                   almirante), no Standing NATO MariƟ me Group One (SNMG1) .
                                                                    A bordo, as equipas realizaram diversos treinos operacionais e
                             Pelotão de Abordagem (PELBOARD) foi criado   séries de Ɵ ro:
                          O  em 1994, na estrutura do BF1, com a neces-  – Ɵ ro de combate com armamento portáƟ l orgânico;
                          sidade de guarnecer unidades navais com grupos   – Ɵ ro de precisão com aƟ rador designado;
                          de segurança especializados, seja no âmbito dos   – proteção de força contra ameaças assimétricas;
                          compromissos nacionais permanentes, da União   – “rappel”; e
              Europeia e da NATO, ou em cooperação bilateral com outros paí-  – combate em espaços confi nados.
              ses. Atualmente a sua estrutura orgânica prevê a consƟ tuição de   Merece ainda referência:
              10 equipas de abordagem, comandadas por um ofi cial subalterno,   –  a parƟ cipação numa ação de cross-training com militares da
              num total de 52 militares.                             guarnição do HMCS Toronto, envolvendo treino a bordo dos
               A entrada no Pelotão de Abordagem é restrita a Fuzileiros, após   dois navios; e
              requerimento para a frequência do Curso de Aperfeiçoamento em   –  a interação com um destacamento de helicópteros da Mari-
              Abordagem. Com a duração de 30 dias uteis, nele são ministra-  nha Alemã (ver RA nº 558), que resultou na troca de experiên-
              das técnicas e procedimentos específi cos para missões da abor-  cias ao nível da execução de procedimentos técnicos e táƟ cos.
              dagem, envolvendo ações cooperantes e não-
              -cooperantes, proteção do navio, combate em
              espaços confi nados e projeções com recurso a
              técnicas de inserção de superİ cie (bote e lan-
              cha de assalto rápida), e rapel e fast rope, a par-
              Ɵ r de meios aéreos de asa rotaƟ va.
               A preparação destas equipas é orientada para
              um emprego muito específi co, em conjunto e de
              forma integrada, envolvendo unidades navais
              e/ou respeƟ vos helicópteros orgânicos, e com
              carater eventual, as guarnições dos navios de
              superİ cie, garanƟ ndo as seguintes tarefas:
               – segurança dos navios da Marinha;
               – operações de combate à pirataria maríƟ ma;
               –  segurança das equipas em ações de vistoria e
                 inspeção a bordo de navios e embarcações; e
               – operações de combate à imigração ilegal.
               Decorrente da crescente importância das
              ações de abordagem nas missões de interdi-
              ção maríƟ ma, está em curso um processo de
              transformação do Pelotão de Abordagem em
              Companhia/Destacamento de Abordagem. Pre-
              tende-se, assim, aumentar a capacidade de planeamento, treino e   Este embarque enquadra-se no domínio internacional e no
              adestramento das suas equipas em terra e garanƟ r uma adequada   apoio à ação externa do Estado no setor da Defesa, tendo em
              estrutura de Comando e Controlo durante as ações de abordagem,   vista uma cooperação estruturada com Organizações Internacio-
              integrando um ofi cial no controlo táƟ co da missão. Esta necessi-  nais, nomeadamente através do emprego de Forças Nacionais
              dade surge do aumento da complexidade da uƟ lização de diversos   Destacadas (FND) em ações militares no âmbito da segurança
              meios envolvidos em ações de abordagem e estruturas de comuni-  cooperaƟ va e defesa coleƟ va no quadro da Aliança AtlânƟ ca
              cações inerentes, e é suportada pela doutrina NATO – Allied Mari-  (NATO).
              Ɵ me InterdicƟ on OperaƟ ons (ATP  71(A)) – que idenƟ fi ca como
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              requisito fundamental a existência de um ofi cial  especialmente              Colaboração do CORPO DE FUZILEIROS
              treinado para ações desta natureza.

                                                                    Notas
                         PELBOARD EM AÇÃO
                                                                    1  Acrónimo de Allied TacƟ cal PublicaƟ on.
                          Duas equipas do PELBOARD parƟ ciparam recen-  2  O SNMG1 é um dos grupos navais permanentes da NATO, consƟ tuindo-se como
                         temente (no período de 6 de julho 2020 a 18 de   uma das forças navais em maior estado de pronƟ dão da Aliança AtlânƟ ca, apta a
                                                                    reagir de imediato a qualquer situação de crise ou confl ito que possa surgir.
                         janeiro de 2021), a bordo do NRP Corte-Real (navio


                                                                                                         ABRIL 2021  15
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